Reino Unido ter� 1� comercial de cl�nicas de aborto na TV; veja v�deo

Uma organiza��o que re�ne cl�nicas onde s�o feitos abortos e que d� aconselhamento sobre o tema vai veicular um comercial nesta segunda-feira pela primeira vez na televis�o brit�nica.

Reprodu��o

Organiza��o que re�ne cl�nicas de abortos vai veicular comercial pela 1� vez na TV brit�nica

Assista ao v�deo da BBC

A campanha da Mary Stopes International, que lida com gesta��es indesejadas e abortos, tem o objetivo de aumentar a conscientiza��o sobre a sa�de sexual, segundo a organiza��o.

O comercial de 30 segundos ser� mostrado na emissora Channel 4 �s 22h10 do hor�rio local (18h10 na hora de Bras�lia) e ser� repetido na programa��o at� o fim de junho.

Ativistas antiaborto dizem que o comercial representa uma banaliza��o da vida humana e que podem entrar na justi�a contra sua transmiss�o.

"Apoio e conselhos"

No seu website brit�nico, a Marie Stopes diz ter nove cl�nicas de aborto em toda o Reino Unido.

O comercial n�o menciona a palavra aborto, mas pergunta "voc� est� atrasada? (no seu ciclo menstrual)" e aconselha quem est� enfrentando uma gravidez indesejada a procurar a linha de atendimento 24 horas da organiza��o.

A Marie Stopes, que n�o tem fins lucrativos, diz que quem telefonar receber� "apoio, conselhos e servi�os sem julgamento".

Em um comunicado, a organiza��o diz que "no passado n�o estava claro se servi�os de aconselhamento para gesta��es n�o planejadas podiam colocar an�ncios na TV (...) Ap�s uma consulta, n�s descobrimos que � permitido sob a atual orienta��o porque n�s somos uma organiza��o beneficente e n�o comercial".

O �rg�o que controla a publicidade no Reino Unido, a Advertising Standards Agency (ASA), disse que faz muito tempo que organiza��es n�o-comerciais que fornecem servi�os p�s-concep��o v�m sendo autorizadas a fazer comerciais.

Um porta-voz do �rg�o disse que "qualquer comercial que � veiculado precisa obedecer todas as regras relevantes do C�digo de Publicidade, que tem o objetivo de garantir que os an�ncios n�o s�o enganosos e s�o socialmente respons�veis".

"Se os telespectadores tiverem preocupa��es sobre o conte�do ou o hor�rio de transmiss�o do an�ncio, a ASA poder� considerar reclama��es depois que o comercial for ao ar."

N�meros

Os �ltimos dados oficiais, de 2008, dizem que houve 195.300 abortos na Inglaterra e no Pa�s de Gales e 13.817 na Esc�cia.

A Marie Stopes diz que cerca de 80% dos abortos que fez em 2009 foram realizados gra�as ao sistema p�blico de sa�de, que pagou pelos procedimentos.

"Apenas no ano passado n�s recebemos 350 mil liga��es para nossa linha 24 horas. Claramente h� centenas de milhares de mulheres que querem e precisam de informa��o e conselhos sobre sa�de sexual e acesso a servi�os", disse a presidente da organiza��o, Dana Hovig.

"N�s esperamos que a nova campanha 'Voc� est� atrasada?' incentive as pessoas a falarem sobre suas escolhas, incluindo o aborto, de forma mais aberta e honesta, e que d� poder para que as mulheres tomem decis�es confiantes e informadas sobre sua sa�de sexual", disse.

Legalidade

A porta-voz da organiza��o antiaborto Life, Michaela Aston, disse que "permitir que provedores de aborto anunciem na TV, como se n�o fossem diferentes de f�bricas de carro ou detergente, � grotesco".

"Sugerir que o aborto � mais uma decis�o de consumo banaliza a vida humana e completamente fere o esp�rito da Lei do Aborto, de 1967, que deveria permitir um n�mero pequeno de abortos legais em um n�mero limitado de casos s�rios, mas que vem sendo distorcida para permitir abortos em massa."

A Sociedade de Prote��o de Crian�as N�o-Nascidas disse que est� buscando aconselhamento sobre a legalidade do comercial.

O porta-voz da organiza��o Anthony Ozimic disse que a "o enorme lucro multinacional da Marie Stopes significa que pode pagar para anunciar na TV, o que � muito caro".

"Isso cria um campo injusto, j� que grupos pr�-vida simplesmente n�o podem pagar por tais comerciais."

"An�ncios de aborto ir�o banalizar o aborto. � um insulto �s centenas de mulheres feridas pelo aborto todos os dias. Esses an�ncios s�o ofensivos e ir�o iludir os telespectadores sobre a realidade do aborto", disse Ozimic.