Cinemas de rua resistem � concorr�ncia e � era digital
Sufocados pela era digital, cinemas de rua da regi�o de Ribeir�o Preto (a 313 km de S�o Paulo) tentam sobreviver � moderniza��o dos equipamentos e � concorr�ncia, sobretudo, da TV a cabo, da internet e dos shoppings.
O p�blico � cada vez menor, e o lucro, inexistente, afirmam os exibidores.
Al�m dos equipamentos digitais, os cinemas ter�o que enfrentar neste ano o fim da exibi��o por pel�cula, segundo Carlos Augusto Calil, professor da ECA-USP.
"J� h� filmes que n�o s�o distribu�dos [em pel�cula], como os da Paramount Pictures", diz o empres�rio Alceu Neves Garcia, 50.
Para digitalizar as salas, o investimento � alto: em m�dia, R$ 160 mil por espa�o.
"� um dinheiro que n�o temos", afirma Garcia.
Silva J�nior - 28.nov.2014/Folhapress | ||
Carlos Eduardo da Silva, 53, opera projetor de filmes em pel�cula no Cine Clube Cauim |
Garcia amarga o momento ruim do seu Cine Orl�ndia (a 365 km de S�o Paulo), inaugurado h� 18 anos.
No per�odo, o p�blico despencou 80%. Hoje, cada sess�o re�ne at� 40 pessoas -a sala tem 300 poltronas.
Por economia, o local fica fechado em determinados per�odos, como aconteceu no �ltimo m�s de novembro.
Para atrair p�blico, Garcia cobra R$ 5 no ingresso e tenta faturar na pipoca, a R$ 10. Sem sucesso.
Vencedor do Oscar e da Palma de Ouro, o cl�ssico "Orfeu Negro" (1959) teve suas sess�es canceladas no Cine Clube Cauim, de Ribeir�o Preto, por falta de p�blico. N�o apareceu ningu�m.
"O DVD pirata e a internet mataram o conv�vio que havia no cinema, anos atr�s", afirma Carlos Eduardo da Silva, 53, operador cinematogr�fico do Cauim.
Segundo ele, � comum haver sess�es canceladas por falta de p�blico.
O local sobrevive gra�as a emendas parlamentares, al�m de verbas oriundas de leis de incentivo cultural.
A digitaliza��o do espa�o dever� custar R$ 500 mil e ser� feita por financiamento, informa a dire��o do local.
A crise de p�blico tamb�m afeta os cineteatros mantidos pelas prefeituras.
Em Casa Branca (a 229 km de S�o Paulo), metade da receita da bilheteira � repassada aos distribuidores, e o restante, reinvestido no cinema, segundo Lu�s Renato Lima, diretor do Departamento de Cultura.
A maior parte do p�blico � formada por alunos da rede municipal, que s�o levados pela prefeitura ao cineteatro durante a aula.
O mesmo acontece com os cineteatros de Monte Alto, Jaboticabal, Bocaina e It�polis.
Em Batatais (a 352 km de S�o Paulo), o cinema passou por moderniza��o: ganhou tela 3D e novas poltronas. "Mas o p�blico n�o vem mais ao cinema", disse Samuel Moura, 62, propriet�rio.
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