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02/06/2009 - 08h01

Universidade treina professor para identificar esquizofrenia

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CL�UDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo

A Unifesp (Universidade Federal de S�o Paulo) criou um programa em que m�dicos e outros profissionais da sa�de v�o at� as escolas ensinar os professores a identificar alunos com suspeita de doen�as psiqui�tricas graves, como a esquizofrenia. O foco s�o estudantes entre 11 e 18 anos de 40 escolas p�blicas de S�o Paulo.

Depois de identificados, os alunos seguem para o Proesq (projeto de esquizofrenia da Unifesp) para confirmar o diagn�stico -que envolve entrevistas com os jovens e seus familiares e exames de neuroimagem. No momento, 300 estudantes da zona sul de S�o Paulo passam por avalia��es.

O programa foi inspirado em outras iniciativas de sucesso em pa�ses como EUA, Inglaterra e Alemanha. "A meta � a detec��o precoce. Os professores podem ajudar muito na identifica��o de sinais sugestivos [da doen�a]. �s vezes, os adolescentes passam mais tempo com eles do que com seus pais", diz o psiquiatra Rodrigo Bressan, professor da Unifesp e coordenador do Proesq.

Entre os sinais investigados nos alunos est�o queda no rendimento escolar, relatos de persegui��o ou de ouvir vozes, agressividade e quadros depressivos e de isolamento.
Em geral, a esquizofrenia come�a na adolesc�ncia ou no in�cio da vida adulta -90% dos casos s�o diagnosticados entre 15 e 25 anos. Estima-se que 1,8 milh�o de brasileiros (1% da popula��o) tenham a doen�a.

A esquizofrenia preocupa os m�dicos por v�rias raz�es, entre elas, a dificuldade do diagn�stico precoce, o estigma e a n�o ades�o � terapia.

Uma recente revis�o de estudos feita pelo Instituto de Psiquiatria da USP mostrou que metade dos portadores de esquizofrenia n�o adere ao tratamento, o que aumenta em 88% as chances de reca�da (surtos).

"Cada surto significa perda de neur�nios e decl�nio mais r�pido do paciente. Quanto mais surtos, maior o comprometimento das fun��es ps�quicas e dos danos cerebrais", diz o psiquiatra H�lio Elkis, coordenador do projeto de esquizofrenia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Cl�nicas de SP.

Resist�ncia aos rem�dios

As reca�das tamb�m s�o causadas por refratariedade, quando o doente desenvolve resist�ncia aos antipsic�ticos convencionais -drogas que agem nos receptores neuronais de duas subst�ncias produzidas no c�rebro, a dopamina e a serotonina. De 30% a 40% das pessoas com esquizofrenia podem apresentar o problema.

Nesses casos, � preciso associar � terapia outras drogas antipsic�ticas. Mas tamb�m h� entraves. Uma pesquisa da Unifesp mostrou que 80% dos pacientes refrat�rios �s drogas convencionais, tratados em um Centro de Aten��o Psicossocial de S�o Paulo, n�o eram reconhecidos como tal e muito menos tratados adequadamente.

Segundo Bressan, os m�dicos tinham medo em medic�-los com a clozapina (antipsic�tico usado em casos refrat�rios e fornecido gratuitamente pelo governo do Estado). "O rem�dio tem como efeito colateral a granulocitose [queda dos gl�bulos brancos do sangue]. Mas o risco � m�nimo quando os doentes s�o acompanhados de forma adequada. Tamb�m falta treinamento para os profissionais da sa�de."

 

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