Uma em cada tr�s ocorr�ncias n�o � atendida pelo Samu em SP
Robson Ventura/Folhapress | ||
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Ambul�ncia do SAMU em frente ao Hospital Municipal Vereador Jose Storopolli, na zona norte de SP |
O Samu (Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia) deixou de atender neste ano, at� o dia 20 de abril, uma em cada tr�s ocorr�ncias abertas em sua central de atendimento na capital. Os dados foram obtidos com exclusividade pelo Agora via Lei de Acesso � Informa��o.
Os n�meros obtidos pela reportagem mostram que 113.882 ocorr�ncias foram abertas no Samu entre 1� de janeiro e 20 de abril. Dessas, apenas 75.047 foram atendidas de fato pelas equipes do servi�o, sob responsabilidade da gest�o Jo�o Doria (PSDB).
No per�odo analisado, foram abertos 43 chamados por hora, em m�dia, na capital. O Samu conta com 122 ambul�ncias que se alternam de acordo com as escalas de plant�o na cidade.
O presidente do Sindconam-SP (Sindicato dos Condutores de Ambul�ncia do Estado de S�o Paulo), Alex Douglas, afirma que h� falta de pessoal para prestar atendimento. "H� poucos funcion�rios e a demanda � muito grande. O pessoal est� ficando at� bastante desgastado. Tem muito chamado e pouca m�o de obra", afirma. "Quando cai um monte de chamados, chega uma hora em que algu�m vai ficar na m�o", completa Douglas.
O presidente do Sindconam-SP afirma tamb�m que a libera��o das macas para que a ambul�ncia volte a circular nem sempre � r�pida e depende da burocracia de cada hospital.
Entre os motoristas, tamb�m h� cr�ticas em rela��o ao setor de triagem do Samu. Eles afirmam que s�o enviados para casos que n�o precisariam, necessariamente, de um atendimento de emerg�ncia. "Muita coisa n�o tem rela��o com nosso servi�o. �s vezes, mandam a gente s� para constatar o �bito ou buscar na ruas pessoas que est�o b�badas", disse um dos motoristas, que preferiu n�o se identificar.
O Samu atende pelo telefone 192 e deve ser acionado para situa��es como trabalhos de parto, convuls�es, surtos e infartos (veja quadro ao lado).
Os dados fornecidos � reportagem via Lei de Acesso � Informa��o mostram tamb�m que cresceu 33,2% o n�mero de ocorr�ncias do Samu (Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia) relacionadas a acidentes de tr�nsito na capital.
Entre 1� de janeiro e 20 de abril, foram 5.085 casos, ante 3.818 registrados em igual per�odo ano passado. No mesmo per�odo, o n�mero de atendimentos em geral cresceu 4,4%, passando de 71.885 para 75.047.
Em abril, a reportagem mostrou que, ap�s o aumento dos limites de velocidade promovido pelo prefeito Jo�o Doria (PSDB), o n�mero de atendimentos do Samu triplicou nas marginais Tiet� e Pinheiros, entre 25 de janeiro e 10 de mar�o, na compara��o com igual per�odo de 2016.
ESPERA
O chamado para socorrer a aposentada Ermelinda de Souza Andrade Santos, 89, ap�s uma queda na rua est� nas estat�sticas dos que n�o foram atendidos pelo Samu.
Segundo a fam�lia, Ermelinda escorregou e caiu por volta das 18h50, no dia 13 de fevereiro, quando atravessava o cruzamento das ruas dos Pinheiros e C�nego Eug�nio Leite, em Pinheiros (zona oeste), pela faixa de pedestres.
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A aposentada Ermelinda de Souza Andrade Santos, 89, aguarda atendimento deitada no ch�o |
O primeiro chamado foi feito �s 19h12, mas, como a ambul�ncia n�o chegava, a fam�lia ligou novamente, �s 19h34. "A atendente disse que tinham 196 chamados e que n�o havia previs�o para chegada da ambul�ncia", disse a designer de interiores Luciana Boschi, 26, neta da v�tima.
�s 19h52, os familiares ligaram novamente ao Samu, que disse n�o ter previs�o de chegada da ambul�ncia. Foi quando eles decidiram chamar o resgate dos bombeiros, que chegou �s 20h02 e levou Ermelinda para o hospital. "Foi muito chocante ver minha av� no ch�o gemendo de dor sem saber o que estava acontecendo", afirmou a neta. Ermelinda teve luxa��o no bra�o direito e passa bem.
RESPOSTA
A Secretaria Municipal da Sa�de, sob a gest�o Jo�o Doria (PSDB), diz que os dados mostram melhora no servi�o do Samu, pois o n�mero de ocorr�ncias atendidas em 2017 � o maior em tr�s anos. Segundo a secretaria, no per�odo analisado, foram realizados 3.162 a mais do que em 2016.
A secretaria diz tamb�m que houve melhora no n�mero de atendimentos em rela��o �s ocorr�ncias abertas _passando de 61%, em 2016, para 66%, em 2017.
A gest�o afirma que nem todos os casos requerem ambul�ncia. Diz que todas as ocorr�ncias s�o atendidas por m�dico regulador, que o quadro de condutores � suficiente e que, quando h� afastamentos ou licen�as, � complementado por conv�nio com os bombeiros. Tamb�m diz que segue protocolo de regula��o reconhecido internacionalmente na triagem.
Para a secretaria, com o programa Marginal Segura a presen�a do Samu � mais representativa, o que justifica aumento de ocorr�ncias de tr�nsito.
Sobre Ermelinda Santos, a secretaria disse que, no dia e hor�rio, recebeu 108 chamados, 15 na mesma regi�o. Quando o Samu foi, bombeiros j� tinham atendido.
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