Doria atribui sua queda de avalia��o a heran�a de Haddad e nega candidatura
O prefeito Jo�o Doria (PSDB) atribuiu �s dificuldades financeiras da Prefeitura de S�o Paulo sua queda de aprova��o registrada pela mais recente pesquisa Datafolha. Ele culpou diretamente a gest�o de Fernando Haddad (PT), seu antecessor.
"� importante respeitar pesquisa, eu respeito pesquisa. Estamos com nove meses de gest�o � frente da Prefeitura de S�o Paulo, sem recursos. Temos R$ 7,5 bilh�es de deficit no or�amento da prefeitura [em rela��o � receita prevista pela gest�o anterior]. Que foi heran�a do PT, que nos deixou esse rombo", disse Doria.
O tucano despencou quase dez pontos percentuais na aprova��o de sua administra��o. Segundo o levantamento publicado neste domingo (8), o prefeito tem 32% de aprova��o, 26% de rejei��o e 40% de avalia��o regular entre os paulistanos. H� quatro meses, Doria pontuava 41% de �timo/bom, 22% de ruim/p�ssimo e 34% de regular.
Com margem de erro de tr�s pontos para mais ou menos, entre os 1.092 entrevistados de 4 a 5 de outubro, a curva � francamente desfavor�vel ao prefeito: fora do empate t�cnico em todas as simula��es. Pela primeira vez, a avalia��o regular supera a positiva desde que sua gest�o come�ou, em janeiro.
"� duro fazer gest�o p�blica sem recursos, depender de apoio do setor privado, da coopera��o e solidariedade de muitas pessoas." As doa��es empresariais � cidade continuam sendo malvistas pelos moradores. Para 46% dos paulistanos, elas n�o s�o transparentes (eram 45% em junho). J� 9% as veem como transparentes.
Como mostrou a "Ag�ncia Lupa", relat�rio do Tribunal de Contas do Munic�pio sobre as contas de 2016, a �ltima de Haddad, diz que o caixa bruto da prefeitura no fim do ano passado era de R$ 5,34 bilh�es. Por�m, depois de descontadas as despesas que deveriam ser quitadas no curto prazo, o saldo restante seria de R$ 3,15 bilh�es. Mas o tribunal ressaltou que, desse montante, apenas R$ 305,7 milh�es seriam recursos livres, ou seja, aqueles que poderiam ser usados para pagamento de qualquer despesa. Em compara��o, Gilberto Kassab deixou a Prefeitura de S�o Paulo em 2012 com mais verba livre: R$ 494,9 milh�es.
No fim do mandato, em 2016, a gest�o Haddad reduziu gastos em v�rias �reas. Foi um esfor�o para evitar um rombo nas contas que, no entanto, afetou servi�os. At� a produ��o de asfalto para recapeamento das vias foi paralisada.
Outro ponto de redu��o do caixa da prefeitura foi a decis�o de Doria de congelar a tarifa de �nibus neste ano em R$ 3,80. O custo dessa escolha, estima a prefeitura, ser� de R$ 400 milh�es at� dezembro. O valor est� dentro do subs�dio pago �s empresas de �nibus (diferen�a entre o que os passageiros pagam e os custos do servi�o), que deve atingir R$ 3 bilh�es em 2017.
Datafolha avalia��o do prefeito Joao Doria
Em entrevista na manh� deste domingo, durante compromisso na cidade, Doria tamb�m afirmou que vai manter sua agenda de viagens pelo pa�s e para outros pa�ses. O prefeito esteve s�bado (7) no Par�, onde participou do Cirio de Nazar�, e nesta semana j� viaja pra It�lia.
Para 49% dos paulistanos, suas viagens pelo pa�s trazem mais preju�zos do que benef�cios � cidade, enquanto 35% aprovam a iniciativa. J� os que veem benef�cio pessoal ao tucano nas viagens s�o 77%, contra 14% que enxergam o contr�rio. De todo modo, metade dos paulistanos acha que o prefeito viaja mais do que devia, enquanto 40% apontam que a frequ�ncia � adequada, explicitando uma divis�o de opini�es sobre o tema na cidade.
Apesar da pesquisa, Doria disse que nada muda em rela��o �s viagens, tanto nacionais como internacionais. "[As viagens] s�o em benef�cio da cidade, mas nenhum benef�cio � imediato", diz ele, refor�ando que, a seu ver, precisa estar pessoalmente nesses compromissos. "Isso � feito sempre de prefeito com prefeito, por isso existem prefeitos. Se n�o, n�o existiriam prefeitos".
Desde a �ltima pesquisa, Doria passou a percorrer o pa�s em reuni�es e estreitou rela��es com siglas como o DEM, cuja parcela ligada ao prefeito de Salvador, ACM Neto, v� o tucano como melhor candidato � Presid�ncia que o seu padrinho, o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Com efeito, acham que Doria ser� candidato a presidente 37% dos paulistanos, contra 21% em junho. Mas 58% preferem que ele permane�a na prefeitura, contra apenas 10% que o desejam ver disputando a Presid�ncia ou 15%, o governo do Estado.
Apenas 18% dos ouvidos votariam com certeza no tucano para a Presid�ncia, enquanto 26% o fariam para o governo estadual. A maioria n�o votaria nele de jeito nenhum para o Planalto (55%), e 24% talvez o apoiassem.
De manh�, Doria participou de mais uma agenda referente a reformas nas cal�adas. De novo, ele colocou capacete e luvas e ajudou a cimentar dois pequenos espa�os e a jogar pedras em uma ca�amba. Tamb�m ao comentar a pesquisa, listou a��es da prefeitura, como tapamento de buracos, reformas no asfalto, abastecimento de medicamentos nos postos e cria��o de vagas em pr�-escola. "Estamos fazendo o que � poss�vel fazer e reconhecendo tamb�m as o valor e as vozes daqueles das ruas que pedem uma a��o mais efetiva e constante da prefeitura de s�o paulo."
Sobre a rejei��o dos paulistanos a uma poss�vel candidatura � presid�ncia, Doria disse que n�o se apresenta como candidato e nega estar fazendo campanha –embora n�o tenha descartado totalmente a possibilidade de disputar a pr�xima elei��o.
"Eu n�o me apresento como candidato � presid�ncia da Rep�blica, eu me apresento sempre como prefeito da cidade de S�o Paulo. Quem induz, fala, quem apresenta o meu nome s�o as pesquisas, n�o sou eu. N�o tenho nem que contestar a pesquisa porque n�o me apresento como tal", diz. "O dia de amanh� cabe ao amanh�, n�o sou capaz de prever o amanh�."
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