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Governo e comit� paraol�mpico criticam itiner�rio da tocha em SP

O CPB (Comit� Paral�mpico Brasileiro) e a Secretaria de Estado da Pessoa com Defici�ncia de S�o Paulo enviaram nesta semana uma carta ao comit� organizador dos Jogos Paraol�mpicos com fortes cr�ticas � escolha do trajeto que a tocha paraol�mpica ir� fazer na capital paulista.

De acordo com os �rg�os, o caminho escolhido n�o atenderia � atual representa��o da pessoa com defici�ncia do pa�s, concentrando-se, na maior parte do tempo, em institui��es de reabilita��o ou apoio a este grupo, como Apae, AACD e Funda��o Dorina Nowill para Cegos.

O s�mbolo dos Jogos Paraol�mpicos vai passar por cinco Estados (PA, RN, SC, SP e RJ) e o Distrito Federal a partir desta quinta-feira (1�).

No dia 4 de setembro, a tocha chega a S�o Paulo, onde, al�m das institui��es, deve passar pelo Centro de Treinamento Paral�mpico, na rodovia dos Imigrantes, por uma pra�a na avenida Paulista, por uma churrascaria e pelo parque Ibirapuera.

Em trecho do documento enviado � organiza��o h� a afirma��o: "Nossa preocupa��o � com o fortalecimento do conceito de inclus�o, que se contrap�e a essa ideia do revezamento interno em institui��es de atendimento –o que causaria associa��o direta da imagem de 9 milh�es de paulistas com algum tipo de defici�ncia � doen�a e ao assistencialismo".

Assinada pela secretaria Linamara Battistella (Pessoa com Defici�ncia) e por Andrew Parsons (presidente do CPB), a carta deixa claro que a cr�tica n�o � �s institui��es, mas � escolha do trajeto.

"O importante desempenho e o maior valor das institui��es de atendimento ser�o ainda mais evidenciados se elas forem convidadas a participar da festa da tocha em espa�os abertos, comuns a todos", informa o texto.

ESTEREOTIPO

A rea��o contr�ria ao trajeto escolhido tamb�m surge em grupos e entidades de representa��o de cadeirantes, cegos e surdos. William Coelho, l�der do Movimento Supera��o, um dos mais atuantes do pa�s, entende a medida como n�o democr�tica.

"Definir um percurso para a tocha predominantemente nas entidades de assist�ncia significa enfatizar o estereotipo de que a pessoa com defici�ncia s� existe nesse guetos. O tempo passa, mas a cultura insiste em n�o democratizar o nosso acesso ao que nos � de direito".

Para Marta Gil, pesquisadora de quest�es sobre diversidade, "n�o existe inclus�o sem que as pessoas estejam juntas. A tocha simboliza a luz e a energia do fogo, que nos tornou humanos, desde as cavernas. � essencial que passe em todos os lugares, saindo dos muros que por s�culos mantiveram pessoas com defici�ncia isoladas".

A assessoria de imprensa da Paraolimp�ada Rio-2016 disse que "est� aberta para receber propostas de outros lugares" que os grupos sociais avaliem como importante para a passagem da tocha e que analisar� sugest�es.

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