'No Brasil a jornada � mais solit�ria', diz m�e adepta da educa��o em casa
Quando se mudaram dos EUA para o Brasil, h� dois anos, Nadine Toppozada, 39, e Jean Trapenard, 48, precisaram mudar tamb�m o jeito de educar os dois filhos.
Karine e Alan, hoje com dez e 12 anos, nunca foram � escola e s�o "unschoolers", palavra que define adeptos de uma educa��o ainda mais livre que o "homeschooling". Aqui, ningu�m segue manuais ou apostilas.
Educa��o domiciliar tem 2 milh�es de adeptos nos Estados Unidos
No Brasil, educa��o domiciliar est� � margem da lei
No Brasil, as crian�as continuam sem ir � escola, mas a fam�lia teve que se adaptar ao fato de ser exce��o. "A jornada ficou muito mais solit�ria", diz Nadine, que tem forma��o em ci�ncias pol�ticas e � de origem eg�pcia.
VIctor Moriyama/Folhapress | ||
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Karine, com os pais, Nadine e Jean, e o irm�o, Alan, na casa da fam�lia, em Vinhedo, SP |
"Mor�vamos em Los Angeles, faz�amos parte de uma rede de 700 fam�lias que praticavam educa��o em casa. Toda semana havia encontros em parques da cidade. As crian�as ficavam juntas, compartilhavam experi�ncias. Aqui isso n�o existe", conta.
A solu��o para seguir com a educa��o domiciliar foi matricular as crian�as em muitas aulas. "Fa�o t�nis, viol�o e arco e flecha", diz Alan, que j� chegou a passar uma semana em uma escola, s� para conhecer. "N�o gostei. Tem muito 'faz isso, faz aquilo'. � tudo muito coordenado, tem hora para fazer as coisas."
Foi sua m�e quem programou a visita. Karine foi conhecer um col�gio por tr�s dias. Tamb�m n�o gostou.
"A op��o est� aberta para eles se tiverem curiosidade. � uma escolha mais deles do que minha. Entendemos que a opini�o da crian�a deve ser respeitada e tem o mesmo valor que a opini�o do adulto."
Quando come�ou a educa��o em casa, a fam�lia tentou comprar m�todos com apostilas. Durou seis meses. "N�o dava certo. Naturalmente sa�mos do curr�culo", diz a m�e.
Nadine e o marido, que � engenheiro e brasileiro, quase n�o ocupam o papel de professores. As crian�as aprendem lendo, pesquisando na internet e a partir de experi�ncias pr�ticas. Em um restaurante, por exemplo, uma delas pergunta como � calculada a gorjeta do gar�om. Ent�o os pais explicam.
A maioria dos conhecidos da fam�lia nunca ouviu falar em ensino domiciliar. "Perguntam: quando eles v�o para a escola? Como se dissessem 'Chega, voc�s moram no Brasil'." Eles dizem n�o se incomodar. "Para nossa fam�lia vale a pena, mas sei que n�o � para todo mundo."
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