Reforma de R$ 100 mi do Museu do Ipiranga recebeu apenas R$ 5,87 mi
Rogerio Canella/Folhapress | ||
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Imagem interna do Museu do Ipiranga, fechado desde agosto de 2013 |
Nos dois �ltimos anos em que esteve fechado, o Museu do Ipiranga gastou R$ 7,7 milh�es, dos quais R$ 4,7 milh�es (61%) foram destinados � vigil�ncia. Menos de um quinto —cerca de R$ 1,4 milh�o de tudo que a institui��o empenhou— est� relacionado a seu processo de reforma. A� est�o alugu�is de casas que receber�o as 170 mil pe�as da institui��o enquanto ela passar pela reforma.
S�o estes os dados que constam na execu��o or�ament�ria da institui��o, dispon�vel ao p�blico e consultada pela reportagem da Folha.
Ao valor de R$ 1,4 milh�o —o �nico gasto do Museu do Ipiranga relacionado � reforma—, somam-se outros dois: R$ 1,6 milh�o oriundo de aporte da Funda��o de Amparo � Pesquisa do Estado de S�o Paulo (Fapesp) e R$ 2,87 milh�es gastos pela Superintend�ncia do Espa�o F�sico (SEF), �rg�o da USP respons�vel por reformas em patrim�nios da institui��o.
Assim, o valor global gasto com os reparos do museu nos �ltimos dois anos chega a R$ 5,87 milh�es, valor �nfimo comparado ao or�amento do projeto, que passa de R$ 100 milh�es.
GASTOS
Na �poca em que a diretora Sheila Ornstein decidiu interditar o museu, em agosto de 2013 —quando o forro do pr�dio amea�ava desabar—, a USP previa gastar R$ 21 milh�es com o restauro e refor�os estruturais para o pr�dio de 1895. Essa estimativa, de acordo com o vice-reitor Vahan Agopyan, j� ultrapassa os R$ 100 milh�es.
Em tr�s anos, no entanto, uma parte m�nima desses recursos chegou ao museu. Somados, os gastos da SEF nos �ltimos dois anos chegam a R$ 2,87 milh�es, segundo informa��es da assessoria. Est�o contabilizados os valores da reforma de uma escada, de um laudo t�cnico sobre o forro do pr�dio e outro lado, este feito antes da interdi��o do museu, que elaboraria o projeto de restaura��o.
"N�o est� mensurado [no valor] o trabalho dos funcion�rios da Superintend�ncia do Espa�o F�sico, como, por exemplo, o mapeamento das fachadas com risco de queda", completa.
Mais R$ 1,6 milh�o em verbas vindas de fora da USP, um projeto apoiado pela Fapesp, foi destinado para a compra do mobili�rio usado nas reservas t�cnicas provis�rias do museu.
Nenhum dos trabalhos art�sticos e artefatos hist�ricos do museu, a n�o ser as pe�as agora expostas na Pinacoteca do Estado numa mostra que p�e em di�logo as cole��es das duas institui��es, deixou o pr�dio do Ipiranga. Enquanto isso, equipes do museu v�m embrulhando os trabalhos e preparando a mudan�a.
Mas o in�cio desse processo ainda depende de uma nova fase de estudos, o que o museu chama de diagn�stico de suas �reas internas e pode levar pelo menos um ano.
Na quinta (28), dois dias depois de reportagem da Folha sobre o museu, a USP divulgou seu plano de obras. Ali constam s� trabalhos considerados priorit�rios. O Ipiranga aparece com o valor licitado de R$ 1,9 milh�o para a realiza��o de mais um estudo t�cnico do edif�cio. Essa etapa do trabalho deve ter in�cio em mar�o, quando termina a concorr�ncia p�blica para a escolha da empresa que far� o servi�o.
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