Quadrinistas brasileiros comemoram tradu��es no mercado franc�s
H� uma novidade entre os escritores brasileiros convocados para participar do Sal�o do Livro de Paris, que nesta edi��o reverencia o Brasil: a presen�a da HQ nacional, que n�o havia sido contemplada da �ltima vez que o evento homenageou o pa�s, em 1998.
Entre os autores brasileiros escalados para o evento, que acontece at� domingo (23) na capital francesa, estar�o os quadrinistas F�bio Moon, de S�o Paulo, o niteroiense Marcello Quintanilha e o ga�cho S. Lobo.
Segundo Karine Pansa, diretora da C�mara Brasileira do Livro (a institui��o promove o evento ao lado dos minist�rios da Cultura e das Rela��es Exteriores), trata-se de uma oportunidade �nica para os editores de HQ mostrarem seus livros ao p�blico franc�s.
"A hist�ria em quadrinhos � um g�nero importante. Hoje, nossos quadrinhos s�o reconhecidos no exterior. Tanto que, mesmo com dois espa�os no stand brasileiro, um para 80 e outro para 25 lugares, os autores tamb�m foram convidados pelas editoras para uma programa��o extra", comenta ela.
Os tr�s quadrinistas brasileiros convidados j� t�m livros publicados na Fran�a. Moon lan�ou por l�, com o irm�o g�meo, Gabriel B�, dois t�tulos pelo selo Urban Comics, da editora Dargaud: "Daytripper, Au Jour Le Jour" (publicada no Brasil em 2011 pela Panini como "Daytripper") e "L'Ali�niste". Editada pela Agir, a vers�o em HQ do cl�ssico "O Alienista" de Machado de Assis venceu o Pr�mio Jabuti, em 2008.
INTERESSE
Os irm�os Moon B� lan�am no Sal�o do Livro mais uma adapta��o em quadrinhos: o aguardado �lbum "Deux Fr�res", em que interpretam graficamente o romance "Dois Irm�os", de Milton Hatoum.
A vers�o em franc�s do t�tulo sai praticamente ao mesmo tempo do que a brasileira, editada pela Companhia das Letras. Assim como o original de Hatoum, a HQ conta a hist�ria de rivalidade entre os g�meos Yaqub e Omar, em Manaus.
Moon reconhece a import�ncia do convite para representar o Brasil no Sal�o do Livro. "A Fran�a adora quadrinhos e leva o g�nero muito a s�rio. Al�m de ser interessante mostrar aos franceses que o Brasil tamb�m produz v�rios tipos de HQs", diz.
Tanto ele como Lobo e Quintanilha produzem hist�rias mais longas: "V�rios autores j� est�o procurando esse mercado, todo o cen�rio mudou. E, com mais produ��o e variedade, tem agradado cr�tica e p�blico".
N�o � a primeira vez que Moon leva os seus quadrinhos � Fran�a. Quando esteve no Festival de Angoul�me, h� dois anos, com o �lbum "Daytripper", ele percebeu que o leitor franc�s se interessava mais pelos cap�tulos ex�ticos em que a vida do brasileiro parecia fugir do lugar comum, como nas cenas passadas em Salvador.
"O trabalho de Quintanilha vai interessar bastante ao p�blico franc�s porque tamb�m foge do cotidiano do brasileiro", explica Moon. "Assim como 'Copacabana' [de S. Lobo], pois as pessoas se interessam pelo Rio. E Lobo mostra um Rio bem diferente."
Lobo, que prepara uma s�rie de anima��o inspirada na HQ sobre prostitutas, escrita por ele e ilustrada pelo conterr�neo Odyr, revela que o fato de ter escrito sobre Copacabana foi facilitador. "Afinal � a praia mais famosa do mundo. Isso ajuda na compreens�o do livro."
'BANDE DESSIN�E'
Ainda assim, ele � cauteloso com rela��o � HQ, rec�m-lan�ada na Fran�a pela editora Warum: "N�o sei como ser� a recep��o, a Fran�a � outro universo, muito maior", diz Lobo com rela��o ao mercado de "bande dessin�e" (como os franceses denominam a hist�ria em quadrinhos).
Para Quintanilha, a situa��o � diferente, pois ele mora h� anos em Barcelona e conhece melhor o mercado europeu de quadrinhos. Al�m de j� ter publicado por l� a s�rie "7 Balles pour Oxford", in�dita no Brasil e escrita por Montecarlo e Jorge Zentner, o brasileiro acaba de lan�ar "Mes Chers Samedis" na Fran�a, pela �� et L�.
O t�tulo saiu no Brasil pela Conrad em 2009 como "S�bado dos Meus Amores" (R$ 42, 62 p�gs.). Segundo ele, o elogiado "Tungst�nio" (Veneta, R$ 54,90, 192 p�gs.), publicado em 2014, tamb�m est� nos planos da editora francesa.
E revela o seu ponto de vista a respeito do convite de representar o Brasil com seus quadrinhos: "Essa import�ncia equivale � oportunidade de apresentar um trabalho verdadeiramente enraizado na vida brasileira. Ainda que a HQ brasileira ainda n�o tenha um estilo pr�prio, a evolu��o do processo atual pode contribuir decisivamente para isso".
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