Clubes do interior passam por desmanche ap�s Campeonato Paulista
Willian Lima/Photo Press/Folhapress | ||
Jogadores do Novorizontino antes de �ltimo jogo disputado pelo Campeonato Paulista |
"Se continuarmos com esse elenco, a conta n�o fechar� no final do m�s". A frase � do presidente do Botafogo-SP, Gerson Engracia Garcia, mas retrata a grande maioria dos clubes que disputaram a elite do futebol paulista neste ano.
Turbinados com as cotas de televis�o que chegaram at� a R$ 4 milh�es em virtude das bonifica��es para as equipes que est�o h� mais tempo na primeira divis�o da competi��o e disputam alguma divis�o do Brasileiro, os clubes do Estado pagaram sal�rios fora de suas realidades e montaram elencos mais caros, que giravam entre R$ 350 e R$ 500 mil mensais.
Sem receitas suficientes para para manter os gastos, come�am agora processo de desmanche. Dos 308 jogadores inscritos no Paulista, 174 t�m contrato somente at� o final de maio, o que representa 56,4%.
Esse n�mero n�o contabiliza os jogadores de Corinthians, Palmeiras, Ponte Preta, Santos e S�o Paulo, que est�o na elite do futebol nacional e possuem calend�rio at� o final da temporada.
A equipe que sofrer� o maior desmanche � o Novorizontino, eliminado nas quartas da final pelo Palmeiras. Dos 28 jogadores inscritos no Estadual, 23 ter�o seus contratos encerrados at� o dia 10 de maio -tr�s dias ap�s a data prevista para o segundo jogo da decis�o.
Desmanche - contrato jogadores
"Sem um calend�rio anual, n�o temos como segurar esses atletas. Esses jogadores v�o disputar a S�rie A ou B do Brasileiro", disse Genilson Rocha dos Santos, presidente do clube de Novo Horizonte, que tinha uma folha salarial em torno de R$ 450 mil.
Fora das quatro divis�es do Brasileiro neste ano, a equipe dever� ficar inativa no segundo semestre. Os dirigentes descartam por enquanto disputar a Copa Paulista, torneio promovido pela Federa��o Paulista de Futebol para os times n�o ficarem parados.
"� um torneio deficit�rio", diz Genilson dos Santos.
Com folha salarial de R$ 400 mil, o Linense, eliminado nas quartas do Paulista, tamb�m sofrer� desmanche. O time tem 19 jogadores com contrato at� maio.
"Vou tentar propor a renova��o com um ou no m�ximo dois jogadores. A ideia � alongar o contrato at� o final do Paulista de 2018 e emprest�-los no segundo semestre para alguma equipe, porque fica invi�vel pagar o sal�rio", disse o mandat�rio do clube de Lins, Jorge Hugo Moreira.
Segundo o dirigente, a equipe dever� gastar R$ 50 mil mensais na Copa Paulista. O teto salarial no Estadual foi de R$ 35 mil, enquanto a competi��o para o segundo semestre ser� de R$ 3 mil.
At� clubes que disputar�o as S�ries C e D do Brasileiro v�o sofrer reformula��o. Na terceira divis�o do Nacional pelo segundo ano consecutivo, o Botafogo-SP tem 12 jogadores com contratos para vencer at� maio. Tentar� ficar com apenas cinco deles.
Marcos Antonio de Freitas/Divulga��o. | ||
Confronto entre Linense e Mirassol, pela fase de grupos do Campeonato Paulista |
Com R$ 200 mil de folha salarial por m�s, metade da que teve no Paulista, o time de Ribeir�o Preto tenta brigar pelo acesso � S�rie B.
Realidade semelhante � do S�o Bento, que tem 20 jogadores com contratos para vencer e que planeja corte de 50% nos gastos.
"Vivemos duas realidades totalmente distintas. N�o temos como fazer contrato at� 30 de outubro [data do encerramento da S�rie C] e n�o cumprir. A S�rie C � uma competi��o deficit�ria. N�o temos cota de televis�o e a CBF s� paga as despesas com o transporte", disse M�rcio Dias, vice-presidente de futebol.
O Red Bull, de Campinas, vai reduzir a folha salarial em 30% para a S�rie D.
"O que a gente vem tentando � fortalecer nossa base e ter uma continuidade maior. Temos um n�vel de investimento no primeiro semestre e um no segundo. A cota da televis�o � importante, mas temos outras formas de receita", disse Thiago Scuro, presidente do Red Bull.
As categorias de base tamb�m s�o as apostas de Novorizontino e Ituano, que ainda procura jogadores desconhecidos, como o meia-atacante Morato, 24, rec�m-contratado pelo S�o Paulo, para mudar o atual cen�rio.
"Queremos em dois anos ter uma base do time formada em casa", afirmou o presidente Genilson.
O clube foi o respons�vel por utilizar o jogador mais jovem do Paulista-17. Com 16 anos, 11 meses e oito dias, o atacante Rodrigo atuou em dois jogos do torneio.
A Federa��o Paulista de Futebol diz que auxilia os clubes do Estado com assessoria de gest�o. A entidade afirma que nos �ltimos dois anos aumentou em 187% a subven��o aos clubes. Saltou de R$ 7,8 milh�es em 2014 para R$ 20,9 milh�es em 2016. "Quase 100% dos clubes das S�ries A1 e A2 participam ativamente, enviando relat�rios mensais com balan�os das atividades".
Reprodu��o/Facebook/Red Bull Brasil | ||
Alberto Valentim, t�cnico do Red Bull Brasil |
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