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Jogadores do r�gbi paraol�mpico recorrem � automutila��o para elevar performance

O r�gbi em cadeira de rodas, cuja final encerra neste domingo (18), �s 12h30, as competi��es da Paraolimp�ada do Rio no Parque Ol�mpico, � a modalidade em que h� maior parcela de jogadores que recorrem ao "boosting", ou "turbinar a performance", em tradu��o livre.

A pr�tica consiste em o atleta, em busca de mais for�a e explos�o, provocar de prop�sito ferimentos graves em si —como quebrar um dedo do p� ou esmagar os test�culos.

Como geralmente t�m paralisia, os jogadores n�o sentem dor da cintura para baixo, mas o corpo reage, aumentando a press�o arterial e os batimentos card�acos. Os atletas podem chegar a batimentos de pessoas sem defici�ncia, o que melhora o desempenho nas provas. Os perigos da pr�tica s�o risco de acidente cardiovascular cerebral ou infarto.

Pesquisa feita em parceria entre o Comit� Paral�mpico Internacional e a Ag�ncia Mundial Antidoping (AMA) com 99 atletas mostrou que 17% utilizaram a pr�tica, que � proibida, entre 2007 e 2009. Segundo o estudo, dos esportistas que adotaram o artif�cio, 54% s�o do r�gbi.

"N�s desaconselhamos, explicamos a eles os perigos, e at� o momento n�o tivemos casos no r�gbi do Brasil", diz o t�cnico da sele��o brasileira, Rafael Gouveia.

TROMBADAS E CHOQUES

Quem assiste �s partidas do r�gbi paraol�mpico pode se assustar com o impacto entre os jogadores em quadra.

Com quatro jogadores de cada lado, o objetivo do jogo � ultrapassar a linha que delimita a extremidade oposta da quadra. Cada vez que se cruza a linha do advers�rio, marca-se um ponto.

No meio do caminho, no entanto, o atleta tem que furar o bloqueio dos advers�rios, que posicionam a cadeira no caminho e tentam roubar a bola com trombadas e choques.

As cadeiras s�o adaptadas para que os atletas n�o se machuquem na hora do contato. "� um esporte de muito contato, sim, as cadeiras se chocam o tempo todo, mas ningu�m fica mais 'tetrapl�gico' do que j� � por conta do esporte", explica Gouveia.

O r�gbi foi criado, inicialmente, como alternativa ao basquete. Muitos atletas deficientes, embora tenham habilidade em conduzir a cadeira de rodas, t�m dificuldade para arremessar a bola para o alto. Os passes no r�gbi s�o curtos, e o objetivo, conquistar territ�rio, est� sempre logo � frente.

Esta � a quarta edi��o do r�gbi como esporte paraol�mpico. O Canad�, pa�s que criou o esporte em 1977, ainda n�o conseguiu uma medalha de ouro. O Brasil, em sua primeira participa��o, n�o conseguiu medalha na Rio-16.

PONTUA��O E DESEMPENHO

Inicialmente, o r�gbi s� aceitava pessoas parapl�gicas, mas hoje, seguindo uma regra de classifica��o funcional, h� atletas competindo com m� forma��o nas pernas, paralisia cerebral, v�timas de poliomielite ou amputados.

Cada equipe tem que ter atletas que no total somem oito pontos. Jogadores, por exemplo, com problemas nos bra�os e ombros fazem parte das classes 0,5 e 1. Os com total liberdade de movimentos dos troncos e bra�os s�o classificados na classe de 3,5. Nenhuma equipe pode ter mais de oito pontos em quadra, o que resulta em times equilibrados.

Atletas parapl�gicos, por exemplo, t�m uma certa desvantagem em rela��o aos que n�o tiveram les�o permanente na espinha.

Pessoas que sofreram les�es permanentes n�o transpiram igual �s demais. Por conta da les�o na espinha, os "avisos do c�rebro" de que o corpo est� superaquecido n�o chegam ao restante do corpo. Isso faz com que muitos s� suem do ponto da les�o para cima ou at� nem suem, o que compromete o desempenho.

"Um atleta que n�o sua fica menos tempo na quadra porque sente a fadiga muito mais rapidamente. Ent�o, temos sempre que balancear a equipe", afirma o t�cnico brasileiro.

RELUT�NCIA FAMILIAR

Gouveia diz que h� uma certa relut�ncia das fam�lias de pessoas com defici�ncia em deixar seus parentes praticarem o r�gbi.

Muitas t�m o receio de que o esporte leve os jogadores a se machucarem, devido aos duros e constantes choques.

"Isso � uma impress�o. Acontece de algu�m machucar um dedo ou algo do tipo, mas nunca vi uma les�o grave por conta de choque. As les�es que encontramos s�o as normais da pr�tica de esporte, como musculares", diz Gouveia.

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