Empresas inovam e prolongam prazo de validade de alimentos; veja como
Agrindus/Divulga��o | ||
Leite tipo A Letti vendido em 45 cidades com embalagem plastica que prolonga a validade de 7 para 15 dias |
O caf� da manh� dos brasileiros vai durar mais, pelo menos no que se refere ao prazo de validade de alimentos como leite e p�o de forma.
Empresas brasileiras est�o apostando em inova��es —uma delas j� colocada em pr�tica— que prolongam a vida �til dos produtos.
Prorrogar o chamado "tempo de prateleira" � importante porque alivia produtor e comerciante, que ter�o o alimento v�lido por um per�odo maior, e tamb�m o consumidor, que n�o ver� o produto estragar t�o rapidamente no arm�rio ou na geladeira.
A paulista Nanox desenvolveu aditivos para embalagens de leite pasteurizado, � base de prata. � um bactericida inserido no processo de fabrica��o da garrafa pl�stica e que eleva de 7 para 15 dias a validade do leite.
O produto, segundo a empresa desenvolvedora e uma ind�stria que j� o utiliza, n�o migra para o alimento e � totalmente seguro.
A empresa j� fabricava aditivos antimicrobianos, para aplicar em tapetes, carpetes, refrigeradores e bebedouros de �gua, at� iniciar os testes no mercado de alimentos, em 2013, segundo Luiz Gustavo Pagotto Sim�es, diretor-presidente da Nanox.
O bactericida foi homologado pela FDA (ag�ncia que regula alimentos e medicamentos no EUA), o que despertou a aten��o da Agrindus, de Descalvado (SP), �nica empresa que hoje utiliza o sistema na produ��o do leite tipo A.
Mesmo gerando uma alta de custo de R$ 0,05 por litro de leite (o consumidor paga cerca de R$ 3,50), a empresa diz que o sistema � lucrativo, devido ao ganho que tem evitando o desperd�cio e aumentando a �rea de abrang�ncia para a venda da bebida.
"Procuramos a empresa quando ela ainda nem tinha registro na Anvisa e no FDA. Ap�s a certifica��o, que dizia que o produto n�o gerava risco ao alimento, come�amos os estudos", disse Helena Fagundes Karsburg, gerente t�cnica da Letti, que processa 25 mil litros de leite tipo A por dia, vendido em 45 cidades de S�o Paulo e Minas Gerais.
De acordo com ela, havia d�vida se a inova��o agregaria valor � distribui��o e ao pre�o ao consumidor, mas a empresa resolveu apostar e afirma ter ganhado "f�lego". "Absorvemos o custo por crer na tecnologia em si e por querermos ser inovadores, ganhando em biosseguran�a, log�stica e distribui��o."
A Nanox, que j� investiu cerca de R$ 1 milh�o —metade disso em certifica��es— tamb�m produz filmes pl�sticos flex�veis (para embalar alimentos) com antimicrobianos, lan�ados no fim do ano passado.
Agora, busca um investidor norte-americano para abrir uma opera��o nos EUA, j� que possui a homologa��o da FDA.
Outro foco da empresa, em fase de testes, � o mercado de leite de saquinho. O objetivo � elevar a validade de quatro para dez dias. H�, ainda, testes com ma�� e banana, mas ainda s�o incipientes, segundo Sim�es.
J� a mineira Phoneutria desenvolveu, em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), um produto natural, a partir do �leo de cozinha, para ser usado no p�o de forma. A empresa desenvolve produtos ligados � biotecnologia (reagentes).
Diferentemente do bactericida do leite, ele � "pulverizado" no pr�prio alimento, e n�o na embalagem.
Um tratamento de enzimas com o �leo gerou um componente que protege e amplia a conserva��o do alimento.
Ele � aplicado utilizando os mesmos equipamentos dos conservantes qu�micos. A validade do p�o de forma, normalmente de sete a dez dias, chega a dobrar.
"Todos consomem algum tipo de p�o, n�o importa qual, e manter esse alimento v�lido por mais tempo � importante. O sistema � inovador tamb�m por n�o necessitar de nenhuma m�quina nova no setor de panifica��o", disse o s�cio da empresa e docente da UFMG Evanguedes Kalapothakis, do departamento de biologia geral.
A perspectiva inicial era de que a valida��o do produto no pa�s –superar as barreiras burocr�ticas– ocorresse at� o final de 2016, mas a crise na economia pode atrasar sua chegada ao mercado, segundo Kalapothakis. A descoberta j� foi testada em laborat�rio em queijos e ovos, com resultados positivos, de acordo com ele. H� perspectiva de testes em massas e carnes, futuramente.
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