Incerteza em rela��o � economia do pa�s bate recorde
As apostas dos analistas para o crescimento da economia brasileira em 2015, quando ter� in�cio um novo mandato presidencial, variam atualmente de 0,5% a 4,5%.
Os quatro pontos percentuais que separam os extremos de otimismo e pessimismo do mercado revelam um n�vel recorde de incerteza em rela��o ao rumo do pa�s em um horizonte de dois anos.
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J� as previs�es para 2014 oscilam entre 0,5% e 3,7%. Considerando as proje��es feitas sempre no fim de setembro para o ano seguinte, a diverg�ncia atual entre os analistas s� perde para a registrada em 2002, antes da elei��o de Lula.
Editoria de Arte/Folhapress |
"Essa dist�ncia grande entre as proje��es m�ximas e m�nimas indica que o mercado est� muito inseguro sobre o futuro da economia", afirma Marcelo Fernandes, professor da FGV-SP e da Queen Mary University of London.
EFEITO DA INCERTEZA
As proje��es feitas por economistas para o comportamento de indicadores como PIB, infla��o e c�mbio nem sempre s�o certeiras. Quanto mais distante o per�odo analisado, maior se torna o risco de erro.
Apesar disso, as previs�es s�o refer�ncias acompanhadas por governo, empres�rios e investidores. Apostas muito divergentes podem contribuir para o aumento de incerteza em rela��o ao desempenho da economia e a redu��o da confian�a em uma poss�vel recupera��o.
"Essa incerteza refletida na grande dispers�o das proje��es � ruim porque afeta decis�es de investimento", diz Br�ulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores.
Com isso, segundo Borges e Fernandes, a inseguran�a em rela��o ao futuro acaba afetando o comportamento presente da economia.
"Em um ambiente incerto, a rea��o natural � reduzir riscos. As empresas cortam investimentos e isso dificulta o crescimento da economia", diz Fernandes.
CAUSAS
A lista de fatores que t�m contribu�do para a grande diverg�ncia nas expectativas sobre o desempenho da economia brasileira � longa.
Aur�lio Bicalho, economista do Ita� Unibanco, cita, entre outras causas, as recorrentes surpresas negativas em rela��o � recupera��o da economia brasileira desde 2011.
A frustra��o em rela��o ao desempenho da economia global, a elei��o presidencial de 2014 e a atitude mais intervencionista do governo nos �ltimos anos tamb�m s�o citadas por especialistas como motivos de inseguran�a.
Por outro lado, existe a possibilidade de que os grandes eventos esportivos que o Brasil sediar� e as concess�es de infraestrutura ao setor privado tenham forte impacto positivo sobre a recupera��o.
Borges, da LCA, destaca que, dependendo do peso que atribuem a cada um desses fatores, os analistas chegam a uma conta diferente em rela��o ao potencial de crescimento da economia sem press�es inflacion�rias.
O risco do atual cen�rio de forte diverg�ncia � que contribua para adiar ainda mais a recupera��o econ�mica.
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