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12/09/2005 - 09h33

Deputados ligaram para SMPB de 2003 a 2005

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RUBENS VALENTE
MARTA SALOMON
da Folha de S.Paulo

Telefonemas trocados entre os principais investigados no esc�ndalo do "mensal�o", em poder da CPI dos Correios, complicam a situa��o de pelo menos tr�s deputados federais amea�ados de cassa��o: Jos� Janene (PP-PR), Professor Luizinho (PT-SP) e Sandro Mabel (PL-GO).

O telefone celular de Janene e os aparelhos dos gabinetes de Luizinho e Mabel, na C�mara dos Deputados, receberam ou fizeram chamadas entre 2003 e 2005 para a principal empresa envolvida no esquema de caixa dois montado pelo PT, a SMPB Comunica��o, de Belo Horizonte (MG).

Os dados constam de um CD com cerca de 25.000 p�ginas com os registros telef�nicos, ao qual a Folha teve acesso.

As chamadas para o gabinete de Luizinho s�o as que mais comprometem sua defesa. O parlamentar tem dito que o saque de R$ 20 mil em nome de seu assessor, Jos� Nilson dos Santos, em dezembro de 2003, fora uma a��o pontual e de "iniciativa" do pr�prio funcion�rio.

A quebra do sigilo telef�nico revela, no entanto, chamadas dadas e recebidas em junho, julho, agosto e dezembro daquele ano. Houve pelo menos 13 telefonemas entre 22 e 23 de dezembro de 2003 para seu gabinete, em Bras�lia. O saque de R$ 20 mil ocorreu no dia 23 daquele ano numa ag�ncia da av. Paulista, em S�o Paulo.

Na defesa pr�via incorporada ao relat�rio preliminar da CPI dos Correios, Professor Luizinho havia atribu�do tudo ao pr�prio funcion�rio, eximindo-se de qualquer liga��o com o saque : "(...) O referido militante entrou em contato com Del�bio [tesoureiro do PT], por sua pr�pria iniciativa, para tratar da ajuda financeira e, seguindo orienta��o recebida, retirou da ag�ncia do Banco Rural na avenida Paulista a quantia de R$ 20.000,00".

As liga��es para o gabinete do deputado Sandro Mabel, na C�mara, tamb�m indicam a possibilidade de um contato entre o parlamentar e a ag�ncia do publicit�rio Marcos Val�rio Fernandes de Souza. O gabinete recebeu nove chamadas entre 3 de mar�o e 14 de setembro de 2004.

Mabel entrou no relat�rio da CPI como candidato � cassa��o de mandato pelo testemunho da colega de Goi�s Raquel Teixeira (PSDB). Ela afirma ter sido procurada pelo l�der do PL com uma proposta de mudar de partido em troca de dinheiro.

Mabel insistiu em que n�o conhece o publicit�rio mineiro. Ele atribuiu os contatos da SMPB com seu gabinete a ofertas de campanhas de publicidade feitas por um conhecido da fam�lia a sua f�brica de biscoitos.

Na lista dos telefonemas, o deputado Jos� Janene (PP-PR) aparece como o �nico parlamentar que teve seu telefone celular identificado nominalmente. Na lista em poder da CPI, o nome do l�der do PP est� grafado equivocadamente como "Jenene" (n�o aparecer� num sistema de busca digital). O n�mero do CPF em nome de "Jenene" � o do deputado pepista, que reconheceu ter usado o celular apontado na listagem. Ouvido ontem, Janene reconheceu que manteve as conversas com o pr�prio Marcos Val�rio.

Ag�ncia DNA

O relat�rio dos telefonemas tamb�m revela dois contatos da ag�ncia DNA com o gabinete do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da CPI dos Correios, em maio de 2004.

Segundo o relator, as liga��es ocorreram porque a ADI (Associa��o dos Di�rios do Interior), cujo presidente � de Umuarama (PR), base eleitoral de Serraglio, procurou o gabinete em busca de explica��es do Banco do Brasil sobre os crit�rios de distribui��o de an�ncios da estatal.

Os jornais do interior queriam maior participa��o nas verbas de publicidade. A conta do BB � da DNA. A partir disso, segundo Serraglio, a DNA procurou ele e os parlamentares para defender seu sistema de distribui��o de verbas publicit�rias.

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