Doria foca idosos, mas tarifa gr�tis de �nibus explode entre estudantes
Alvo dos cortes do prefeito eleito Jo�o Doria (PSDB) para amenizar o preju�zo bilion�rio com o congelamento da tarifa de �nibus em R$ 3,80, os idosos de 60 a 64 anos representam menos de um ter�o do crescimento das passagens gratuitas na cidade.
O n�mero de passageiros contemplados com gratuidades no sistema municipal de �nibus cresceu de 1,6 milh�o em 2015 para 2,2 milh�es neste �ltimo ano da gest�o Fernando Haddad (PT).
Desses 680 mil novos passageiros n�o pagantes, contudo, apenas 180 mil s�o idosos ou pessoas com defici�ncia. O rol desses usu�rios passou de cerca de 1 milh�o para pouco mais de 1,2 milh�o. Isso representa 55% do total de passageiros n�o pagantes.
J� o grupo de estudantes beneficiados com passe livre quase dobrou de um ano para outro: de 508 mil por dia nos dez primeiros meses de 2015, saltou para 1 milh�o no mesmo per�odo de 2016. Dessa forma, os estudantes j� s�o 45% do total de beneficiados com gratuidade na tarifa.
Esses 500 mil novos passageiros representam 73% do crescimento das gratuidades nos dias �teis, mas a equipe de Doria, por ora, s� se manifestou publicamente sobre o corte dos benef�cios a idosos.
Ronny Santos/Folhapress | ||
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Homem tenta subir em �nibus na rua Xavier de Toledo, no centro de SP |
A tarifa zero para estudantes foi implementada no in�cio de 2015, ap�s uma s�rie de protestos do Movimento Passe Livre (MPL). Ela � concedida a jovens de baixa renda matriculados em escolas e universidades p�blicas com renda familiar de R$ 1.182, a estudantes de faculdades privadas com bolsas ou a benefici�rios do sistema de cotas.
Essa decis�o, por�m, ampliou os gastos da prefeitura com as gratuidades. Hoje, das 9,6 milh�es de viagens de �nibus feitas por dia na cidade, 23% s�o gratuitas. No ano passado, o total era de 16%.
"Essa coisa toda foi criando uma arrecada��o cada vez menor. Voc� foi aumentando as gratuidades. O idoso baixou a idade, o estudante de baixa renda, que pagava metade, agora anda de gra�a, o bilhete temporal [mensal, semanal ou di�rio] n�o teve aumento tarif�rio nos �ltimos dois anos", declara Francisco Christovam, presidente do SPUrbanuss (sindicato das empresas de �nibus).
SUBS�DIOS
T�cnicos da prefeitura estimam que, mantida a promessa da futura gest�o Doria de congelar a tarifa em R$ 3,80, haver� um impacto de pouco mais de R$ 1 bilh�o em gastos extras. Na pr�tica, isso significaria elevar em mais de 50% os subs�dios ao sistema, hoje j� acima de R$ 2 bilh�es por ano.
O subs�dio � o dinheiro repassado pela prefeitura �s via��es de �nibus para cobrir a diferen�a entre o que os passageiros pagam e os custos dos servi�os prestados.
Do custo de R$ 7,4 bilh�es do sistema, R$ 5,3 bilh�es s�o pagos pelos passageiros, restando R$ 2,1 bilh�es desembolsados pela prefeitura.
Hoje, t�m direito ao passe livre idosos acima de 60 anos, pessoas com defici�ncia e estudantes de baixa renda.
No sistema estadual -Metr�, trens da CPTM e �nibus intermunicipais- h� ainda a viagem de gra�a para desempregados, um benef�cio que Doria j� anunciou que n�o ser� aplicado na cidade.
Para atenuar o impacto da manuten��o da tarifa em R$ 3,80, Doria anunciou que a gratuidade do �nibus para pessoas de 60 a 64 anos seria v�lida s� para aposentados. Aqueles que ainda n�o completaram 65 anos mas seguem trabalhando voltariam a pagar a passagem.
Os n�meros de viagens por dia �til mostram, todavia, que essa medida n�o contempla a principal causa de crescimento das gratuidades.
A gratuidade estudantil, que teve o maior crescimento, no momento n�o � alvo de eventual revis�o de Doria. N�o mexer no benef�cio seria um meio de evitar protestos e eventuais ocupa��es de escolas na cidade em 2017.
EMPRESAS
A decis�o de Jo�o Doria (PSDB) de reduzir em 15% os valores de todos os contratos da prefeitura em 2017, sem redu��o de servi�os, � vista como invi�vel pelas empresas de �nibus da cidade de S�o Paulo.
"Uma medida dessa, de redu��o de 15% na remunera��o, n�o se faz sem que tenha consequ�ncias na opera��o", disse Francisco Christovam, presidente do SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de SP).
Ele argumenta que um eventual corte sem mudan�a nos servi�os, como Doria quer, dependeria de fatores que as empresas n�o controlam, como pre�o de combust�veis, dos ve�culos e gasto com m�o-de-obra.
Christovam afirma que as empresas aguardar�o para dialogar com a equipe de transi��o de Doria sobre esse assunto.
Segundo ele, n�o se fala mais em margem de lucro exorbitante por parte das empresas ap�s auditoria da Ernst & Young contratada pela gest�o Fernando Haddad (PT).
A pesquisa apontou uma taxa de retorno m�dio das via��es da capital paulista de 18,6%. Os auditores apontaram que a margem estava dentro da realidade econ�mica do pa�s na �poca do contrato, de 2003, mas a gest�o petista afirmou que esse percentual poderia ser reduzido.
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