Cr�tica: 'Carrie' de 1976 prevalece; filme novo n�o sobrevive at� ano que vem
"Carrie - A Estranha" � menos interessante como produto do que como sintoma das mudan�as do cinema americano nos �ltimos 40 anos.
Em rela��o � primeira adapta��o do livro de Stephen King, feita por Brian De Palma em 1976, essa vers�o dirigida por Kimberly Peirce ("Meninos N�o Choram") traz poucas novidades narrativas.
Nova 'Carrie', atriz Chlo� Grace Moretz sofreu bullying pelo papel
Talvez a �nica realmente importante seja a introdu��o do "bullying" virtual, mais uma forma de opress�o encontrada pelas colegas de Carrie (Chlo� Grace Moretz), que p�em na internet o v�deo de sua primeira menstrua��o.
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Chlo� Moretz como a protagonista no remake de 'Carrie - A Estranha' |
No tom, por�m, as mudan�as s�o muito significativas. Em 1976, um ano antes de "Star Wars", De Palma podia fazer um filme sobre adolescentes tratando os espectadores como adultos. Hoje, Peirce n�o pode fazer o mesmo.
Como o p�blico m�dio diminuiu de idade, Hollywood acredita que � preciso infantilizar seus produtos. E, por isso, temos aqui uma adapta��o mais did�tica, expl�cita e excessiva.
Nas m�os de Peirce, "Carrie" se tornou uma esp�cie de "American Pie" do gore, banalizando e encharcando de sangue essa f�bula de terror sobre a puberdade feminina e o fanatismo religioso.
Em seu romance, King notou que havia algo de assustador no rito de passagem de uma menina � vida adulta, com a menarca sangrenta, o suspense do baile de formatura, o fantasma da rejei��o.
De Palma entendeu que era um livro sobre uma garota aterrorizada pela confus�o hormonal e pela inadequa��o social. E, com os recursos parcos da �poca, criou cenas de horror inesquec�veis.
Peirce achou que era uma hist�ria sobre uma garota que se vingava atirando facas com a for�a do pensamento. E, com mil efeitos especiais, n�o assustou nem uma crian�a --porque n�o sacou que o significado do terror precisa ser profundamente pessoal.
Por isso, o filme de 1976 vai durar al�m de 2013. J� o de 2013 n�o sobreviver� at� o ano que vem.
Mas filmes ruins tamb�m t�m estranhos poderes. Este conseguiu neutralizar o encanto da promissora Chlo�. E transformar uma grande atriz como Julianne Moore, no papel da fan�tica m�e da protagonista, em pastiche.
CARRIE - A ESTRANHA
DIRE��O Kimberly Peirce
PRODU��O EUA, 2013
ONDE An�lia Franco UCI, Center Norte Cinemark e circuito
CLASSIFICA��O 16 anos
AVALIA��O ruim
Livraria da Folha
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