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Com China no topo, elite paraol�mpica destoa da ol�mpica

A China vence com ampla folga, sem ser incomodada. Os EUA chegam apenas em quarto lugar. A Ucr�nia � a terceira e chega a brigar em alguns momentos pelo vice com os brit�nicos.

Quem olha o quadro de medalhas dos Jogos Paraol�mpicos em busca de alguma l�gica semelhante � da Olimp�ada quebra a cara.

A distribui��o de medalhas nas disputas dos para-atletas obedece a uma outra geopol�tica. Com objetivos e formas diferentes de encarar os esportistas deficientes, mas com um fator em comum: ainda � dif�cil manter o esporte para deficientes sem uso de verba estatal.

A situa��o da Ucr�nia salta aos olhos. Nos Jogos Ol�mpicos do Rio, em agosto, ficou l� atr�s no quadro de medalhas, em 31� lugar, com 11 p�dios e apenas dois ouros.

Nos esportes paraol�mpicos, no entanto, � uma pot�ncia. Terminou a competi��o em terceiro, � frente dos EUA. Em sua estreia no evento, h� exatamente duas d�cadas, em Atlanta, o pa�s ficou em um distante 44�.

O que ajudou nessa transforma��o foi o trabalho de Valeriy Sushkevych, fundador e presidente do comit� paraol�mpico local e ex-nadador da antiga URSS.

Sergio Moraes/Reuters
2016 Rio Paralympics - Swimming - Men's 4x100m Free - 34pts Final - Aquatic Stadium - Rio de Janeiro, Brazil - 14/09/2016. Oleksandr Komarov, Maksym Krypak, Bohdan Hrynenko and Denys Dubrov of Ukraine celebrate REUTERS/Sergio Moraes NO SALES. FOR EDITORIAL USE ONLY. NOT FOR SALE FOR MARKETING OR ADVERTISING CAMPAIGNS. ORG XMIT: DOM588
Da esquerda para a direita, os ucranianos Oleksandr Komarov, Maksym Krypak, Bohdan Hrynenko e Denys Dubrov, que ganharam o ouro na nata��o 4 x 100 m

Ele pr�prio j� ouviu que deveria estar em um hospital e n�o em uma piscina.

Membro do parlamento da Ucr�nia, desenvolveu um sistema que prev� ao menos uma escola em cada regi�o do pa�s que ofere�a introdu��o de esportes para crian�as com defici�ncias.

Elas nadam, correm, levantam peso, jogam v�lei, basquete, tudo. A experi�ncia as ajuda a melhorar a auto-estima, ganhar confian�a, independ�ncia e ter uma sa�de melhor. E de uma base com muitos praticantes s�o pin�ados os atletas.

Para esses, a Ucr�nia tem um dos melhores centros de treinamento da Europa, totalmente adaptado aos deficientes. O governo banca a maior parte do programa. Sem essa verba, ele seria invi�vel.

Esse parece o calcanhar de aquiles da maioria dos pa�ses, at� na elite.

FOR�A CHINESA

A China talvez seja o �nico entre os dez primeiros que n�o enfrenta essa dificuldade –ao menos n�o oficialmente divulgada.

O pa�s domina o cen�rio paraol�mpico nos Jogos desde 2004. Quando recebeu o direito de sediar o evento de 2008, iniciou um forte aporte de verba no esporte para brilhar em casa. E isso incluiu os para-atletas.

Carlos Garcia Rawlins/Reuters
2016 Rio Paralympics - Wheelchair Fencing - Medals Ceremony - Women's Foil Team - Carioca Arena 3 - Rio de Janeiro, Brazil - 16/09/2016. China's Zhang Chuncui, Rong Jing, and Zhou Jingjing at the podium after winning gold. REUTERS/Carlos Garcia Rawlins FOR EDITORIAL USE ONLY. NOT FOR SALE FOR MARKETING OR ADVERTISING CAMPAIGNS. ORG XMIT: SRR67
Zhang Chuncui, Rong Jing e Zhou Jingjing, da esq. � dir., celebram a conquista do ouro na esgrima

Assim, tornou-se poss�vel dar espa�o a uma popula��o de 83 milh�es de deficientes ainda marginalizados.

Enquanto a China reina sem dificuldades, seu principal rival ol�mpico pena para se manter no top 5. A falta de investimento � um dos fatores que levam os EUA e n�o repetirem o sucesso ol�mpico em Paraolimp�adas –na Olimp�ada no Rio, foram 121 p�dios contra 67 da China, que apareceu em terceiro.

Num passado recente, os EUA s� lideraram o quadro de medalhas paraol�mpico em casa, em 1996. Com exce��o de Pequim-2008, quando ficou em terceiro, n�o consegue passar do quarto lugar. Na �ltima Olimp�ada, acabou em sexto. At� sexta-feira (16), estava em quarto.

Os militares veteranos contam com apoio governamental e estrutura mais s�lida. Os civis, no entanto, dependem do suporte dos patrocinadores. E ele � raro, at� l�.

Sergio Moraes/Reuters
2016 Rio Paralympics - Swimming - Women's 100m Butterfly - S13 - Olympic Stadium - Rio de Janeiro, Brazil - 08/09/2016. Muslima Odilova of Kazachstan, Rebecca Meyers from the U.S. and Fotimakhon Amilova of Kazachstan react REUTERS/Sergio Moraes NO SALES. FOR EDITORIAL USE ONLY. NOT FOR SALE FOR MARKETING OR ADVERTISING CAMPAIGNS. ORG XMIT: DOM208
A norte-americana Rebecca Meyers, ouro na nata��o, ao lado das cazaques Muslima Odilova, � esq., e Fotimakhon Amilova

O apoio do comit� ol�mpico aos para-atletas tem crescido, mas ainda est� distante do ideal. No caminho para o Rio, por exemplo, foram US$ 4 milh�es por ano (cerca de R$ 32 milh�es no ciclo). O restante da verba necess�ria para a prepara��o dos atletas � obtida por patrocinadores individuais, clubes, vaquinhas, etc.

O Brasil investiu R$ 375 milh�es de 2013 a 2016, a maior parte de dinheiro p�blico.

A Gr�-Bretanha, vice tanto nos Jogos Ol�mpicos quanto nos Paraol�mpicos, repete sua f�rmula nas duas equipes: a verba principal sai da mesma fonte, as loterias.

O topo da pir�mide do quadro de medalhas do Rio mostra que, sem apoio do governo, o esporte paraol�mpico ainda dificilmente consegue se desenvolver e se manter. E que com investimento bem feito, � poss�vel criar novas pot�ncias que n�o brilham no universo ol�mpico.

Veja os pa�ses que lideraram os Jogos Paraol�mpicos* - EUA terminaram em 1� em oito das 14 edi��es; nas �ltimas tr�s, China ficou na frente

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