Doria quer ampliar pra�as com wi-fi e aumentar seguran�a no uso da rede
A gest�o do prefeito eleito Jo�o Doria (PSDB) pretende expandir a rede das pra�as com "wi-fi livre" da prefeitura. Al�m da inclus�o dos novos pontos, um dos desafios do novo governo nesse projeto ser� aumentar a seguran�a do acesso � rede nesses locais.
De acordo com Daniel Annenberg (PSDB), escolhido para a pasta de Tecnologia e Inova��o, a estrat�gia girar� em torno de ampliar a rede "o m�ximo poss�vel", o que ser� "o grande desafio" da secretaria.
Conex�es p�blicas s�o, ainda, um tipo de rede particularmente suscet�vel � a��o de criminosos. "Os ataques podem variar desde a infraestrutura provida pelo governo a ser utilizada para efetiva��o de crimes, at� o cidad�o ser enganado e se conectar a uma rede 'falsa' de um atacante", diz o especialista em seguran�a da informa��o Willian Caprino.
Para atender � demanda por seguran�a, a gest�o Doria informou por meio de sua assessoria que pretende analisar as vulnerabilidades do munic�pio e trabalhar com criptografia. Al�m disso, os profissionais de seguran�a da informa��o da prefeitura dever�o ser constantemente atualizados.
Todas essas pr�ticas s�o vistas com bons olhos e recomendadas por especialistas ouvidos pela Folha.
Jorge Araujo - 01.ago.2013/Folhapress | ||
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Gest�o Doria promete mais pra�as com Wi-fi livre e monitoramento da conex�o |
"N�o h� nada em definitivo. Estamos discutindo como ampliar o acesso fazendo com que n�o acessem p�ginas n�o adequadas", diz Annenberg.
� o mesmo dilema que enfrentam outras grandes cidades no mundo que oferecem a conex�o livre. Em Nova York, a LinkNYC, que instalou totens com tablets embutidos levando internet gr�tis pela cidade, teve que retirar a fun��o de navegadores web de seus sistemas. Segundo o jornal "New York Post", eles eram usados para assistir a pornografia –o que, legalmente, n�o seria um problema se o ato n�o fosse, muitas vezes, acompanhado de masturba��o em p�blico.
"N�s sabemos que alguns usu�rios est�o monopolizando os tablets e usando de maneira inapropriada, impedindo que outras pessoas os usem", afirma a LinkNYC em nota que explica a remo��o dos navegadores de seus tablets. A empresa pede apenas um e-mail do usu�rio para liberar o acesso � rede e assegura que as informa��es n�o ser�o vendidas ou compartilhadas com terceiros.
Barcelona, assim como a cidade americana � refer�ncia no assunto, e optou por bloquear determinados conte�dos em seus "hotspots". Al�m de pornografia e de material criminoso, s�o bloqueadas opera��es diferentes de navegar na web, como fazer liga��es pela internet e downloads em servi�os de "torrent".
Algumas redes p�blicas, como as de aeroportos, optam por n�o cercear a informa��o, mas pedem que o usu�rio fa�a um cadastro antes de usar. Dessa forma, se algo il�cito � cometido, teoricamente seria poss�vel rastrear o culpado.
De acordo com a gest�o Fernando Haddad (PT), a Prefeitura de S�o Paulo atualmente n�o faz nenhum tipo de controle ou de monitoramento dos conte�dos acessados. Nos tr�s anos de exist�ncia do programa, n�o chegou � coordenadoria respons�vel qualquer den�ncia de crimes virtuais usando essa rede.
ESTRAT�GIAS
Especialistas ouvidos pela Folha afirmam ver como positivas as iniciativas de ampliar o acesso � internet. Para eles, a criptografia � uma boa medida para proteger os usu�rios.
Em rela��o ao conte�do acessado, no entanto, ainda faltam medidas efetivas que possam evitar o uso indevido em locais p�blicos. Na ideia, por exemplo, de se criar um cadastro de usu�rios, uma falha apontada � que um criminoso poderia facilmente conseguir acesso usando documentos, por exemplo, de uma pessoa morta e, com isso, burlar o sistema.
No caso das estrat�gias de bloqueio a conte�do pornogr�fico, uma das t�cnicas que poderiam ser usadas para esse fim � a cria��o de uma lista de sites indesejados. Mesmo assim, n�o � definitivo. "Da noite pro dia pode-se criar um endere�o que n�o est� na lista", afirma o professor de direito da FGV-SP Alexandre Pacheco da Silva.
A estrat�gia, ent�o, pode voltar-se � investiga��o do conte�do acessado pelos usu�rios da rede. "Quando voc� pensa em conte�dos indesejados, qual o limite?", questiona Silva. "Esse bloqueio s� serve para definir o que � desejado e indesejado. O cidad�o � quem deve definir e ser responsabilizado por esse conte�do e n�o o contr�rio."
O professor lembra ainda que, em 2015, o Minist�rio da Cultura postou em sua p�gina oficial no Facebook uma foto hist�rica de um casal de ind�genas seminus e a imagem foi removida pela rede. "Esse tipo de material � pornogr�fico? Estou totalmente alinhado com as pessoas que acreditam que o bloqueio � ineficiente."
Al�m disso, para a estrat�gia funcionar, seria necess�rio um monitoramento ativo de toda a conex�o feita pelas pessoas. "O que pode ser considerado uma viola��o do direito � privacidade", diz o professor de direito digital do Mackenzie Renato Leite.
Ronaldo Lemos, advogado e colunista da Folha, recomenda, ent�o, a "elabora��o de uma 'pol�tica de uso' muito bem feita e uma 'pol�tica de privacidade' que estabele�a claramente se haver� coleta de qualquer dado dos usu�rios".
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