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09/10/2003 - 15h15

Papa ajudou a aproximar Estado mexicano e Igreja Cat�lica

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SURYA PALACIOS
da France Presse, na Cidade do M�xico

O papa Jo�o Paulo 2� ajudou a realizar a aproxima��o entre a Igreja Cat�lica e o Estado mexicano, que estavam praticamente separados desde meados do s�culo 19, quando se promulgou a primeira Constitui��o deste pa�s.

Depois de 134 anos nos quais oficialmente n�o havia nenhum contato, o governo do presidente Carlos Salinas (1988-94) restabeleceu, em 1991, as rela��es com o Vaticano, modificando o artigo 130 da Constitui��o que, entre outras proibi��es, limitava a atua��o p�blica dos ministros de culto.

Desde o in�cio de seu papado, Jo�o Paulo 2� se prop�s acabar com as regras que prevaleciam no M�xico --um pa�s majoritariamente cat�lico, no qual, se aplicada a lei com rigor, ele pr�prio teria sido detido em sua primeira visita ao pa�s, em 1979.

No per�odo de 1857-1859, com a primeira Constitui��o, e as posteriores Leis de Reforma do ent�o presidente Benito Ju�rez (1861-63 e 1867-72), o M�xico proibiu a participa��o pol�tica dos sacerdotes, que desde ent�o n�o tinham direito a votar nas elei��es, nem se pronunciar em mat�ria pol�tica.

Reuters - 12.set.2003
O papa Jo�o Paulo 2�, 83
Foi o nascimento do Estado nacional laico do M�xico que separou a Igreja Cat�lica do Estado.

Reforma

Em 1991, Salinas apresentou uma proposta ao Congresso, atrav�s da qual o M�xico modificou o at� ent�o intoc�vel artigo 130 da Constitui��o, abrindo a porta ao restabelecimento das rela��es com o Vaticano e eliminando disposi��es que proibiam as manifesta��es religiosas em p�blico, mas que de fato n�o se cumpriam.

Em sua primeira viagem ao M�xico, Jo�o Paulo 2� andou livremente por v�rios Estados do pa�s, mas sem ser acompanhado por qualquer autoridade. No entanto, a imprensa registrou extra-oficialmente naquele momento que o pont�fice celebrou uma missa privada para o ent�o presidente Jos� L�pez Portillo e sua m�e.

Durante anos, o Estado mexicano justificou seu afastamento da Igreja Cat�lica com o prop�sito de defender as minorias �tnicas que eram exploradas por uma oligarquia, que por sua vez era protegida pelo clero.

No final do s�culo 19 e at� meados do 20, no M�xico havia "grupos econ�micos que quiseram avan�ar com a explora��o dos �ndios (...) e a Igreja Cat�lica os defendia", disse recentemente Jorge Traslosheros, diretor do departamento de Humanidades do Instituto Tecnol�gico e de Estudos Superiores de Monterrey (Itesm).

Prote��o � Igreja Cat�lica

Jo�o Paulo 2� sabia que para restabelecer rela��es com o M�xico n�o tinha s� que lutar contra velhas disposi��es constitucionais, teria tamb�m que acabar com uma tradi��o anticlerical que se fortaleceu ap�s a Revolu��o em 1920, com a ascens�o do fundador do Partido Revolucion�rio Institucional (PRI), Plutarco El�as Calles.

Desde o in�cio de seu papado, Karol Wojtyla considerou o M�xico ponto chave para aproximar as igrejas da Am�rica, e como a primeira fronteira no continente para evitar a expans�o de novos movimentos religiosos.

Para seu segundo p�riplo ao M�xico em 1990, o papa j� tinha avan�ado bastante com as autoridades mexicanas, atrav�s dos of�cios do cardeal mexicano Javier Lozano, atual presidente da Pastoral para a Sa�de do Vaticano.

Desde ent�o, a fascina��o mexicana pelo papa s� fez aumentar, at� alcan�ar seu ponto culminante na visita pastoral de agosto de 2002, quando um j� bem envelhecido Jo�o Paulo 2� declarou santo Juan Diego, o ind�gena para quem, segundo a lenda, apareceu a Virgem de Guadalupe.

Especial
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