São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2010

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Europa prepara sanções contra petróleo iraniano

Setor energético foi poupado na resolução do Conselho de Segurança

Ahmadinejad diz que acordo com Brasil e Turquia para troca de urânio segue válido apesar de punições


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os chefes de Estado da União Europeia deverão ampliar a pressão sobre o Irã, amanhã, ao aprovar novas sanções unilaterais mais rigorosas que as obtidas no Conselho de Segurança.
O documento, ainda em negociação, atinge o setor energético, excluído das sanções da ONU por pressões da Rússia e da China.
Pelo texto, seriam proibidos "investimento, assistência técnica ou transferência de tecnologia, equipamento ou serviço, particularmente de refino e de liquefação".
"Pedimos medidas extras claras, precisas e fortes por parte da UE", disse o ministro do Exterior britânico, William Hague, antes de acrescentar ver apoio para punir também o setor financeiro.
Embora países como a Alemanha, que investe no setor energético iraniano, tenham expressado reservas, diplomatas relataram haver amplo apoio entre os ministros do Exterior do bloco.
Nas próximas semanas, os EUA também devem aprovar novas sanções unilaterais contra o Irã, ainda mais duras. As medidas fazem parte da estratégia traçada por Washington para forçar o país a interromper seu programa nuclear, na esteira das sanções aprovadas na ONU.
Ontem, o vice-ministro de Indústrias e Minas do Irã, Mohamad Masud Samieneyad, disse que o país irá restringir a exportação de minerais a nações que lhe impuserem sanções. "As suas cotas irão para países que não podíamos servir por limitações de produção."

ACORDO DE TEERÃ
Por outro lado, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou que o acordo de troca de combustível nuclear firmado com Brasil e Turquia em maio continua válido apesar da aprovação de novas sanções pela ONU.
"A Declaração de Teerã permanece válida e pode influir nas relações internacionais, ainda que as arrogantes potências estejam irritadas."
Em Paris, o chanceler Celso Amorim comemorou a declaração. "É uma boa notícia. Agora é preciso observar como ele [acordo] será seguido pelos demais", disse.
Mais cedo, conforme a Folha antecipou, Amorim dissera na Conferência de Desarmamento da ONU esperar que a oportunidade de diálogo aberta pelo acordo não seja perdida.

DIREITOS HUMANOS
Uma declaração anti-Irã proposta pelos EUA e ratificada por outras 55 nações provocou polêmica no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.
O Irã e aliados tentaram bloquear a leitura do texto com moções. No fim da tarde, a Noruega leu o texto, que denunciava a "ausência de avanços para a proteção dos direitos humanos no Irã".
O Brasil não esteve entre os signatários do texto, mas também não foi um dos países que tentaram impedir sua leitura.


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