"Nunca estou satisfeito com meus trabalhos", diz vencedor do Pritzker

Quando Toyo Ito fala da Mediateca de Sendai, um de seus trabalhos mais famosos, o arquiteto, que venceu do Pr�mio Pritzker na noite do �ltimo domingo (17), diz que gosta de observar as pessoas cochilando e relaxando dentro da estrutura de vidro.

Japon�s Toyo Ito ganha o pr�mio Pritzker, o "Nobel da arquitetura"

Ito, o sexto arquiteto japon�s a ganhar o Pritzker, considerado o Nobel da arquitetura, disse nesta segunda-feira que a arquitetura precisa se tornar mais aberta �s necessidades das pessoas.

O arquiteto reconhece que, desde o tsunami que atingiu o Jap�o em 2011, tem questionado seus projetos, acima de tudo considerando seu papel na recupera��o de �reas devastadas pelo desastre natural.

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"Depois de conviver com moradores de regi�es destru�das, sinto que devo apostar na constru��o de casas que se pautem pelo estilo de vida das pessoas que ir�o morar nelas", disse ele, em entrevista concedida em seu escrit�rio, em T�quio. "Os arquitetos se acostumaram a projetar edif�cios complexos demais. Precisamos simplificar as obras, usar uma linguagem mais universal."

Os edif�cios projetados por Ito, de bibliotecas a teatros, de casas a escrit�rios, s�o famosos por se complementarem ao ambiente, por serem arejados e equilibrarem natureza e funcionalismo.

Suas constru��es mais conhecidas s�o a casa em espiral de Marbella, no Chile, seu projeto angular de 2002 para o pavilh�o da Serpentine Gallery, em Londres, o curvil�neo Museu de Arte da Universidade Tama e a Torre dos Ventos, de 1986, ambos em T�quio.

"A arquitetura precisa se adaptar para a queda da popula��o, as mudan�as clim�ticas e os recursos cada vez mais escassos", disse. Utilizando um design mais sustent�vel e um movimento mais parecido com o de uma �rvore, que se expande, galho a galho, de acordo com a luz e o ambiente. Precisamos relacionar a arquitetura com o meio em que ela est� inserida."

Apesar de sua proje��o internacional e seus edif�cios ao redor do mundo, a obra de Ito est� intimamente ligada a T�quio, para onde ele se mudou ainda na adolesc�ncia, e que abriga alguns de seus projetos mais conhecidos. O arquiteto, por�m, admite que tem se interessado cada vez mais por trabalhar nas zonas rurais do Jap�o.

"As grandes cidades de qualquer pa�s precisam de movimento para superar o passado e avan�ar, e, lamentavelmente, T�quio carece dessa energia", explicou.

O edif�cio em Sendai � um conjunto de biblioteca e centros de estudos e conviv�ncia em um edif�cio transparente que deixa vis�veis at� mesmo os tubos de ventila��o, como as veias de um corpo humano, segundo Toyo Ito. Ele j� tinha uma carreira de 30 anos quando o edif�cio foi inaugurado, em 2001.

"Naquela �poca, eu realmente me senti orgulhoso de ser arquiteto. Aquela era uma galeria sem paredes ou barreiras, que permitia as pessoas circularem � vontade. � comum ver os visitantes tirando uma soneca, tornando-se parte do pr�dio."