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Com falhas pontuais, Paraolimp�ada no Rio tem avalia��o geral positiva

O Parque Ol�mpico do Rio passou por sua prova de fogo durante a realiza��o dos Jogos Paraol�mpicos, que movimentaram em um s� dia cerca de 170 mil pessoas, milhares delas com algum tipo de defici�ncia ou de mobilidade reduzida.

Nenhuma queixa de desorganiza��o chegou a gerar eco durante o evento, tido de modo geral como um sucesso. Mas insatisfa��es e erros pontuais surgiram dentro e, sobretudo, fora das arenas.

Com ingressos com pre�os mais acess�veis que os da Olimp�ada, os Jogos Paraol�mpicos reuniam fam�lias inteiras nas arenas, que tiveram at� "congestionamentos" de carrinhos de beb�.

Zanone Fraissat/Folhapress
RIO DE JANEIRO/RJ BRASIL. 10/09/2016 - Publico comparece em peso no parque olimpico no primeiro sabado da competicao.(foto: Zanone Fraissat/FOLHAPRESS, ESPORTE)***EXCLUSIVO***
P�blico durante o primeiro dia de competi��es dos Jogos Paraol�mpicos

A maior parte dos problemas apontados por duas dezenas de torcedores ouvidos pela Folha dizem respeito a falhas de acessibilidade como rampas fora de padr�o ou inexistentes, banheiros com barras de apoio irregulares, campo de vis�o parcialmente afetado em locais reservados e dificuldades de embarque para cadeirantes e outras pessoas com restri��es de movimentos pr�ximo �s �reas de competi��o.

Do p�blico convencional, as reclama��es foram mais frequentes em rela��o � desinforma��o de volunt�rios para indicar os lugares comprados nas arenas, �s filas no transporte p�blico na sa�da dos eventos e aos pre�os cobrados pela garrafa de �gua, R$ 8 e de refrigerante, R$ 10, dentro dos locais de prova.

Outra raz�o de descontentamento era a car�ncia de detalhes sobre as condi��es f�sicas e sensoriais dos atletas. "Mas esses rapazes n�o t�m nada. S�o todos sarad�es", dizia a aposentada carioca Clarice Nunes em prova da nata��o disputada por atletas com defici�ncia visual.

A professora Rita Petronilho, 45, que � cadeirante, foi de Juiz de Fora (MG) ao Rio. Ela foi � competi��o de tiro com arco, no Samb�dromo, e observou problemas de acessibilidade na instala��o.

"Algumas rampas eram de madeira e �ngremes. Tive dificuldade de subir algumas sozinha, inclusive a do banheiro. No local para cadeirantes assistirem ao evento, encontrei o maior problema: a grade que separava o p�blico do campo de competi��es era muito alta para quem estava sentado. Minha vis�o ficou comprometida", diz.

Zanone Fraissat/Folhapress
RIO DE JANEIRO/RJ BRASIL. 08/09/2016 -Movimentos paraolimpicos, publico circulando pelo parque olimpico.(foto: Zanone Fraissat/FOLHAPRESS, ESPORTE)***EXCLUSIVO***
Volunt�rio ajuda a organizar o fluxo de pessoas durante a Paraolimp�ada

O �nimo geral, por�m, foi de realiza��o e cria��o de um marco inclusivo para o pa�s, como avalia a jornalista Fl�via Cintra, 42, que � tetrapl�gica. "Ver tudo funcionando direito, estar entre aquele mundo de gente entusiasmada com os jogos e me sentir parte de acontecimento t�o importante foi um privil�gio."

SINERGIA

O Comit� Organizador da Rio 2016 informou que poucas demandas por melhorias chegaram formalmente ao �rg�o, mas admite que tudo poderia ser "ainda melhor", nas palavras do diretor de comunica��o, Mario Andrada.

"Fazemos todas as autocr�ticas. Poder�amos ter vendido mais ingressos, poder�amos ser mais bem organizados, mas o ponto mais duradouro � que n�o acreditamos, no princ�pio, que haveria uma sinergia entre p�blicos e atletas. E n�o apenas o comit� demorou a acreditar. A m�dia foi c�tica, os governos foram c�ticos", diz.

Para ele, "foi um evento muito bem-sucedido. O brasileiro come�ou a gostar do esporte paral�mpico, a entender o esporte e, com isso, admirar os competidores."

J� o poder do evento de deixar legado de mudan�a de mentalidade em rela��o a ambientes e a��es inclusivas divide opini�es.

Zanone Fraissat/Folhapress
RIO DE JANEIRO/RJ BRASIL. 10/09/2016 - Publico comparece em peso no parque olimpico no primeiro sabado da competicao.(foto: Zanone Fraissat/FOLHAPRESS, ESPORTE)***EXCLUSIVO***
Movimento no Parque Paraol�mpico em dia de competi��o nos Jogos

A funcion�ria p�blica Laura Martins, 45, que � cadeirante e foi de Belo Horizonte (MG) ao Rio para prestigiar o evento, "est� certa que sim".

"Foi poss�vel notar um olhar diferente por parte das pessoas. No meio da rua, no metr�. Teve gente que me abordou em Copacabana para comentar o estado das cal�adas. As pessoas precisam conviver com a diversidade, e a Paraolimp�ada apresentou um mundo poss�vel, que permite � pessoa com defici�ncia se expressar, mostrar que n�o � coitadinha."

J� Andrada, diretor do comit�, � mais comedido. "N�o tenho d�vida de que todos levaram para casa uma mensagem de valoriza��o das diferen�as nos aspectos emocional e intelectual", diz ele.

"O problema � qu�o duradoura ser� essa mensagem. N�o sei se vai durar o tempo necess�rio para que as pessoas mudem de atitude, se vai durar at� o tempo necess�rio para que as pessoas pressionem o poder p�blico para mudar de atitude."

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