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Eliana Tiezzi Nascimento

Quem � ela?

Eliana Tiezzi Nascimento, 44 anos, paulista, solteira, uma filha, psic�loga e psicanalista, lidera a Papel de Gente.

Atua em S�o Paulo, na �rea de sa�de mental, s�o cinco funcion�rios e 20 volunt�rios.

* Dados de 2005

Criada em 1994, a entidade � uma Oscip (Organiza��o da Sociedade Civil de Interesse P�blico) em que a confec��o de produtos com papel reciclado � um meio de reinser��o social de pessoas com transtornos ps�quicos, como neurose grave e psicose

Seu or�amento em 2005 � de R$ 1,5 milh�o (venda de produtos e patroc�nio)

M�dia de 91 benefici�rios diretos por ano

www.papeldegente.org.br

Acaso ensina psic�loga a reciclar papel e pessoas

Descoberta de que o papel reciclado ajudava pacientes com transtornos ps�quicos graves a desengavetar planos pessoais e voltar � vida em sociedade deu origem a projeto social

BRUNA MARTINS FONTES
da Folha de S.Paulo

Uma experi�ncia de vida traum�tica costuma ser a inspira��o para empreendedores criarem um projeto social. A psic�loga e psicanalista Eliana Tiezzi Nascimento, 44, n�o passou pelo batismo de fogo. No desenrolar de sua trajet�ria profissional, partiu da observa��o apurada para mudar a vida das pessoas que encontrou.

Espinhoso foi convencer os outros de que sua id�ia daria certo. "Disseram que eu estava ficando louca. Parei de contar para colegas o que estava fazendo, porque recebi muitas cr�ticas", lembra Eliana, referindo-se ao projeto Papel de Gente, que hoje re�ne 25 pacientes psiqui�tricos que t�m transtornos ps�quicos (como neurose grave e psicose).

Em uma casa na Aclima��o (zona oeste de S�o Paulo), eles reciclam papel para fazer cadernos, cart�es, agendas e outros brindes vendidos a empresas parceiras.

Mas "o papel reciclado", conta, "� s� um meio". O fim � preparar as pessoas para voltar ao mercado de trabalho e � vida social e incentiv�-las a tra�ar projetos pessoais.

Tudo come�ou com um pedido de Natal. Em 1994, a psic�loga trabalhava em uma cl�nica psiqui�trica e passava por uma "crise dos sete anos" no trabalho. "Os pacientes vinham em crise, melhoravam e sa�am. Mas alguns voltavam e iam perdendo capacidade cognitiva e concentra��o. N�o via sentido no que eu fazia."

Mas o pedido natalino partiu da dire��o da cl�nica: ensinar os pacientes a fazer cart�es de Natal. Como, por seguran�a, era proibido usar tesoura, estilete e at� pincel, entrou em cena o papel reciclado, que a psic�loga conheceu ao ver um programa infantil com a filha. "A dire��o topou, e os pacientes se envolveram muito."

Foi ent�o que Eliana percebeu o papel do reciclado. "Um paciente me disse: 'Esse papel � horroroso, isso � um lixo'. Muitos falaram assim, e eu comecei a perceber que as falas mostravam que o papel era um bom intermedi�rio para falar sobre as quest�es internas."

Estimulados a transformar o "papel feio" em pe�as bonitas, os pacientes se empolgaram e come�aram a vender o que produziam. "Sentiram que o que faziam era valorizado pelos outros, situa��o � qual n�o estavam acostumados, pois uma produ��o psic�tica n�o faz sentido para a sociedade."

Reciclagem interna

Eliana tamb�m notou que a venda dos artefatos reacendeu desejos que h� muito haviam sido abafados pelos efeitos do sofrimento ps�quico - como comprar uma roupa nova ou convidar uma "paquera" para sair.

Juntando todos os ingredientes, ela formatou um projeto social. Mas, ao colocar os preceitos no papel, sofreu bastante resist�ncia de seus pares. Especialmente porque achava que n�o era arriscado dar tesouras aos pacientes. "Para o sistema, o paciente tem sempre de viver em conten��o", avalia.

Hoje, ela recebe pacientes encaminhados por servi�os de sa�de, a maior parte da rede p�blica, para a etapa de sociabiliza��o - eles continuam fazendo tratamento psiqui�trico. Quando o projeto pessoal deles est� pronto e eles se sentem preparados para lidar com os obst�culos, � hora de deixar a Papel de Gente.

Como eles, Eliana tamb�m tem seus desejos: fazer de sua iniciativa uma franquia social, cotas nas empresas para pacientes psiqui�tricos e uma esp�cie de Bolsa Trabalho para eles. "Esse contato muda o imagin�rio coletivo. S�o pessoas que t�m uma doen�a, mas que tamb�m t�m outros interesses. Independentemente da patologia, a vida n�o pode parar."

 

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