Festival paulistano revela 'cinema do amor' do franc�s Paul Vecchiali
AFP | ||
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Danielle Darrieux em cena do filme 'En Haut des Marches', de Paul Vecchiali |
Cineasta do amor, da loucura, dos corpos que se entregam em dan�as, transas, brigas; dos corpos apaixonados ou decadentes, cora��es vibrantes ou desiludidos. Cineasta da liberdade, do arrojo e do gozo, da coragem de ser sentimental sem pedir permiss�o e dos flertes com a hist�ria do cinema.
Assim � Paul Vecchiali, um dos maiores em atividade, que o espectador poder� conhecer melhor na 41� Mostra.
O cin�filo brasileiro teve a chance de conhecer tr�s dos seus longas recentes: "Noites Brancas no Pier" (2014), "� o Amor" (2015) e "O Ignorante" (2016), com distribui��o no circuito comercial.
O primeiro foi acompanhado por uma redescoberta de sua obra na Fran�a, onde foi homenageado com retrospectivas e restaura��es de alguns de seus filmes antigos.
Nada mais justo, mas sua carreira nunca teve um real per�odo de baixa. "� o Amor" � um de seus melhores filmes, o que mostra que sua verve continua implac�vel.
O festival exibir� dos celebrados "O Estrangulador" (1970), "Mulheres, Mulheres" (1974) e "R�quiem Para Uma Mulher" (1979), aos igualmente brilhantes, mas ins�litos "A Chantagem" (1975) e "Uma Vez Mais" (1988).
S�o 12 longas e um curta, incluindo os tr�s que foram distribu�dos comercialmente e o �ltimo que dirigiu, "Os 7 Desertores" (2017), que ter� estreia mundial no evento.
Todos os filmes programados s�o obrigat�rios. Mas em tempos de censuras a manifesta��es art�sticas, vale chamar aten��o para "A Chantagem", drama com sexo expl�cito (um ano antes de "O Imp�rio dos Sentidos") que faz Lars Von Trier parecer pudico com "Ninfoman�aca".
"Uma Vez Mais", dedicado aos inadequados do mundo, � um melanc�lico registro da Aids em seus anos mais terr�veis e devastadores, em meados da d�cada de 1980.
Vemos acontecimentos na vida de um homem em apenas dois ou tr�s dias de cada m�s de outubro, de 1976 a 1987. A fragmenta��o � inventiva. Personagens desaparecem e reaparecem, provocando estranheza em meio � beleza de sua mise-en-sc�ne.
"Mulheres, Mulheres" � tido como seu maior momento. � justo, por ser um grande filme, e injusto, se pensarmos na riqueza de sua carreira.
O longa traz uma atua��o de antologia de H�l�ne Surg�re, com quem Vecchiali mais trabalhou. Aqui ela interpreta uma atriz decadente e desencantada, que divide um apartamento com outra atriz (vivida por Sonia Saviange).
Talvez seja injusto reclamar de aus�ncias numa sele��o s� com p�rolas, mas d� para –ao menos tr�s: o duro e belo "La Machine" (1977), sobre pena de morte, al�m de dois filmes de sua "d�cada dif�cil": o po�tico "Point d"Orgue" (1993), produzido para a TV, e o obscuro e fascinante "Wonder Boy" (1994).
De todo modo, os 12 longas e o curta da programa��o servir�o para que o espectador possa ficar realmente maravilhado e queira procurar os outros filmes do diretor.
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