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Commodities
Marfrig quer a liderança mundial de "food service"
Grupo adquire a Keystone e quer se firmar em alimentação fora de casa
Empresa brasileira paga US$ 1,26 bilhão pela norte-americana, que teve receita líquida de
US$ 6,4 bi em 2009
TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO
A Marfrig Alimentos deu
mais um passo na busca pela
liderança no mercado mundial de "food service".
Com a aquisição da norte-americana Keystone Foods,
por US$ 1,26 bilhão, a Marfrig
estreia nesse segmento nos
EUA com porte de empresa
grande e presença garantida
em todas as fases da cadeia,
do abate à distribuição.
A companhia também estende o seu relacionamento
com grandes redes de fast
food, como McDonald's, e
agrega novos clientes em
"food service", como Subway, Campbell's e ConAgra.
A Keystone opera 54 unidades de produção e centros
de distribuição, atendendo a
mais de 28 mil restaurantes
em 13 países.
No ano passado, teve receita líquida de US$ 6,4 bilhões, pouco menor do que a
Marfrig, que teve vendas líquidas de aproximadamente
US$ 6,7 bilhões em 2009.
"Em termos estratégicos, a
aquisição faz sentido para a
Marfrig, que procura ampliar
sua diversificação geográfica
e focar nos canais de distribuição mais rentáveis", afirma o analista Rafael Cintra,
da Link Investimentos.
"As empresas brasileiras
procuram cada vez mais ampliar as suas formas de atuação para diminuir riscos", diz
a analista Maria Gabriela Tonini, da Scot Consultoria.
A Keystone produz e distribui alimentos à base de carnes bovina, suína, de frango
e peixe. Cerca de 60% da receita vêm da atividade de distribuição e 40% do abate.
A Marfrig tornou-se importante ator no mercado internacional de "food service"
em 2008, com a aquisição da
Moy Park, no Reino Unido,
fornecedora de carnes para
redes como KFC, Sainsbury's, Tesco e McDonald's.
"Com a Keystone, a Marfrig pode repetir o mesmo resultado que obteve com a
Moy Park. Em menos de dois
anos, conseguiu dobrar a
margem Ebitda (lucro antes
de impostos, juros, depreciações e amortizações) da empresa europeia", diz Cintra.
Apesar da avaliação positiva, as ações da Marfrig reagiram mal ao anúncio, fechando em queda de 2,84%,
a R$ 16,37.
Para a analista Juliana Rozenbaum, da Itaú Securities,
dúvidas sobre a estrutura de
financiamento para pagar a
compra e potenciais ganhos
de sinergia levaram ceticismo ao mercado.
Para pagar a Keystone, a
Marfrig vai emitir US$ 1,3 bilhão em debêntures conversíveis em ações. Mas ainda
não se sabe se o BNDES, que
já possui 14% de participação na empresa, garantirá
parte da compra dos títulos.
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