Cervejarias mudam receitas para vender bem no inverno
Com a chegada do frio, cervejarias artesanais adotaram como estrat�gia para manter as vendas a produ��o de s�ries limitadas de bebidas mais encorpadas e escuras, pensadas especificamente para o inverno.
A Cervejaria Nacional, de S�o Paulo, e a Quinta do Malte, de Socorro (134 km da capital), s�o exemplos desse fen�meno. Com receitas especiais para a temporada, elas esperam manter o faturamento ou at� crescer no per�odo.
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Bar da Cervejaria Nacional, em SP, com os diversos tipos de chope da marca |
Segundo o presidente da Abracerva (Associa��o Brasileira das Cervejarias Artesanais), Jorge Glitzer, antigamente havia uma queda brusca nas vendas no inverno, mas hoje isso deixou de ser significativo. "O consumidor est� aprendendo a tomar cerveja, independentemente da temperatura, do clima", diz.
"Inverno nunca foi problema para a gente", afirma Marco Ribas, s�cio da Cervejaria Nacional. A f�brica produz chope artesanal dentro de um bar, em Pinheiros.
"A cada ano, n�s criamos ou relan�amos sabores de inverno, virou uma tradi��o. Neste ano, j� lan�amos um sabor e outros dois v�o entrar no card�pio", completa. A primeira lan�ada foi a Z� Tripel, estilo tripel belga, com anis, semente de coentro e malte de cevada, trigo e aveia, vendida a R$ 26 a ta�a.
O planejamento para o inverno costuma ser feito com seis meses de anteced�ncia. "Sento com o mestre cervejeiro em janeiro, e a gente j� desenha as sazonais para aquele semestre. Precisa de anteced�ncia, porque �s vezes � preciso buscar ingrediente fora", afirma Ribas.
A estrat�gia � adotada h� cinco anos e vem dando resultado. A previs�o, de acordo com Ribas, � fechar o ano com faturamento semelhante ao de 2015, de R$ 5,5 milh�es.
J� a Quinta do Malte espera ampliar o faturamento. "A gente vem crescendo cerca de 30% ao ano. E no inverno espera manter a m�dia", diz o diretor Cesar Zuccato. A empresa faturou R$ 4 milh�es em 2015 e R$ 2,8 milh�es em 2014.
A cervejaria existe desde 2010, mas s� passou a produzir uma marca pr�pria h� um ano -antes trabalhava com r�tulos de outras empresas.
Para este inverno, est� lan�ando a Bar�o, uma irish red ale, que chega ao consumidor por cerca de R$ 15 a garrafa. "Os estilos ale s�o cervejas de receitas mais antigas, levam maltes especiais e lupulus importados. Demandam mais de tempo na fermenta��o e matura��o."
Essa demora na mautura��o costuma refletir no pre�o das cervejas de inverno. Enquanto as receitas comuns levam entre 15 e 20 dias no processo, as encorpadas demoram at� quatro meses, segundo Ribas, da Cervejaria Nacional. Isso faz com que os tanques usados na produ��o fiquem ocupados durante um longo per�odo. O pre�o de uma ta�a de chope sazonal chega a ser o dobro do que custa o carro-chefe da casa, a Domina Weiss (R$ 13,50).
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