Febre amarela p�e interior de SP em alerta e antecipa vacina��o
Ap�s as mortes de macacos com febre amarela nas zonas rural e urbana de duas regi�es do Estado de S�o Paulo, cidades do interior anteciparam a vacina��o de beb�s, t�m tentado atrair quem n�o busca a imuniza��o e desenvolvido a��es para evitar o risco de prolifera��o da doen�a.
S� na regi�o de S�o Jos� do Rio Preto j� foram confirmadas quatro mortes de macacos com a doen�a –das quais duas ainda aguardam exames complementares– e um homem morreu v�tima da forma silvestre da febre amarela.
Em Ribeir�o Preto, um sagui com a doen�a morreu numa pra�a do centro da cidade e a prefeitura refor�ou a vacina��o, com postos m�veis e abertos aos finais de semana, para tentar atrair as estimadas 100 mil pessoas que n�o est�o imunizadas. Conseguiu apenas 4.700 em pouco mais de duas semanas.
Apesar de o total de mortes j� ser suficiente para gerar alerta em servi�os de sa�de, o n�mero pode ser muito maior.
Na regi�o de Rio Preto, h� outros quatro animais � espera do resultado de exames e o n�mero de den�ncias neste ano de encontro de corpos ou ossadas de macacos j� passa de 40. Tamb�m h� casos em an�lise em Ribeir�o.
S�TIOS
Nas duas regi�es, o calend�rio de vacina��o para os beb�s foi antecipado. Em vez de tomar a primeira dose aos nove meses, ela agora est� sendo aplicada aos seis. Al�m disso, h� busca de faltosos e a��es de divulga��o para quem vive em regi�es do Estado onde o risco de transmiss�o � menor –e se preocupam menos com vacina��o.
"N�o tivemos ind�cio que leve a pensar que a febre est� sendo transmitida em �rea urbana. Uma das preocupa��es � com quem tem ranchos e s�tios ou vai para esses lugares. Precisam ter maior cuidado em rela��o � vacina��o", disse M�nica Regina Bocchi, assistente de dire��o da Vigil�ncia Epidemiol�gica de S�o Jos� do Rio Preto, ligada � Secretaria de Estado da Sa�de.
Segundo ela, todos os casos confirmados ou suspeitos s�o de Rio Preto –onde um animal morto foi achado perto do bosque– e 11 cidades da regi�o. Das 40 den�ncias, na maioria n�o foi poss�vel colher material para os exames, pois os corpos j� estavam em decomposi��o.
"Em casos assim, fazemos as a��es como se o resultado fosse positivo. Se identificamos muitos outros animais da regi�o e conseguimos colher de algum e d� positivo, consideramos positivo [o animal morto] por vinculo epidemiol�gico", afirma. A avalia��o de Bocchi –para quem o cen�rio preocupa, mas n�o � alarmante– � que, � medida em que novos casos s�o divulgados, as notifica��es da doen�a crescem.
REFOR�O
Al�m de tomar a vacina logo aos seis meses, os beb�s receber�o um refor�o tr�s meses depois, per�odo em que, pelo calend�rio, receberiam a primeira dose da vacina.
"Normalmente seria aos nove meses, mas, com o risco, j� estamos vacinando aos seis e repetindo aos nove. �s vezes a resposta [do organismo] n�o � significativa aos seis meses e por isso o refor�o, mas n�o h� problema algum para a sa�de do beb�", disse a m�dica Ana Alice Castro e Silva, chefe da Vigil�ncia Epidemiol�gica de Ribeir�o.
Na cidade, a febre amarela matou uma f�mea sagui em julho. O caso foi divulgado h� pouco mais de duas semanas, quando exames conclu�ram a causa da morte, a primeira pela doen�a na regi�o desde 2008, segundo o Estado.
A prefeitura iniciou campanha em busca de moradores n�o imunizados. Segundo a Secretaria da Sa�de, h� mais de 100 mil moradores n�o vacinados na cidade.
"Quando a doen�a aparece em humanos, antes disso aparece em animais. Por isso que � importante vigiar os animais, para que saibamos se o v�rus est� ou n�o em circula��o", disse a m�dica.
Na campanha, 11 mil pessoas procuraram postos de sa�de com suas carteiras, e 4.700 foram imunizadas, volume considerado baixo.
A preocupa��o nas duas regi�es ocorre tamb�m porque a doen�a � transmitida, na zona urbana, pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo de dengue, zika e chikungunya. Com isso, diz a m�dica, se houver contamina��o do mosquito, aumenta o risco de prolifera��o de casos.
No �ltimo fim de semana, um consult�rio m�vel vacinou 350 pessoas, ante a expectativa de imunizar 1.000. Em tr�s unidades de sa�de, s� 143 pessoas tomaram a vacina.
A Secretaria de Estado da Sa�de informou, por meio de sua assessoria, que somente as duas regi�es t�m enfrentado o problema em S�o Paulo.
PRIMEIRA MORTE EM SETE ANOS
Um homem de 38 anos que contraiu a forma silvestre da febre amarela morreu em abril em Bady Bassit, regi�o de S�o Jos� do Rio Preto. Foi a primeira morte desde 2009 no Estado de S�o Paulo. A suspeita � que a v�tima, que atuava na constru��o civil, tenha frequentado regi�es de mata para pescar, onde h� muita vegeta��o e macacos.
Na cidade, o v�rus � transmitido pelo Aedes aegypti. J� na mata o vetor comum � o mosquito Haemagogus. A orienta��o � que a pessoa n�o vacinada e que v� para regi�es onde macacos morreram da doen�a procure uma unidade para se imunizar com dez dias de anteced�ncia.
Os sintomas comuns da doen�a, al�m de febre, s�o dores de cabe�a aguda e no corpo, v�mito e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode ter febre alta e icter�cia (cor amarelada na pele e branco dos olhos) e ainda ver o quadro evoluir para choque e insufici�ncia de m�ltiplos �rg�os.
N�o h� relato de transmiss�o de febre amarela no Brasil entre humanos no ambiente urbano desde 1942.
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ENTENDA
Em quais locais do Estado de SP h� casos de febre amarela em macacos?
Em S�o Jos� do Rio Preto e outras dez cidades no entorno, al�m de Ribeir�o Preto, segundo a Secretaria de Estado da Sa�de.
Quantos casos foram registrados?
Quatro na regi�o de S�o Jos� do Rio Preto, al�m de quatro suspeitos e mais de 40 notifica��es de macacos mortos no ano (na maioria n�o foi poss�vel fazer exame). Um homem morreu com a forma silvestre da doen�a. Em Ribeir�o, um macaco morreu, e h� outros casos em an�lise.
A situa��o preocupa?
Sim, mas n�o � alarmante, segundo �rg�os de sa�de.
Qual � o risco de a doen�a se espalhar?
N�o h� registro da transmiss�o entre humanos desde os anos 1940, mas � preciso prevenir –na �rea urbana, ela � transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e chikungunya; na zona rural, o vetor � o Haemagogus.
Quais s�o os sintomas?
Febre, dores de cabe�a e no corpo, v�mito e fraqueza. Em casos graves, febre alta e icter�cia (cor amarelada na pele e branco dos olhos), podendo evoluir para quadro de choque e insufici�ncia de m�ltiplos �rg�os.
O que o morador deve fazer caso encontre um macaco morto?
Se o animal estiver morto ou com sinais de doen�a –e mesmo se houver apenas a ossada–, � preciso avisar os �rg�os de sa�de da cidade.
Que a��es s�o tomadas ap�s a notifica��o?
Locais pr�ximos s�o bloqueados e insetos s�o coletados para an�lise. Quando poss�vel, exames s�o feitos para definir a causa da morte. As cidades atingidas tamb�m intensificaram a vacina��o.
Quando o animal est� em decomposi��o e n�o � poss�vel fazer exame, quais medidas s�o tomadas?
As mesmas a��es de quando � poss�vel colher exame, ou seja, bloqueio e coleta de insetos. Notifica��es s�o tratadas como supostos casos positivos.
Por que a vacina��o em beb�s � antecipada?
Para reduzir o risco de contrair a doen�a, uma dose da vacina � aplicada logo aos seis meses de idade. Uma segunda dose � dada tr�s meses depois, quando habitualmente seria a data da primeira imuniza��o.
Quem deve tomar a vacina contra febre amarela?
Quem mora em �reas de risco ou v� viajar a esses locais. Ela deve ser tomada ao menos dez dias antes da viagem.
A vacina��o � constante nessas cidades?
Sim, mas elas receberam campanhas extras de divulga��o devido aos casos, e postos m�veis foram implantados.
Fontes: Secretaria da Sa�de de SP, Vigil�ncia Epidemiol�gica de S. Jos� do Rio Preto e Secretaria da Sa�de de Ribeir�o Preto
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