Obras contra seca atrasam em S�o Paulo e deixam moradores em risco
O per�odo de estiagem mal come�ou, e a agente administrativa Erika Cristina, 39, j� est� preocupada. Ela teme de novo ficar sem �gua no bairro onde mora, em Campinas (a 93 km de S�o Paulo).
"Sofremos muito nas duas �ltimas estiagens. Agora estou preocupada porque os dias est�o quentes, o Cantareira s� recuperou uma parte do seu n�vel, e a cidade n�o reservou �gua para os pr�ximos meses", afirma Erika.
Erika refere-se aos cinco reservat�rios (DIC, S�o Vicente, Nova Europa, Chapad�o e San Conrado) prometidos pela prefeitura em fevereiro de 2015, cujas obras deveriam ter sido conclu�das em um ano, mas n�o foram entregues.
O mesmo ocorre em sete munic�pios da Grande SP, onde a Sabesp prometeu instalar 29 reservat�rios at� o final de 2015. At� agora, entregou 22, em 12 cidades, segundo relat�rio da empresa.
Os reservat�rios met�licos, com capacidade que varia de 1,5 milh�o a 20 milh�es de litros de �gua, t�m como objetivo ampliar a capacidade de abastecimento e evitar intermit�ncias na distribui��o nos bairros atendidos, em especial nas periferias.
Em Itu, munic�pio que virou s�mbolo da crise h�drica e conviveu com seguidos per�odos de rod�zio, sucessivos atrasos afetaram a constru��o de uma adutora que levar� �gua de dois ribeir�es para ser tratada e distribu�da aos moradores da cidade.
Em Americana, perto de Campinas, a nova esta��o de capta��o de �gua no rio Piracicaba, que traria melhores condi��es de abastecimento, est� com a obra parada porque a prefeitura alega n�o ter como banc�-la no momento.
Na semana passada, o cons�rcio PCJ (formado por prefeituras e empresas da regi�o de Campinas) voltou a recomendar a constru��o de reservat�rios de �gua para as cidades se precaverem de futuras crises h�dricas.
EXECU��O
Os atrasos na constru��o dos reservat�rios de Campinas come�aram logo no in�cio, em mar�o do ano passado. Atualmente, poucos oper�rios se dividem nos locais.
Dos cinco reservat�rios prometidos pela Prefeitura de Campinas, apenas um est� em fase avan�ada. Outros tr�s ainda est�o com as obras em fase inicial e o �ltimo sequer saiu do papel.
Com os tanques, Campinas adicionaria mais 11,5 milh�es de litros de �gua ao volume total (123,6 milh�es de litros), o que, segundo a Sanasa —empresa de saneamento da cidade—, elevaria de 8 para 12 horas a autonomia de abastecimento. O consumo di�rio � de 300 milh�es de litros.
A execu��o est� or�ada em R$ 12 milh�es e conta com verba do PAC (Programa de Acelera��o do Crescimento), do governo federal. Segundo dados da Caixa, quase todo o recurso j� foi liberado.
Dos sete reservat�rios da Sabesp a ser entregues, tr�s ficam em cidades que ainda n�o foram contempladas: Ribeir�o Pires, Carapicu�ba e Cotia. Os demais est�o em cidades que j� receberam ou receber�o mais reservat�rios.
Em Itu, a adutora Momba�a, que deve transportar 280 litros de �gua por segundo, sofreu diversos problemas durante sua execu��o. Foram ao menos tr�s atrasos: em junho e dezembro do ano passado e em fevereiro deste ano.
No per�odo, a prefeitura chegou a decretar a interven��o na empresa de saneamento, a �guas de Itu. O decreto foi prorrogado e continua em vigor. N�o h� prazo para normalizar a situa��o.
J� em Americana, o abastecimento de �gua sofre constantes falhas porque as duas �nicas capta��es no rio Piracicaba s�o antigas e registram problemas. Com a escassez, a dificuldade de captar fica ainda maior.
OUTRO LADO
A chuva foi o argumento da Sanasa, empresa de saneamento de Campinas, e da �guas de Itu, respons�vel pelo abastecimento em Itu, para justificar os atrasos nas obras para seguran�a h�drica durante a estiagem.
Em nota, a Sanasa informou que a inten��o era negociar com as empreiteiras respons�veis para tentar realizar as obras em 12 meses, mas que, devido �s chuvas, isso n�o foi poss�vel. A empresa n�o deu novo prazo.
J� a �guas de Itu informou que a previs�o � entregar a adutora Momba�a no final deste m�s. Segundo a assessoria da empresa, a obra est� 95% conclu�da. J� foram investidos R$ 12 milh�es.
Em nota, a Sabesp informou que, dos sete reservat�rios que faltam, dois ser�o entregues neste m�s: um em S�o Bernardo do Campo e outro em Itapecerica da Serra. Um terceiro, em Ribeir�o Pires, ficar� pronto at� o final do ano.
J� os outros quatro —em Vargem Grande Paulista, Carapicu�ba, Cotia e capital (Jardim S�o Pedro)— ainda n�o t�m data de execu��o, uma vez que ser�o feitas novas licita��es devido � rescis�o dos contratos com empresas.
A Prefeitura de Americana informou, por meio de nota, que a atual situa��o financeira do munic�pio impede a retomada da obra, que recebeu paralisada da gest�o anterior.
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