Opera��o da PF mira 4 maiores fundos de pens�o do Brasil e bloqueia R$ 8 bi
Investiga��o da Pol�cia Federal e do Minist�rio P�blico Federal aponta supostos preju�zos nos quatro maiores fundos de pens�o de estatais do pa�s. A principal suspeita � que os fundos de pens�o adquiriram cotas em oito fundos de investimento por valores "superfaturados".
Os principais alvos da Opera��o Greenfield, deflagrada nesta segunda-feira (5), foram Funcef (dos funcion�rios da Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) Postalis (Correios).
A PF cumpriu 5 de 7 pris�es tempor�rias solicitadas: as do ex-presidente da Funcef Guilherme Lacerda e dos ex-diretores Carlos Augusto Borges, Dem�sthenes Marques e Maur�cio Marcellini Pereira, al�m da do ex-gerente da Petros Humberto Pires Grault.
Segundo o Minist�rio P�blico, n�o foram localizados Carlos Alberto Caser, ex-presidente da Funcef, e F�bio Maimoni Gon�alves, ex-coordenador de neg�cios do Fundo.
Al�m disso, houve 28 depoimentos sob condu��o coercitiva e o bloqueio judicial de at� R$ 8 bilh�es, valor que corresponde ao suposto preju�zo em dez casos analisados.
Foram realizadas buscas em empresas que receberam recursos dos fundos, como a Eldorado Celulose, do grupo J&F, que administra a JBS, dos irm�os Joesley e Wesley Batista. Wesley dep�s, mas seu irm�o n�o foi levado � PF porque est� fora do pa�s.
O ex-presidente da OAS L�o Pinheiro e o ex-presidente da Previ S�rgio Rosa foram levados para depor. Pinheiro foi preso novamente nesta segunda em outro caso, na Opera��o Lava Jato em Curitiba, por ordem do juiz Sergio Moro.
O nome da Opera��o Greenfield � uma refer�ncia ao jarg�o usado no mundo dos neg�cios para definir investimentos em fase inicial.
Danilo Verpa - 05.set.2016/Folhapress | ||
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Wesley Batista, vice-presidente da JBS, deixa a sede da Policia Federal em S�o Paulo |
A investiga��o detectou que os fundos de pens�o "pagavam pelas cotas do FIP mais do que elas de fato valem, sofrendo, assim, um preju�zo 'de partida', independentemente do pr�prio sucesso que venha a empresa a ter no futuro".
FIPs s�o Fundos de Investimentos em Participa��es lan�ados por empresas para captar recursos com a venda das cotas e, assim, bancar investimentos. Foram utilizados com a promessa de impulsionar neg�cios em diversos setores, de usinas
termel�tricas a casas populares.
Segundo a PF, em 8 de 10 casos analisados foram feitos investimentos de forma temer�ria ou fraudulenta. O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10� Vara Federal do DF, escreveu que as aquisi��es das cotas dos FIPs foram precedidas por avalia��es econ�mico-financeiras "irreais e tecnicamente irregulares, tendo como objetivo real superestimar o valor dos ativos da empresa".
Os envolvidos poder�o responder por gest�o temer�ria ou fraudulenta e outros crimes contra o sistema financeiro. Ao todo, s�o investigadas 78 pessoas. Para um grupo de 40 que inclui os donos da J&F e v�rios ex-dirigentes dos fundos, o juiz determinou a suspens�o de qualquer atividade no mercado financeiro e nas empresas que dirigem.
A opera��o teve como foco 38 empresas, segundo a PF, entre elas as construtoras Engevix, OAS e WTorre, a IBG Eletr�nica (nova Gradiente), a Sete Brasil, a GruPar (aeroporto de Guarulhos), o Santander, o Bradesco, a Invepar, um bra�o da OAS, e a empresa de auditoria e consultoria Deloitte Touche Tohmatsu.
Os quatro fundos acumulam rombo de R$ 50 bilh�es nos �ltimos anos por causa de problemas que v�o al�m das supostas fraudes detectadas.
OUTRO LADO
Os fundos de pens�o da Postalis (Correios), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Funcef (Caixa) afirmaram que est�o � disposi��o das autoridades e colaborando com as investiga��es.
As institui��es n�o se pronunciaram sobre a pris�o de ao menos cinco executivos e ex-executivos presos durante a opera��o.
A Petros comunicou que est� colaborando com as investiga��es e que a busca e apreens�o limitou-se a investimentos decididos at� 2011.
J� a Funcef disse que "possui rigorosos padr�es �ticos em todos os investimentos e na rela��o com seus participantes e assistidos e reafirma que est�, como sempre esteve, � disposi��o das autoridades". Vai na mesma linha do Postalis, que afirmou ter "todo o interesse" em que os fatos sejam esclarecidos.
A Previ afirmou que "possui um modelo de governan�a maduro e transparente" e que a CPI dos Fundos de Pens�o, conclu�da recentemente na C�mara dos Deputados, n�o constatou nenhuma irregularidade na institui��o.
Para o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10� Vara Federal de Bras�lia, que autorizou a deflagra��o da Opera��o Greenfield, as empresas pagavam pelas cotas de participa��o nas empresas mais do que elas de fato valiam. Assim, sofreriam um preju�zo "de partida", independente de o investimento ser bem-sucedido no futuro.
Em nota, a J&F afirmou que os investimentos feitos por Petros e Funcef na Eldorado, citados pelo Minist�rio P�blico, foram de R$ 550 milh�es no ano de 2009. O valor da participa��o dos fundos no neg�cio chegou a R$ 3 bilh�es em dezembro do ano passado, data do �ltimo laudo independente sobre o tema, afirmou a companhia.
Joesley e Wesley Batista, donos da J&F, foram alvos de busca e apreens�o e condu��o coercitiva –Wesley dep�s pela manh�, mas o irm�o est� em viagem aos EUA.
A empresa e os executivos disseram que est�o � disposi��o das autoridades.
Na mesma decis�o, o juiz Vallisney determinou, como medidas alternativas � pris�o preventiva, que um grupo de 40 investigados fosse suspenso de atividades nos mercados financeiro e de capitais, al�m da proibi��o de exercer fun��o de dire��o em empresa ou grupo empresarial.
Entre os suspensos est�o executivos e ex-executivos dos fundos Funcef, Postalis, al�m das companhias OAS, Engevix, Deloitte, Gradiente, Sete Brasil e Grupo WTorre.
Em nota, o Grupo WTorre, disse n�o ter rela��o direta com os fundos citados e que est� � disposi��o das autoridades. A empresa de auditoria Deloitte disse que est� colaborando, "fornecendo informa��es em rela��o a trabalhos realizados a cliente". A construtura Engevix tamb�m afirmou estar colaborando. Gradiente, Sete Brasil e OAS, cujo ex-presidente L�o Pinheiro foi preso nesta segunda, n�o comentaram.
p(star). *
MANDADOS
Ao todo, foram emitidos 127 mandados judiciais pela 10� Vara Federal de Bras�lia, sendo 7 de pris�o tempor�ria, 106 de busca e apreens�o e 34 de condu��o coercitiva. A opera��o ocorre nos Estados de S�o Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Esp�rito Santo, Rio Grande do Sul, Paran�, Santa Catarina e Amazonas, al�m do Distrito Federal.
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Opera��o nos Estados
S�O PAULO
- Capital - 44 mandados de busca e apreens�o, 17 condu��es coercitivas e 1 pris�o tempor�ria
- Campinas - 1 mandado de busca e apreens�o e 1 condu��o coercitiva
- Santos - 1 mandado de busca e apreens�o
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RIO DE JANEIRO
- Capital - 28 mandados de busca e apreens�o, 7 condu��es coercitivas e 1 pris�o tempor�ria
- Niter�i: 3 mandados de busca e apreens�o e 1 condu��o coercitiva
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ESP�RITO SANTO
- Vila Velha - 1 mandado de busca e apreens�o e 1 pris�o tempor�ria
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BAHIA
- Salvador - 1 mandado de busca e apreens�o e 1 condu��o coercitiva
- Ilh�us - 1 mandado de busca e apreens�o
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PARAN�
- Curitiba - 1 mandado de busca e apreens�o
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RIO GRANDE DO SUL
- Porto Alegre - 2 mandados de busca e apreens�o e 1 condu��o coercitiva
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SANTA CATARINA
- Florian�polis - 3 mandados de busca e apreens�o, 1 condu��o coercitiva e 1 mandado de pris�o tempor�ria
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AMAZONAS
- Manaus - 2 mandados de busca e apreens�o
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