Grego entrela�a B�blia e poesia homoer�tica de Safo na igreja da Flip
Bruno Santos/Folhapress | ||
Da esq. para a dir., Frederico Louren�o, Guilherme Gontijo Flores e �ngel Gurr�a-Quintana na Flip |
A Igreja da Matriz de Paraty foi palco de uma performance ins�lita na noite desta quinta-feira (27): um tradutor portugu�s agn�stico leu um trecho da B�blia em grego, seguido de um brasileiro que entoou um poema de Safo de Lesbos, tamb�m em grego. A leitura fez parte da mesa "Odi et Amo", que abordou a tradu��o de obras cl�ssicas gregas.
O portugu�s Frederico Louren�o, professor da Universidade de Coimbra, j� verteu a "Odisseia" de Homero para o portugu�s e agora se dedica a traduzir a B�blia do grego da forma mais literal poss�vel.
Ele acaba de publicar pela Companhia das Letras o Novo Testamento traduzido do grego.
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J� o brasileiro Guilherme Gontijo Flores, professor de l�ngua e literatura latina na Universidade Federal do Paran�, traduziu a poesia homoer�tica de Safo
seguindo o "ritmo e a musicalidade" originais, no livro "Fragmentos Completos: Safo", da editora 34.
Com a media��o do experiente Angel Gurr�a-Quintana, uma mesa que poderia ter sido impenetr�vel para n�o iniciados prendeu a aten��o e arrancou risos da plateia.
Louren�o fez a primeira tradu��o n�o teol�gica da B�blia a ser publicada em Portugal. Seu objetivo foi trat�-la como um documento hist�rico, da forma mais literal poss�vel, sem as interpreta��es ligadas ao catolicismo ou protestantismo. "Tradu��o teol�gica � uma interpreta��o, as pessoas confundem interpreta��o cat�lica da B�blia com a B�blia", diz o autor, que afirma n�o ser praticante de nenhuma religi�o.
J� Flores se prop�s a fazer uma tradu��o de Safo que respeitasse a musicalidade dos poemas, mas tamb�m o rigor filol�gico. "Fui estudar ritmos e m�trica gregos, para que os poemas em portugu�s pudessem ser entoados e cantados no mesmo padr�o r�tmico que o grego."
Flores, que tamb�m � poeta, diz ser bastante influenciado pelos poetas concretos brasileiros. �s vezes, opta por tradu��es mais heterodoxas de alguns versos para preservar a sonoridade do grego em portugu�s.
Louren�o diz que seu projeto � fazer uma tradu��o t�o isenta e literal quanto poss�vel, a ponto de ter as mesmas palavras nas mesmas posi��es nas frases. Em Portugal, causou certa controv�rsia. "As pessoas ficaram muito incomodadas pelo fato de o pai-nosso que elas rezam na missa ser diferente do pai-nosso em grego na tradu��o cr�tica", diz.
"O capel�o da Universidade de Coimbra �s vezes me pergunta se o que acabou de ler na missa � o mesmo que est� no texto grego, e tenho de dizer que n�o, n�o sei por que h� tantas diferen�as entre a liturgia cat�lica e o que est� escrito."
A dramaturga mineira Grace Pass� abriu a mesa com uma performance baseada em sua pe�a "Vaga Carne".
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