Doria mira empresas de �nibus que usam vias de SP sem contrapartida
Danilo Verpa/Folhapress | ||
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O prefeito eleito Jo�o Doria e o vice Bruno Covas recebem o diploma para assumir os cargos em 2017 |
A equipe do prefeito eleito Jo�o Doria (PSDB) estuda uma reformula��o nos �nibus intermunicipais que cruzam a cidade de S�o Paulo.
Um dos objetivos � que essas empresas da Grande SP passem a pagar pelo uso das vias da capital, o que, na pr�tica, ajudaria a tapar o rombo que ser� provocado pelo congelamento da tarifa de �nibus na cidade em 2017.
Segundo estudo da C�mara Municipal, h� cerca de 350 linhas que partem de cidades vizinhas, cruzam trechos da capital, muitas vezes cobrando valor superior � tarifa municipal, e a cidade ainda n�o arrecada com isso.
Uma mudan�a nesse sistema, na qual a cidade passasse a ser remunerada pelo trecho feito em S�o Paulo, poderia injetar mais de R$ 400 milh�es no sistema municipal, segundo estudos da CPI dos Transportes de 2013.
Esse levantamento sobre linhas intermunicipais agora � mais uma op��o da equipe tucana para ao menos amenizar o preju�zo da promessa do prefeito eleito de congelar a tarifa de �nibus em 2017. Um dia ap�s a elei��o, Doria anunciou que a passagem permaneceria em R$ 3,80 ao longo do pr�ximo ano, medida que representar� um desfalque de cerca de R$ 1,2 bilh�o no or�amento da cidade.
Esse valor � suficiente para construir mais de 30 km de corredores exclusivos para �nibus. Al�m disso, significaria elevar em mais de 50% os subs�dios ao sistema, hoje j� em patamar acima de R$ 2 bilh�es ao ano.
O subs�dio � o dinheiro repassado pela prefeitura �s empresas de �nibus para cobrir a diferen�a entre o que os passageiros pagam e os custos reais dos servi�os prestados. Neste ano, por exemplo, a prefeitura arrecadar� cerca de R$ 5,3 bilh�es com a venda de bilhetes de �nibus, por�m o valor repassado �s empresas supera R$ 7,3 bilh�es.
Os contratos com as empresas preveem remunera��o por passageiro transportado, independentemente do valor que � cobrado dos usu�rios. Por esse motivo, logo ap�s a promessa de congelamento, a equipe de Doria passou a estudar algumas possibilidades para reduzir o preju�zo. Uma delas seria elevar a passagem para um valor intermedi�rio entre os atuais R$ 3,80 e os projetados R$ 4,40.
Essa foi logo descartada pelo prefeito eleito, que determinou um estudo para revisar as gratuidades que beneficiam hoje v�rios grupos, como estudantes de baixa renda e idosos com mais de 60 anos, e que foram ampliadas nos �ltimos anos.
O n�mero de passageiros contemplados com passagem gr�tis no sistema municipal de �nibus cresceu de 1,6 milh�o em 2015 para 2,2 milh�es neste �ltimo ano da gest�o Haddad (PT). Sob Doria, os idosos de 60 a 64 anos devem perder o benef�cio.
INTERMUNICIPAIS
Sobre as linhas que partem de outras cidades da regi�o metropolitana, uma das propostas repassadas para Doria pelo vereador Milton Leite (DEM), cotado para presidir a C�mara em 2017, prev� que os intermunicipais parem em terminais nos extremos da cidade. Ali, os passageiros poderiam fazer uma segunda perna em linhas municipais.
O consultor em transporte Flam�nio Fichmann afirma que � poss�vel fazer ajustes nessas linhas. "H� uma quantidade muito grande de linhas que nascem na divisa de S�o Paulo e percorrem mais de 90% do itiner�rio no sistema municipal. Acabam n�o tendo a fun��o metropolitana, mas municipal", diz.
Ele afirma que � preciso estudar maneiras, por�m, para evitar que a transfer�ncia de passageiros resulte em inc�modos e viagens mais longas. Procurada, a assessoria de Doria diz apenas que "vai reestudar todo o sistema municipal de transportes e, se for o caso, estabelecer di�logo com o governo do Estado com vista a eventuais readequa��es no sistema intermunicipal".
O �rg�o estadual que fiscaliza os �nibus intermunicipais � a EMTU, vinculada ao governo Geraldo Alckmin (PSDB). A empresa afirma que "desconhece qualquer estudo no sentido de reorganizar o sistema de arrecada��o do transporte intermunicipal". A EMTU afirma tamb�m que a racionaliza��o do sistema tem sido "objetivo permanente" e que um plano bem executado reduz custos.
O SPUrbanuss, sindicato que representa as concession�rias de transporte municipal, incluindo as com bra�os em outras cidades, diz ser importante n�o haver "a penaliza��o dos clientes". Um modelo prevendo pagamento de integra��o seria "razo�vel", como ocorre entre o sistema metroferrovi�rio e os �nibus.
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