|
Próximo Texto | Índice
Europa prepara sanções contra petróleo iraniano
Setor energético foi poupado na resolução do Conselho de Segurança
Ahmadinejad diz que acordo com Brasil e Turquia para troca de urânio segue válido apesar de punições
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Os chefes de Estado da
União Europeia deverão ampliar a pressão sobre o Irã,
amanhã, ao aprovar novas
sanções unilaterais mais rigorosas que as obtidas no
Conselho de Segurança.
O documento, ainda em
negociação, atinge o setor
energético, excluído das sanções da ONU por pressões da
Rússia e da China.
Pelo texto, seriam proibidos "investimento, assistência técnica ou transferência
de tecnologia, equipamento
ou serviço, particularmente
de refino e de liquefação".
"Pedimos medidas extras
claras, precisas e fortes por
parte da UE", disse o ministro do Exterior britânico, William Hague, antes de acrescentar ver apoio para punir
também o setor financeiro.
Embora países como a Alemanha, que investe no setor
energético iraniano, tenham
expressado reservas, diplomatas relataram haver amplo apoio entre os ministros
do Exterior do bloco.
Nas próximas semanas, os
EUA também devem aprovar
novas sanções unilaterais
contra o Irã, ainda mais duras. As medidas fazem parte
da estratégia traçada por
Washington para forçar o
país a interromper seu programa nuclear, na esteira das
sanções aprovadas na ONU.
Ontem, o vice-ministro de
Indústrias e Minas do Irã,
Mohamad Masud Samieneyad, disse que o país irá restringir a exportação de minerais a nações que lhe impuserem sanções. "As suas cotas
irão para países que não podíamos servir por limitações
de produção."
ACORDO DE TEERÃ
Por outro lado, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou que o acordo
de troca de combustível nuclear firmado com Brasil e
Turquia em maio continua
válido apesar da aprovação
de novas sanções pela ONU.
"A Declaração de Teerã
permanece válida e pode influir nas relações internacionais, ainda que as arrogantes
potências estejam irritadas."
Em Paris, o chanceler Celso Amorim comemorou a declaração. "É uma boa notícia.
Agora é preciso observar como ele [acordo] será seguido
pelos demais", disse.
Mais cedo, conforme a Folha antecipou, Amorim dissera na Conferência de Desarmamento da ONU esperar
que a oportunidade de diálogo aberta pelo acordo não seja perdida.
DIREITOS HUMANOS
Uma declaração anti-Irã
proposta pelos EUA e ratificada por outras 55 nações
provocou polêmica no Conselho de Direitos Humanos
da ONU, em Genebra.
O Irã e aliados tentaram
bloquear a leitura do texto
com moções. No fim da tarde,
a Noruega leu o texto, que denunciava a "ausência de
avanços para a proteção dos
direitos humanos no Irã".
O Brasil não esteve entre
os signatários do texto, mas
também não foi um dos países que tentaram impedir sua
leitura.
Próximo Texto: Frases Índice
|