Em mesa sem entrosamento, Juli�n Fuks aponta crise na inven��o liter�ria
Bruno Santos/Folhapress | ||
O escritor paulista Juli�n Fuks no segundo dia da 15� Flip. |
O escritor paulista Juli�n Fuks analisou a import�ncia da autofic��o como forma de reinventar a literatura, na tarde desta quinta-feira (27), na mesa em que participou na Flip (Festa Liter�ria Internacional de Paraty). Ao lado dele, estava Jacques Fux, tamb�m convidado para discutir o tema.
Para Juli�n, nas letras contempor�neas, h� um uso mais extremo da experi�ncia pessoal nas obras.
"O romance, como g�nero, sempre foi visitado por outros discursos. Agora, ele tem sido cada vez mais permeado pela historiografia e, no caso da autofic��o, pela biografia. N�o me parece um fen�meno irrelevante", disse o autor de "A Resist�ncia".
O escritor prefere usar o termo "p�s-fic��o" em vez de "autofic��o". O segundo termo colocaria, de acordo com ele, a quest�o centrada demais na figura do autor. O primeiro, por�m, mostraria "uma crise na possibilidade de inven��o".
Juli�n tamb�m criticou a vis�o que o g�nero seria uma forma narcisista de rela��o com o liter�rio.
"Muitas vezes � uma aproxima��o com o outro, a tentativa de contar uma hist�ria coletiva por meio de uma hist�ria pessoal", disse.
O autor tamb�m refletiu sobre as pessoas que a autofic��o costuma ofender, mas falou n�o buscar, em sua obra, ser arbitrariamente franco.
"N�o � contar tudo [da intimidade] pelo simples fato de contar tudo, mas, ao dizer algo com palavras, esse algo pode se transformar", afirmou.
Jacques acrescentou n�o ver a fic��o como o contr�rio da verdade -mas apenas uma outra express�o dela.
SEM ENTROSAMENTO
Faltou, por�m, entrosamento no encontro entre os dois –e a media��o de Ana Weiss tamb�m n�o fez perguntas que provocassem o intelecto da dupla ou estabelecessem um di�logo entre suas obras.
A sensa��o, na maior parte do tempo, era que os autores falavam apenas com a plateia e n�o entre si. Assim, as reflex�es de Juli�n, alinhadas �s discuss�es comuns na Flip, por vezes ficavam sem resposta.
A Resist�ncia |
Juli�n Fuks |
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O autor prop�s reflex�es sobre literatura, enquanto Jacques contou hist�rias de seus livros, contando uma s�rie de piadas -que �s vezes faziam a plateia rir, �s vezes n�o.
"No meu segundo livro, eu fiz uma refer�ncia ao Juli�n!", disse Jacques, antes de dizer que a obra se chama "Brochadas".
Ele brincou ainda com o nome da mesa, Fuks & Fux –em refer�ncia ao verbo ingl�s "to fuck", forma de baixo cal�o para o sexo–, ironizando o fato de estarem falando dentro de uma igreja.
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