Jorge Schwartz apresenta mapa para vasto labirinto de Jorge Luis Borges
AFP | ||
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Jorge Luis Borges, em foto no M�xico em 1981 |
O t�tulo "Borges Babil�nico -Uma Enciclop�dia", do livro organizado por Jorge Schwartz que chega agora �s prateleiras, n�o podia ser mais apropriado.
Quem se aproxima da obra do escritor argentino ter� a sensa��o de estar diante de um grande monumento. L�-lo, em resumo, � como percorrer labir�nticos corredores.
A imagem n�o se deve apenas � vast�ssima cultura enciclop�dica de Borges -com refer�ncias � filosofia, � teologia, aos mitos e literaturas orientais e ocidentais-, mas tamb�m � forma como ele usou tal saber para construir grandes abstra��es do pensamento.
Jorge Schwartz apresenta, ent�o, um mapa do labirinto. Com colaboradores como Alberto Manguel, Beatriz Sarlo e Leyla Perrone-Mois�s, entre outros, a obra traz verbetes sobre o universo do autor.
O volume, conta Schwartz, come�ou a ser feito h� 20 anos -como um exerc�cio com alunos de gradua��o, para ser um pequeno guia.
A ideia � interessar tanto o especialista, que deseja respostas espec�ficas para suas d�vidas, quanto estimular o leitor leigo a ler Borges.
"A curiosidade de qualquer leitor pode fazer do verbete um final em si mesmo, ou um instrumento de an�lise. H� uma vasta bibliografia final, dos livros consultados pelos verbetistas, a qual sem d�vida ajudar� o especialista", diz Schwartz.
N�o � s� por explorar o universo do argentino que o livro � borgiano.
O autor era um grande leitor de dicion�rios e enciclop�dias -que ele lia horizontalmente, n�o como instrumento de consulta.
"Ningu�m deu o status de literatura �s enciclop�dias e dicion�rios como Borges", afirma Schwartz.
Al�m disso, em textos cl�ssicos, Borges associava a experi�ncia do homem na biblioteca a uma experi�ncia com o infinito -e a quest�o da organiza��o desse vasto mundo tamb�m estava presente.
"Nada substitui o prazer da leitura de contos cl�ssicos como 'A biblioteca de Babel', ou 'Tl�n, Uqbar, Orbis Tertius', [no livro 'Fic��es'] em que a biblioteca tem protagonismo fundamental", afirma Schwartz.
Para o cr�tico, a horizontalidade da enciclop�dia tradicional faz ela vencer a Wikip�dia, ao aproximar aleatoriamente, por exemplo, o verbete "enciclop�dia" a "En Soph", a pura ess�ncia de Deus segundo os cabalistas.
FIC��O E TEORIA
Schwartz lembra que o chamado "boom" da literatura americana, nos anos 1960, n�o existiria sem a literatura de Borges.
"� uma verdadeira revolu��o no campo da escrita, em que se fundem fic��o, cr�tica e teorias liter�rias. Borges deu uma dimens�o universal � literatura argentina, que pecava por excesso de nacionalismo e de cor local", diz.
Borges Babil�nico - Uma Enciclop�dia |
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O organizador do volume lembra dos encontros com Borges quando o autor veio ao Brasil, em 1984. Na ocasi�o, ele deu uma palestra no estacionamento da sede da Folha, em S�o Paulo -mas o barulho das rotativas tornava dif�cil ouvi-lo, afirma Schwartz.
"Aos 84, sua imagem impunha a vis�o de um profeta cego, um Tir�sias argentino."
BORGES BABIL�NICO
ORGANIZA��O Jorge Schwartz
EDITORA Companhia das Letras
QUANTO R$ 109,90 (576 p�gs.)
Livraria da Folha
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