Ap�s doping, judoca volta e faz sombra a Guilheiro
"N�o podia estar mais fisicamente nos tatames [das competi��es], s� que, mentalmente, nunca sa� deles".
� assim que Victor Penalber, 22, principal destaque da nova gera��o de judocas brasileiros a n�o fazer parte da sele��o, descreve os dois anos de suspens�o ap�s ser flagrado no teste antidoping.
At� por conta do tempo em que ficou fora de atividade, Penalber virou um "desconhecido" no circuito mundial, o que acaba por ajud�-lo a surpreender os rivais.
� �poca do epis�dio do doping, em 2008, muitos vaticinaram o fim da carreira do ent�o adolescente --tinha 17 anos. Afinal, argumentavam, impedido de participar de competi��es e ainda imaturo, perderia a motiva��o e buscaria outros interesses.
Ap�s um ciclo ol�mpico, ou quatro anos depois, Penalber representa o Brasil no Mundial por equipes de jud�, que acontece entre hoje e amanh�, em Salvador, na Bahia.
Na 14� posi��o do ranking da Federa��o Internacional de Jud�, Penalber j� faz sombra a Leandro Guilheiro dentro da categoria at� 81 quilos.
O carioca est� a s� 11 coloca��es de Guilheiro (3� da lista da FIJ) e surpreendeu ao sagrar-se campe�o do Grand Slam do Rio e do Grand Prix de Abu Dhabi, m�s passado.
"Ter ficado distante dos tatames por dois anos fez com que virasse quase um desconhecido. Claro que com cada [bom] resultado, isso vai mudando", analisou o judoca.
A decis�o no torneio carioca trouxe um fator que anima Penalber: superou Travis Stephens, o americano respons�vel por Guilheiro ter sa�do de Londres-12 sem medalha.
O judoca explica como conseguiu manter a motiva��o durante o per�odo em que esteve barrado de competir.
M�rcio Lima - 25.out.12/Folhapress | ||
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Victor Penalber vai representar o Brasil no Mundial por equipes de jud� |
Ap�s ser suspenso, Penalber se tornou um 'voyeur' das lutas. Ao auxiliar na prepara��o dos amigos para os combates, ele tratava os duelos como se fossem seus.
Fez, ao ajudar os amigos de academia, o exerc�cio de tornar seu o objetivo alheio.
"Quando a competi��o se aproximava e meus amigos aumentavam a intensidade [dos treinos], eu aumentava tamb�m. Estudava os v�deos dos advers�rios deles como se fosse eu a enfrent�-los".
Momentos de des�nimo, apesar de raros, aconteciam. Quando o judoca era flagrado por fam�lia e amigos murmurando: "N�o vou chegar a lugar algum. Vai demorar para terminar [a suspens�o]".
Foi nesse per�odo que o lutador afirma que, � for�a, passou de garoto para homem.
Fam�lia e amigos, os "de verdade", que o apoiaram, n�o foram esquecidos. Penalber, que reconhece que outros Estados no jud� t�m estrutura superior, recusou convites de clubes fora do Rio.
"Sou do Rio. Minha fam�lia, meus amigos est�o l�. � meu sonho representar meu pa�s em casa. Mas � importante come�ar [o investimento] desde agora", diz.
"Meu pai e minha m�e s�o como uma empresa que me administra. Meu pai grava v�deos de minhas lutas desde os sete anos, e tamb�m � meu olheiro. Minha m�e v� se est� tudo certo para as minhas viagens, a minha agenda".
O judoca, cuja irm�, Julia, tamb�m luta, h� um ano fez a estreia na nova categoria.
Segundo ele, foi o tempo que levou para se adaptar ao peso, o que proporciona uma qualidade de vida superior.
"Respeito o Leandro. Apesar de ele n�o ter ido t�o bem em Londres, isso n�o apaga suas Olimp�adas [foi medalhista duas vezes], seus mundiais", diz, ao fazer uma pausa. "Mas eu quero essa vaga, e vou brigar muito por ela".
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