Obra de Tennessee Williams ser� revista em nova biografia
Como bem recorda o pref�cio de John Bak para sua biografia "Tennessee Williams, A Literary Life", o dramaturgo norte-americano declarou repetidas vezes durante sua carreira: quem quisesse saber mais sobre sua vida deveria, antes, ler suas pe�as.
Fase menosprezada da carreira de Tennessee Williams � revisada por cr�ticos
N�o � uma frase gratuita, principalmente porque muitas das hist�rias criadas por Williams surgiram de suas mem�rias, com tra�os autobiogr�ficos -especialmente nos aspectos emocionais.
Na entrevista que deu � revista "The Paris Review" em 1981, por exemplo, Williams relata que a cria��o de Blanche, a protagonista de "Um Bonde Chamado Desejo", est� intimamente ligada � figura de sua irm� mais velha, Rose, que foi diagnosticada como esquizofr�nica e passou boa parte de sua vida internada em um manic�mio.
� sob esta �tica que o cr�tico de teatro da revista "The New Yorker", John Lahr, concebe agora sua nova biografia, a mais esperada obra sobre Tennessee Williams dos �ltimos dez anos, a ser publicada nos EUA pela editora Norton no ano que vem.
"Tennessee Williams: Mad Pilgrimage of the Flesh" come�a na noite de estreia de "The Glass Menagerie" (1944), primeiro sucesso do autor, e vai at� a sua morte.
A import�ncia do livro reside, ainda, na rela��o com uma obra incompleta, "Tom - The Unknown Tennessee Williams", escrita pelo bi�grafo oficial de Williams, Lyle Leverich. Ele morreu em 1999 aos 79 anos, antes de finalizar o trabalho, mas deixou a Lahr em testamento seu material, incluindo 70 fitas com depoimentos do autor.
O livro de Lahr inicialmente foi concebido como continua��o da obra de Leverich, mas tomou outro rumo e ser� lan�ado como obra completamente independente.
"Lyle n�o tinha um ponto de vista sobre as pe�as e n�o era historiador teatral", explica Lahr, ao justificar a ruptura. "Ele tamb�m n�o pensava psicologicamente. Estava pescando anedotas, e eu s� me interesso por anedotas se elas estiverem a servi�o de uma grande ideia."
Para ele, "o clich� de que Williams n�o escreveu nada [de relevante] depois dos anos 1960 n�o faz sentido".
A pe�a "The Gnadiges Fraulein" (1965), inser��o no teatro do absurdo, "� hil�ria e comovente", diz; "Clothes for a Summer Hotel" (1980) e "A House Not Meant to Stand" (1982) "s�o coerentes, al�m de poderosos testamentos do �ntimo de Williams".
Lahr traz ainda em um novo ponto de vista sobre a inf�ncia do dramaturgo. Discorda, por exemplo, da an�lise que Leverich faz sobre a hostilidade de Edwina, m�e de Williams, uma mulher rigorosa, religiosa.
"Embora fosse uma m�e dedicada, n�o era maternal e n�o enxergava seu filho, enxergava o que ela queria que seu filho se tornasse", diz.
"Acho que ele [Leverich] n�o compreendeu o impacto da personalidade dela em Williams." � um ponto importante para a compreens�o da obra de Williams, sobre o qual ele escreveu em pe�as e cartas. (GUSTAVO FIORATTI)
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NO BRASIL
Grupo Tapa retomou dramaturgo
A companhia paulistana dirigida por Eduardo Tolentino fez aproxima��o recente com a obra de Tennessee Williams, mas ainda sob os limites da fase �urea, o que resultou em tradu��es --publicadas pela "� Realiza��es". J� a Companhia das Letras publicou em 2006 o volume "49 Contos de Tennessee Williams".
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