Desempenho fraco da produ��o industrial frustra expectativas
A trajet�ria de queda da ind�stria ainda n�o d� sinais de revers�o. Dados da produ��o de novembro divulgados nesta quinta-feira (5) pelo IBGE apontam um crescimento de 0,2% frente a outubro.
Em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado, houve um recuo de 1,1% –a 33� retra��o consecutiva na compara��o anual.
Os resultados surpreenderam negativamente analistas do mercado. Pesquisas das ag�ncias Reuters e Bloomberg apontavam uma expectativa m�dia de altas de 2% e 1,3% no m�s, respectivamente.
A categoria de bens semidur�veis e n�o dur�veis foi a que apresentou maior queda no per�odo, de 0,5%.
Esses produtos, que englobam alimentos e vestu�rio, s�o diretamente ligados ao consumo das fam�lias, que ainda sofrem com altos n�veis de endividamento e restri��o no acesso ao cr�dito.
Outro ramo com desempenho aqu�m do esperado foi o de coque, derivados de petr�leo e biocombust�vel, cuja produ��o encolheu 3,3%, eliminando o avan�o de 3% acumulado em setembro e outubro, segundo o IBGE.
Na outra ponta, o destaque positivo foram os bens de consumo dur�veis, com varia��o de 4% na compara��o mensal e de 9% na anual, interrompendo uma s�rie de 32 quedas consecutivas.
A melhora foi puxada pela ind�stria automobil�stica. Em novembro, a produ��o de ve�culos cresceu 22,4%, segundo a Anfavea, associa��o que representa as montadoras.
Esse avan�o, contudo, est� ligado � normaliza��o das atividades nas f�bricas da Volkswagen, que haviam sido parcialmente paralisadas em raz�o de problemas da empresa com fornecedores.
Na avalia��o do Bradesco, os resultados indicam que a produ��o industrial seguir� em n�veis baixos no curto prazo. O desempenho ruim deve ser refletido nos resultados do PIB do quarto trimestre, com um recuo de 0,9%, segundo a previs�o do banco.
O Ita� Unibanco, que esperava uma varia��o positiva de 2,6%, classificou o resultado como decepcionante, mas manteve a expectativa de alta da produ��o industrial para dezembro com base em sinais positivos de indicadores como consumo de energia.
A previs�o mais recente da pesquisa Focus, do Banco Central, � de uma retra��o de 3,49% no PIB de 2016.
CONFIAN�A
O desempenho ruim j� havia sido sinalizado pela queda nos n�veis de confian�a, afirma Aloisio Campelo, respons�vel pela sondagem do com�rcio, ind�stria e consumidor do Instituto Brasileiro de Economia da FGV.
Para o economista, o otimismo gerado na ind�stria com o incremento das exporta��es no primeiro semestre de 2016 arrefeceu com a estabiliza��o do d�lar em R$ 3,30 e a demora na rea��o da demanda dom�stica.
Para ele, os n�meros divulgados pelo IBGE indicam uma tend�ncia de recupera��o lenta da ind�stria, cuja produ��o deve se consolidar em terreno positivo apenas no segundo semestre de 2017.
"A �nica boa not�cia � que a infla��o est� tendo uma evolu��o favor�vel, o que permite ao Banco Central baixar os juros e isso tem o poder de melhorar a situa��o das fam�lias e das empresas, que podem renegociar suas d�vidas", afirma Campelo.
Produ��o industrial - Varia��o em %
Entre as categorias pesquisadas, segundo o IBGE, a que apresentou queda em novembro foi a de bens de consumo semidur�veis e n�o dur�veis, de 0,5% sobre o m�s anterior, chegando ao quinto m�s seguido de perdas.
Para Thais, essa foi a surpresa negativa no m�s, ap�s aumento das vendas de papel e papel�o.
A categoria bens de capital, medida de investimento, apresentou alta de 2,5% em novembro em rela��o ao m�s anterior, depois de mostrar contra��o por quatro meses seguidos e longe de reverter as perdas. A produ��o de bens de consumo dur�veis avan�ou 4% na mesma base de compara��o, ainda segundo o IBGE.
Dos 24 ramos pesquisados, 13 apresentaram alta na compara��o mensal, com destaque para o aumento de 6,1% na produ��o de ve�culos automotores, reboques e carrocerias. Na outra ponta, coque, produtos derivados do petr�leo e biocombust�veis registrou recuo de 3,3% na mesma compara��o.
O setor industrial enfrentou no ano passado a fraqueza da demanda interna diante do cen�rio de recess�o e baixa confian�a no Brasil.
O �ndice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em ingl�s) mostrou que a atividade industrial do Brasil atingiu em dezembro o patamar mais fraco em seis meses, com a situa��o econ�mica afetando com for�a a entrada de novos neg�cios e a produ��o.
Na pesquisa Focus do Banco Central, os economistas projetam retra��o de 6,58% da produ��o industrial em 2016, contribuindo para a queda de 3,49% do PIB. Para este ano, a expectativa � de que a ind�stria apresente crescimento de apenas 0,88%, com a economia expandindo 0,50%.
Livraria da Folha
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenci�rio
- Livro analisa comunica��es pol�ticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 02/08/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | -1,20% | 125.854 | (17h35) |
Dolar Com. | -0,44% | R$ 5,7092 | (17h00) |
Euro | +2,38% | R$ 6,2609 | (17h31) |