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27/06/2007 - 07h45

Reino Unido de Brown pode refor�ar la�os com Brasil

da BBC Brasil

O Brasil poderia driblar o tom morno das rela��es entre o Reino Unido e a Am�rica Latina e se beneficiar de uma aproxima��o econ�mica com o pa�s comandado a partir desta quarta-feira pelo primeiro-ministro Gordon Brown.

Os respons�veis por orquestrar esta aproxima��o n�o negam que a economia deve continuar dando o tom das rela��es bilaterais, mas ressaltam que h�, dentro da arena econ�mica, elementos que apontam para a converg�ncia.

Entre estes, estaria a necessidade brit�nica de competir mais agressivamente por novos mercados, a simpatia de Brown pelos pa�ses emergentes e a agenda de combate � pobreza que ele e o presidente Luiz In�cio Lula da Silva t�m destacado em reuni�es internacionais.

Uma fonte da chancelaria brit�nica disse � BBC que a pol�tica externa do pa�s para a Am�rica Latina como um todo deve continuar como est�.

Mas, em uma recente defini��o de prioridades comerciais, a ag�ncia brit�nica de promo��o de exporta��es e investimentos, a UKTI, colocou o Brasil e o M�xico em uma lista de dez pa�ses que deveriam receber mais aten��o do governo nos pr�ximos cinco anos.

A lista inclui ainda R�ssia, �ndia, China, �frica do Sul, Indon�sia, Turquia, Ar�bia Saudita e Emirados �rabes.

"N�o tenho d�vida de que o Brasil � o pa�s mais importante deles", disse � BBC Brasil o presidente da UKTI, Andrew Cahn. "� um mercado absolutamente chave no mundo de hoje."

Segundo Cahn, Brown esteve envolvido "muito de perto" na cria��o da nova lista, e se mostrou "um entusiasta de melhorar as rela��es com os pa�ses emergentes".

A inclus�o do Brasil na lista de prioridades tem raz�es econ�micas. O pa�s � uma pot�ncia em ascens�o no mundo, e uma "economia de crescimento acelerado", no entender dos brit�nicos.

A nova estrat�gia de aproxima��o tentaria reverter um hist�rico de distanciamento que marcou as rela��es bilaterais durante os anos Blair.

Historicamente, as rela��es do Reino Unido s�o melhores com suas ex-col�nias e os pa�ses desenvolvidos, e Blair n�o reduziu o fosso ao apostar na rela��o com os pa�ses desenvolvidos --em especial com os Estados Unidos, com quem dizia ter "uma rela��o especial".

Em sua �nica visita � Am�rica Latina em dez anos, Blair visitou em 2001 apenas o Brasil, M�xico, Argentina e Jamaica.

Desde 1995, a participa��o brit�nica no total de investimentos externos no Brasil caiu de 4,5% para 1,5%, enquanto pa�ses como Espanha, Portugal e Holanda deram saltos e hoje controlam grandes ativos em territ�rio brasileiros.

Al�m disso, embora o com�rcio bilateral esteja crescendo --chegou aos US$ 4,2 bilh�es no ano passado, segundo o Minist�rio do Desenvolvimento-- as trocas do Brasil com o resto do mundo est�o avan�ando a um passo mais acelerado.

Como resultado, as trocas de mercadorias entre o Brasil e o Reino Unido ca�ram a menos de 2% de todo o com�rcio do Brasil com o resto do mundo, uma situa��o que n�o se via h� pelo menos dez anos.

"Os empres�rios brit�nicos n�o parecem ter comprado ainda a id�ia de que h� in�meras oportunidades no Brasil. Ainda estamos registrando um desempenho med�ocre comparados aos nossos competidores europeus", disse Andrew Cahn.

No in�cio deste ano, a ministra do Exterior brit�nica, Margaret Beckett, se pronunciou sobre este tema em um evento na C�mara de Com�rcio Brasil-Reino Unido, e declarou: "Queremos ser o principal s�cio do Brasil na Europa".

A orienta��o v�lida para o Brasil se estende tamb�m a outros importantes pa�ses no mundo atual, como a R�ssia, a �ndia e a China.

Os brit�nicos criaram com o Brasil e estes dois �ltimos comit�s conjuntos de coopera��o econ�mica e comercial (JETCOs) para identificar �reas onde os la�os podem ser fortalecidos.

Estat�sticas do governo brit�nico --um pouco superiores �s manuseadas pelo Brasil-- mostram que o com�rcio de mercadorias entre os dois pa�ses totalizou US$ 5,2 bilh�es no ano passado.

O valor � menos da metade do volume trocado entre o Reino Unido e a �ndia (US$ 10,8 bilh�es), um ter�o do que foi comercializado com a R�ssia (US$ 14,5 bilh�es) e apenas 15% da corrente comercial sino-brit�nica (US$ 34,6 bilh�es) no mesmo ano.

Entretanto, dos quatro, o Brasil � o que mais tem investimentos brit�nicos (US$ 5,2 bilh�es em 2005, segundo a UKTI).

Se os dados econ�micos indicam que poderia haver uma aproxima��o econ�mica entre Brasil e Reino Unido, ainda n�o est� claro o quanto poderiam influir nisto aspectos pessoais de Gordon Brown.

O embaixador brasileiro em Londres, Jos� Maur�cio Bustani, acredita que a rela��o pode ser alimentada pelo que diz ser uma "identifica��o" entre o novo premi� brit�nico e o presidente Lula.

Os dois l�deres se conheceram durante o F�rum de Davos, em 2003. Ambos s�o de fam�lias simples e fizeram carreira pol�tica no trabalhismo. Igualmente importante, diz Bustani, � que ambos abra�am pol�ticas semelhantes na arena internacional.

Brown � o autor da proposta de criar um fundo de financiamento para combater a pobreza no mundo com recursos dos pa�ses ricos.

Porta-voz dos pa�ses emergentes nessa quest�o, o presidente Lula tem defendido sa�das semelhantes em f�runs multilaterais, como Davos e reuni�es do G8, o grupo dos pa�ses mais industrializados do mundo e a R�ssia.

"O perfil de Brown e Lula � muito semelhante", disse Bustani. "A qu�mica entre Brown e Lula funciona muito bem."

 

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