Procuradora culpa v�timas da Kiss por estarem b�badas e revolta familiares
Uma procuradora de Santa Maria (RS) causou revolta em familiares das v�timas do inc�ndio na boate Kiss, que matou 242 pessoas em janeiro de 2013, ao sugerir que a embriaguez de algumas das v�timas colaborou para as suas mortes.
No documento, que contesta na Justi�a um pedido de indeniza��o por danos morais feito pela fam�lia de um dos jovens mortos na trag�dia, a procuradora Mirela Marquezan ressalta: "Certamente diferentes fatores contribu�ram para esta diferen�a de condutas e desfechos, sendo, um deles, o estado de sobriedade ou de embriaguez de cada um dos frequentadores do estabelecimento, fato que deve ser bem analisado em cada caso concreto".
O trecho foi tornado p�blico pelo advogado Luiz Fernando Scherer Smaniotto, representante de alguns familiares de v�timas.
Reprodu��o-27.jan.2017/Instagram/cldmacedo | ||
Amigos e parentes prestam homenagens �s v�timas da boate Kiss |
A procuradora diz na contesta��o: "Apesar da como��o generalizada e luto coletivo ocorridos com a trag�dia da boate Kiss, e mesmo podendo parecer insens�vel mencionar a possibilidade de ocorr�ncia de culpa das pr�prias v�timas; n�o h� como ignorar o fato de que diversas pessoas que estavam em frente ao palco, onde come�ou o inc�ndio, conseguiram sair do local; ao passo que outras tantas, que estavam muito mais pr�ximas � porta de sa�da, n�o abandonaram o recinto".
A cita��o causou indigna��o nos familiares de mortos e sobreviventes. "Quero saber em qual t�cnica ela se baseou para escrever isso. Primeiro, ela n�o � m�dica. Segundo, n�o � bombeiro para saber se as pessoas podiam ou n�o sair da boate. Ela n�o tem conhecimento t�cnico para usar esse argumento", afirma o presidente da AVTSM (Associa��o dos Familiares das V�timas e Sobreviventes da Trag�dia de Santa Maria), S�rgio Silva.
Silva afirma que j� tem uma reuni�o marcada com o novo prefeito da cidade, Jorge Pozzobom (PSDB), na qual tratar� do assunto. Al�m disso, diz que entrar� na Justi�a contra a procuradora.
"Meu filho estava na porta da boate, estava com o meu carro e n�o tinha uma gota de �lcool no sangue, conforme a per�cia no corpo. Qual argumento da procuradora para isso? Eu, como pai, gostaria que ele estivesse b�bado e drogado, para morrer numa boa, sem no��o da realidade, e n�o sofrendo como aconteceu."
Neste s�bado (25), a reportagem tentou contato com a procuradora Mirela Marquezan, mas n�o obteve retorna at� a publica��o deste texto.
A Prefeitura de Santa Maria emitiu nota explicando que "as condutas adotadas foram op��es t�cnicas feitas pelas chefias institucionais que geriam o munic�pio na �poca". E prosseguiu: "A prefeitura foi renovada nas urnas e todos, inclusive as diretamente envolvidas com essa lament�vel trag�dia, s�o testemunhas da grande vontade de mudar que tem impulsionado a nossa dedica��o di�ria �s causas do munic�pio".
Mais adiante, a administra��o destaca: "A n�s, hoje, cabe acarinhar e acalantar essas pessoas que se sentiam �rf�s frente ao poder municipal em um dos momentos mais dif�ceis que um ser humano � capaz de enfrentar. O que realmente importa � que essas pessoas saibam que podem contar conosco para ajudar, para compreender e, principalmente, para aprender. Esse � o nosso compromisso, isso � renovar".
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