Estudante tenta h� 8 anos entrar em medicina na USP
Anderson Kono, 25, sabe de cor o roteiro do vestibular da Fuvest, processo seletivo da USP (Universidade de S�o Paulo): estuda, faz a primeira fase, a segunda, v� o resultado... e tenta de novo.
Ele presta o vestibular h� dez anos, dois como treineiro e os demais pra valer, para tentar entrar em medicina na USP, um dos cursos mais disputados do vestibular. Este ano, h� 59 candidatos para disputar cada uma das 295 vagas.
O desejo de fazer medicina surgiu em 2007, quando se sentiu impotente ao ver a av�, internada em um hospital, ter uma parada card�aca –ela morreu. "N�o pude fazer nada e fiquei com aquilo na cabe�a, de que eu precisava ter forma��o m�dica para ajudar algu�m que precisasse."
Desde ent�o ele tenta, ano a ano, passar na USP, sempre por meio do cursinho. Hoje, ao olhar para tr�s, v� fragilidades na sua forma��o que o prejudicaram no vestibular. "Eu n�o tinha prepara��o para o vestibular. Para entrar no curso de medicina, n�o d� para saber s� o b�sico. Tenho procurado melhorar minha base em todas as mat�rias."
Anderson tamb�m reconhece ter deixado algumas mat�rias de lado –ele dava prefer�ncia a assuntos como biologia, com o qual tem mais afinidade, em detrimento de mat�rias de humanas, importantes para a primeira fase.
NERVOSISMO
Ano a ano, ele n�o aparecia nas listas de aprovado, o que o decepcionava. O nervosismo na hora da prova, diz, tamb�m atrapalhava. Neste ano, ele decidiu mudar de estrat�gia. Passou a fazer cursinho integral –com bolsa dada pelo Etapa–, o que lhe permite dedica��o exclusiva para o vestibular.
"Esse ano estou mais esperan�oso. Tive bons resultados nos simulados de provas dos anos anteriores e pude me dedicar integralmente –nos �ltimos dois anos eu trabalhava, ent�o n�o foi assim." Os pais, diz, o apoiam.
Se passar, Anderson, que � religioso, ir� ao Santu�rio de Aparecida agradecer e diz que ajudar� dando aulas em cursinhos que atendem � popula��o mais carente.
Paulo Moraes, diretor do Anglo Vestibulares, diz ser normal, em cursos mais concorridos, o estudante ficar tr�s a quatro anos em cursinho, sem conseguir passar. "Essa pessoa tem que ser trabalhada o ano inteiro, com m�todo e determina��o. O problema � quando a frustra��o em n�o passar se transforma em ang�stia –�s vezes se resolve, �s vezes, n�o."
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