Setor privado investe em intelig�ncia para combater avan�o do contrabando
Com a possibilidade de a crise econ�mica estimular o contrabando, mais setores da ind�stria se juntaram a uma frente nacional que monitora a atua��o das quadrilhas do com�rcio ilegal para tentar reduzir os preju�zos.
Ligadas ao F�rum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), essas empresas montaram a pr�pria rede contra o com�rcio ilegal, investindo em centrais privadas para investigar.
As informa��es s�o compartilhadas com a intelig�ncia de pol�cias, de fiscais da Receita Federal e das secretarias estaduais da Fazenda. Assim, a ind�stria divide o combate ao contrabando com as autoridades.
Em 2013, dez setores faziam parte desse grupo. No ano passado, foram 30. Uniram-se � ofensiva anticontrabando, empresas de siderurgia, higiene e cosm�ticos, artigos esportivos e pneus, que viram na recess�o premente um impulso para que consumidores comprem produtos ilegais –muito mais baratos porque n�o pagam impostos.
M�rcio Costa de Menezes e Gon�alves, advogado e ex-secret�rio executivo do Conselho Nacional de Combate � Pirataria, ligado ao Minist�rio da Justi�a, resume o movimento: "O que antes a ind�stria enxergava como custo passou agora a ser visto como investimento".
Levantamento do FNCP com seus associados estima em R$ 65 bilh�es as perdas, no ano passado, para o com�rcio ilegal em 15 setores. J� o impacto na arrecada��o federal, a partir dessa estimativa, seria de R$ 29,3 bilh�es.
� como se o Brasil perdesse anualmente o equivalente ao PIB do Panam�.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
![]() |
||
PREJU�ZOS
A venda ilegal de cigarros, vindos sobretudo do Paraguai, est� entre as que mais causam danos � ind�stria. Para medi-la, a Souza Cruz contratou o instituto de pesquisas Ibope, colocando na rua 10 mil entrevistadores para checar o que os fumantes brasileiros consomem.
O estudo concluiu que o com�rcio ilegal do produto tomou 30% do mercado e se concentra em Minas, S�o Paulo e nos Estados do Sul.
Na ind�stria farmac�utica, essa perda foi de 20%. No setor t�xtil, 13,6%.
O contrabando chegou at� a mesa: o uso ilegal de herbicidas, pesticidas e fungicidas em planta��es de alimentos avan�a com a escalada de pre�os e o recente ataque de uma lagarta de dif�cil controle, segundo o Sindicato Nacional da Ind�stria de Produtos para Defesa Vegetal.
A entidade diz que 10% do mercado foi tomado pelo produto, que � comercializado sem controle de qualidade.
VIRADA
Fabricantes de computadores e de brinquedos conseguiram virar o jogo. O primeiro reduziu a fatia estimada do chamado "mercado cinza" ""aparelhos sem autoriza��o de venda pelo fabricante ou montados nas lojas com pe�as trazidas da China via Paraguai"" de 70% para 15%, segundo dados da consultoria especializada IDC, gra�as � queda de pre�os.
A redu��o deriva de uma campanha de lobby que levou o governo a cortar a carga tribut�ria na cadeia produtiva, em 2005, e alguns Estados a concederem benef�cios fiscais para atrair instala��o de f�bricas.
No setor de brinquedos, a contraofensiva veio com investimento em uma central de intelig�ncia que abastece a Receita Federal em suas investiga��es, como a que resultou na Opera��o Boneca.
Na a��o, a associa��o detectou brinquedos comprados da China que entravam no pa�s com declara��o de proced�ncia uruguaia para usufruir das vantagens tribut�rias do s�cio no Mercosul.
Pesou tamb�m a atua��o do Inmetro, que passou a exigir o cumprimento de normas t�cnicas de qualidade para todos os brinquedos vendidos no pa�s e a conceder selo de certifica��o. A Abrinq, associa��o do setor, estima em 5,5% a fatia dos ilegais em seu mercado. Em 2004, era 70%.
Livraria da Folha
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenci�rio
- Livro analisa comunica��es pol�ticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 11/07/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +0,84% | 128.294 | (17h32) |
Dolar Com. | +0,52% | R$ 5,4413 | (17h00) |
Euro | +0,68% | R$ 5,8818 | (17h31) |