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Com gol na prorroga��o, Alemanha bate Argentina e conquista o tetra

A Copa do Mundo no Brasil foi decidida com uma canhota, e n�o foi a de Messi e nem em favor de Messi. A perna esquerda de Mario G�tze deu � Alemanha seu quarto t�tulo mundial, na tarde deste domingo (13), no Maracan�, na vit�ria de 1 a 0 na prorroga��o.

� a primeira vez que uma sele��o europeia vence um Mundial disputado na Am�rica -na m�o inversa, apenas o Brasil conseguiu tal fa�anha, em 1958. Com a quarta conquista, a Alemanha tem o mesmo n�mero de t�tulos que a It�lia e um a menos que o Brasil. Os alem�es ganharam tamb�m em 1954, 1974 e 1990.

A Europa se descolou da Am�rica do Sul no duelo hist�rico: leva vantagem de 11 a 9.

A Argentina sofreu sua terceira derrota em finais de Copa, a segunda diante dos alem�es. O jejum do pa�s vai se alongar agora a 32 anos. Em campo, o time nem ficou olhando a equipe alem� receber a ta�a. Caminhou de costas para saudar a torcida neste momento. Os jogadores argentinos tamb�m n�o permaneceram no gramado para sentir o cheiro de p�lvora dos fogos de artif�cio –entraram no vesti�rio antes de os alem�es desfilarem com o trof�u pelo Maracan�.

Fora de campo, e depois de muito provocar os brasileiros, os argentinos tiveram de ouvir gritos de "vice-campe�o" e viram Messi, eleito o melhor jogador da Copa, disputar seu terceiro Mundial sem conquistar o t�tulo que Maradona conseguiu.

Se em 1950, na outra edi��o disputada no Brasil, a Copa foi decidida numa arrancada do uruguaio Ghiggia pela direita, em 2014 o lance definidor saiu pela esquerda, um cruzamento que alcan�ou G�tze na �rea. Atacante do Bayern de Munique e reserva da sele��o alem�, o jogador de 22 anos aproveitou a bobeada de Demichelis na marca��o e marcou o �nico gol da decis�o da Copa, aos 8 min da segunda etapa da prorroga��o.

Foi a senha para a explos�o dos alem�es num Maracan� que vinha alternando momentos de euforia e de sil�ncio na tarde deste domingo (13). A aparente domina��o num�rica dos argentinos na arquibancada n�o se traduziu em predom�nio na torcida –os gritos de "Deutschland, Deutschland" se fizeram notar com clareza. Na tribuna estavam a presidente Dilma Rousseff e a chanceler alem�, Angela Merkel. A presidente argentina, Cristina Kirchner, n�o veio para a final.

O p�blico vaiou quando Dilma e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, apareceram no tel�o ap�s o jogo. Os torcedores tamb�m ofenderam com palavr�o a presidente brasileira momentos antes de ela entregar a ta�a ao capit�o alem�o, Phillipp Lahm.

A final demarcou a oitava prorroga��o desta Copa, igualando o recorde estabelecido na It�lia, em 1990. Foi a s�tima decis�o de Mundial com prorroga��o, a terceira consecutiva.

Mas n�o foi por falta de oportunidade que o gol n�o saiu no tempo normal.

A torcida argentina at� p�de gritar gol no primeiro tempo, gra�as a Higua�n, que mandou a bola para a rede. Gra�as a ele, tamb�m, o grito durou apenas alguns segundos. O t�cnico Alejandro Sabella percebeu r�pido e sinalizou com o dedo para o banco argentino: Higua�n havia dado um passo a mais e estava impedido quando receber a bola.

Foi tamb�m gra�as a Higua�n que os argentinos deixaram de marcar no primeiro tempo. Ele chutou para fora a chance mais clara que seu time teve, numa recuada equivocada de Kroos que deixou o argentino na cara do goleiro Neuer.

A Alemanha parou na trave numa cabe�ada de H�wedes, j� no final do primeiro tempo, e na falta de precis�o de suas finaliza��es, como a de Kroos no segundo tempo, de frente para o gol.

J� Messi deu trabalho para os alem�es, mas tamb�m perdeu uma chance limpa, no come�o do segundo tempo.

O astro argentino, ali�s, deixou o vesti�rio rumo ao campo mascando chiclete, enquanto a Alemanha j� engolia ali mesmo um problema de �ltima hora, a perda de um jogador. Khedira, que estava na escala��o divulgada uma hora antes do in�cio, sentiu a panturrilha durante o aquecimento. No lugar dele entrou Kramer, 23, um dos mais inexperientes da Alemanha –estreou na sele��o num amistoso contra a Pol�nia em maio passado. E o substituto do contundido tamb�m se machucou, numa disputa de bola, e deixou o campo ainda no primeiro tempo.

Isso n�o mudou a determina��o alem� em reter a bola. Deixou isso bem claro j� antes do jogo: no aquecimento, n�o s� entrou em campo antes e saiu depois como j� pisou no gramado aquecida –os jogadores come�aram imediatamente a bater bola ao sair do t�nel, enquanto os argentinos foram primeiro correr. No intervalo, os reservas ficaram em campo batendo bola; os argentinos foram todos para o vesti�rio. A Alemanha voltou antes para o campo.

Os alem�es tiveram muito mais a bola: 60% do tempo, n�mero que chegou a 63% na primeira etapa. Nem o tique-taque espanhol teve tamanho comando do jogo na final da Copa de 2010 (a posse de bola da Espanha foi de 57%).

A Argentina fez uma escolha bem diferente da do Brasil no jogo em que foi goleado por 7 a 1 pelos alem�es. Postou-se atr�s e apostou em atacar seguidamente pelo lado direito, em cima de H�wedes.

Foi um jogo duro, sobretudo na prorroga��o. Schweinsteiger entrou em campo com o cabelo arrumado pelo gel e saiu com uma marca sangue no rosto, depois de uma disputa de bola na prorroga��o com Ag�ero pouco antes do gol.

Schweinsteiger abra�ou Messi depois do jogo. O argentino mal conseguiu acenar em retribui��o. Depois do gol alem�o, ele teve uma chance de fazer sua perna esquerda brilhar, cobrando uma falta j� nos acr�scimos da prorroga��o. Chutou longe, muito longe.

Livraria da Folha

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