Expans�o de frota e fiscaliza��o do Uber ser�o desafios na gest�o Doria
Sem propostas definidas para a regulamenta��o dos aplicativos que conectam motoristas particulares a passageiros, como o Uber, o prefeito eleito Jo�o Doria (PSDB) precisar� tomar medidas para controlar o crescente n�meros de carros nessas plataformas, evitar a precariza��o do servi�o e garantir receita para S�o Paulo.
Se o atual prefeito Fernando Haddad (PT) teve de enfrentar a resist�ncia de taxistas contr�rios aos aplicativos para legaliz�-los, agora s�o os motoristas do Uber que re�nem reclama��es.
Eles tamb�m querem que Doria interceda no controle dos valores de tarifas para aumentar os ganhos e reduzir a carga de trabalho necess�ria para obter lucros. Durante a campanha, o tucano prometeu melhorar o atual decreto que regulamenta o Uber e impedir a concorr�ncia predat�ria com t�xis.
Para poder rodar, as empresas de aplicativos –que incluem ainda Cabify, Easygo e 99– pagam atualmente � cidade R$ 0,10 a cada quil�metro rodado.
Diante de um iminente monop�lio do Uber, Haddad criou uma esp�cie de sobretaxa, aumentando em at� 300% a cobran�a, de acordo com a quantidade de quil�metros rodados por empresa. O Uber, no entanto, obteve uma liminar e conseguiu derrubar a cobran�a extra.
A reportagem apurou que n�o s� a companhia americana como as demais cadastradas questionaram o novo m�todo de cobran�a. Diante disso, modelos de controle de monop�lio precisam ser estudados. Em nota, a gest�o Doria afirma que a equipe de transi��o prioriza neste momento estudos sobre transporte coletivo.
"O tema dos aplicativos � reconhecidamente importante e, no momento oportuno, ser� apresentada a an�lise da quest�o" diz o texto.
Superintendente da ANTP (Associa��o Nacional de Transportes P�blicos), Luiz Carlos Mantovani N�spoli afirma que, al�m de evitar o dom�nio do Uber, � necess�rio o controle frequente da demanda e da qualidade, com avalia��es peri�dicas do servi�o e dados sobre oscila��es de oferta e demanda.
"O Estado n�o deve estar ausente numa regra de mercado. Por exemplo, a lei que regulamenta o servi�o tem que exigir controle sobre a documenta��o dos ve�culos, com a certifica��o de que o licenciamento est� em dia", disse. O Uber n�o divulga o total de carros cadastrados na cidade nem a quantidade de kms rodados.
A Folha, por�m, teve acesso a um gr�fico que mostra a evolu��o de suas viagens. De 2015 para 2016, o servi�o que antes se limitava ao centro expandido come�ou a se expandir para �reas perif�ricas da cidade.
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Para Nelson Bazolli, da Amparu (Associa��o dos Motoristas Parceiros das Regi�es Urbanas de Transporte), a grande quantidade de descontos nas viagens do Uber reduziu os ganhos dos motoristas, tendo como consequ�ncia um pior servi�o.
"A redu��o dos lucros foi dr�stica e isso impacta na qualidade. Se ela piora, o passageiro foge." Motoristas do aplicativo tamb�m pedem solu��es para recentes casos de viol�ncia, algo que extrapola a compet�ncia do prefeito, mas vem sendo motivo de queixas.
Na �ltima sexta-feira, cerca de cem motoristas fizeram um protesto na regi�o do Pacaembu. Eles pedem maior rigor no cadastro de passageiros. "Hoje, qualquer pessoa faz o cadastro com um n�mero de celular e email. Com esse cadastro, ele aciona a gente para assaltar", disse o motorista J�lio C�sar Brasil, 40.
J� taxistas exigem limite ao n�mero dos concorrentes de aplicativos. "Tem que haver controle de carros e de tarifa, que n�o pode ser menor do que a dos t�xis", disse Wagner Caetano, da Movit�xi.
CONCORR�NCIA
Para Matheus Moraes, diretor de pol�tica e comunica��o da 99, s� a maior fiscaliza��o dos servi�os pode barrar o monop�lio. "O crescimento desenfreado deixa de lado a qualidade", disse. Segundo ele, a 99 s� aceita motoristas ap�s cursos presenciais, o que o Uber atualmente n�o exige. "Falta uma regulamenta��o para exigir cursos de forma��o", disse.
J� o Uber afirma que o modelo ideal de regulamenta��o deve preservar o direito de escolha dos clientes. A empresa diz que o melhor controle da qualidade � a avalia��o m�tua entre passageiros e motoristas vigente. Diz ainda que a seguran�a de passageiros e motoristas � prioridade.
"Estamos realizando encontros com motoristas parceiros para ouvir as preocupa��es, e para buscar, em conjunto, a constru��o de solu��es", afirma em nota.
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