Audiovisual n�o pode ser medido s� em n�meros, dizem pesquisadores
Claudio Pedroso/Ag�ncia Foto | ||
Pesquisadores debatem a 'Economia da Cultura e o Cinema em N�meros' no 1� F�rum Mostra-Folha |
O valor da produ��o audiovisual, assim como o de toda a cultura, n�o pode ser medido apenas com n�meros. Entretanto, � necess�rio que se levante mais dados para que as pol�ticas de incentivo � �rea tenham devida sustenta��o.
Esses foram pontos trazidos pelos especialistas presentes na mesa que encerrou, nesta sexta-feira (27), o 1� F�rum Mostra-Folha, organizado pela Folha em parceria com a 41� Mostra Internacional de Cinema de S�o Paulo. A media��o foi de Ana Paula Sousa, coordenadora do evento.
"� um reducionismo olhar apenas para a dimens�o econ�mica da cultura. Ela tem impactos n�o econ�micos essenciais, que sozinhos justificam pol�ticas p�blicas." disse Andr� Moreira Cunha, professor da UFRGS.
Breno Sampaio, professor da UFPE, afirma que existe, entretanto, uma car�ncia e dificuldade em obter dados que possam sustentar a tomada de decis�o sobre as pol�ticas de incentivo ao audiovisual no pa�s. Ele citou estat�sticas baseadas em demanda, mas ponderou que nenhum modelo abrange todas as complexidades da arte.
"Um modelo estat�stico pode prever que a demanda de um filme ser� ruim, mesmo que ele tenha potencial para apresentar uma nova perspectiva art�stica. E isso tem um valor que n�o � mensur�vel", disse.
Apesar das ressalvas, o conhecimento desses n�meros pode "permitir ao formador de pol�ticas, ao empres�rio, aos participantes da ind�stria, se basear em dados para formar estrat�gias melhores para no futuro", acrescentou Gustavo Sampaio, tamb�m professor da UFPE, que, junto com Breno, desenvolve pesquisas sobre a demanda do cinema no Brasil.
Por esses motivos, a quest�o num�rica do audiovisual, assim como seu impacto no cen�rio econ�mico nacional, tamb�m n�o deve ser menosprezada, avaliaram os especialistas. "Cada R$ 100 gerados no audiovisual geram quase R$ 250 para outros setores. Isso tem uma import�ncia que precisa ser valorizada", disse Andr� Moreira Cunha.
INTERNACIONALIZA��O
Durante o debate, tamb�m foi abordada a quest�o da demanda internacional pelo cinema brasileiro. Mas a express�o das produ��es nacionais em outros pa�ses ainda � m�nima, avaliou Paula Alves de Souza, chefe do Departamento Cultural do Minist�rio das Rela��es Exteriores. Para ela, ainda � dif�cil pensar em internacionaliza��o enquanto a ind�stria n�o for plenamente desenvolvida.
Paula disse que alguns dos fatores que impedem que o cinema brasileiro ultrapasse fronteiras s�o a falta de capacita��o internacional dos produtores e o pr�prio conte�do produzido, que seria muito voltado ao p�blico local. "Nosso conte�do � autorreferencial, porque somos assim culturalmente."
A participa��o em festivais de cinema foi destacada como uma das principais formas de difundir nossas produ��es para fora. Catherine Ann Berger, diretora da Swiss Films, apontou que coprodu��es com outros pa�ses s�o estrat�gicas para atrair o p�blico estrangeiro.
"Antes mesmo de vermos um filme, muitas coisas s�o levadas em considera��o para definir seu potencial internacional", disse Catherine. "Mas as coprodu��es j� t�m muito potencial de viajar pelo mundo."
A diplomata concordou, citando como exemplo o Festival de Berlim. "Ainda temos que melhorar, mas o que vimos em Berlim foi um festival maduro, em que muitos filmes eram coprodu��es apoiadas pela Ancine. Nos causou grande orgulho."
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