Futuro diretor do Palmeiras se diz 'vendedor de sonhos'
"Neste momento da minha carreira, eu n�o iria atr�s de dinheiro, mas sim de um projeto, um desafio."
Foi o que Alexandre Mattos, 38, diretor-executivo do Palmeiras a partir de janeiro, disse � Folha em 25 de novembro, quando indagado se pensava em deixar o Cruzeiro no futuro.
No dia seguinte, o clube celeste, time do qual � dirigente at� o fim do ano, jogaria a final da Copa do Brasil contra o Atl�tico-MG.
O discurso n�o era fal�cia.
No clube alviverde, Alexandre Mattos vai receber cerca de R$ 110 mil mensais, proposta que o Cruzeiro tentou cobrir. Mas Mattos optou pelo futebol paulista.
Washington Alves/Light Press/Divulga��o | ||
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Alexandre Mattos (esq.) apresenta o volante Willian Farias no Cruzeiro |
E se desafios eram o objetivo dele, poucos clubes poderiam oferecer a ele tantos como o Palmeiras de hoje.
Mattos vai deixar o bicampe�o brasileiro, que ajudou a forjar com mais de 20 contrata��es, para comandar o departamento de futebol de um clube em perene crise institucional e t�cnica.
A apresenta��o oficial de Mattos no Palmeiras ser� apenas em janeiro. Mas, tamanha a urg�ncia no clube, o dirigente j� est� trabalhando.
Duas pe�as-chave do novo departamento de futebol alviverde, o gerente C�cero Souza e o t�cnico Oswaldo de Oliveira, contaram com a indica��o de Mattos para chegar.
Quando chegou � Toca da Raposa em 2012, Mattos enfrentou desconfian�a.
Considerado jovem para o cargo –tinha 35 na �poca–, o dirigente vinha de cinco anos como gerente do Am�rica-MG, terceira for�a do futebol mineiro.
Logo ganhou a confian�a geral. J� h� um tempo, vem sendo chamado de Alexandre "Mittos" pela torcida.
Do presidente Gilvan Tavares –com que est� agora estremecido por causa da op��o do Palmeiras –, logo ganhou plena autonomia para comandar o futebol celeste.
No seu primeiro ano no Cruzeiro, montou uma equipe com jogadores experientes, cujo foco principal era afastar o risco de rebaixamento corrido no anterior.
Deu certo. E ainda em 2012, ele j� come�ou a montar o time que h� dois anos ocupa o topo do futebol nacional, quase sem contesta��o.
Foi por interm�dio dele que �verton Ribeiro, Ricardo Goulart e o t�cnico Marcelo Oliveira tornaram-se estrelas de primeira linha.
SONHOS
Mattos tem um estilo cerebral, mas n�o abre m�o da paix�o e de apelar ao lado sentimental, se necess�rio.
"Minha fun��o � vender sonhos, sou vendedor de sonhos", disse naquela entrevista, em Belo Horizonte.
"Vendo aos jogadores a ideia de que, jogando no meu time, poder�o disputar t�tulos e crescer na carreira", diz. "Ao torcedor, vendo a ideia de que vale a pena investir no time, comprar camisas, ser s�cio-torcedor, porque ele vai ter o que comemorar no fim do ano", explicou.
Mattos gosta de colocar a m�o na massa para contratar. "Fui � cidade de cada um dos jogadores que trouxe para o Cruzeiro, olhar no olho de quem estava trazendo", completou ele, que ainda n�o fala como diretor palmeirense por quest�o contratual.
E qual � o sonho de Mattos?
"Eu creio que todo profissional de futebol deveria ter a sele��o brasileira como meta", afirmou o dirigente.
Mas, para chegar � Barra da Tijuca, no Rio, onde fica a sede da CBF, o diretor-executivo sabe que o sucesso no bairro paulistano da Barra Funda, onde fica o centro de treinamentos do Palmeiras, pode ser escala fundamental.
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