Ativistas pr�-parque Augusta tentam impedir reintegra��o de �rea
Um grupo de ativistas deixou �s 7h desta quarta-feira (4) um terreno em que reivindicam a cria��o do parque Augusta, na regi�o central de S�o Paulo. A ordem de reintegra��o de posse foi expedida pela Justi�a, ap�s mais de dois meses de ocupa��o.
Dos quase 300 ativistas que estavam no terreno nesta manh�, boa parte concordou em sair. Poucas pessoas reclamaram gritando contra a decis�o. O grupo come�ou a desmontar as barracas �s 5h45, mas cinco pessoas resistiram e ficaram no local. Por volta das 7h, a Tropa de Choque chegou no local para tirar os manifestantes que permaneciam na �rea. Os policiais chegaram a bater com cassetetes em alguns ativistas.
O Choque fechou a entrada do parque e tenta tirar um grupo de pessoas que est� em cima de uma figueira centen�ria. Um dos manifestantes, o produtor cultural Andr� Napoleon, 21, desceu da �rvore e disse que o grupo est� disposto a ficar uma semana no local. A PM chamou o Corpo de Bombeiros para retirar os manifestantes da �rvore, entre eles, o produtor cultural Paulinho Fluxus, que j� esteve envolvido em outras manifesta��es e foi detido na Virada Cultural ao projetar laser no rosto do cantor Lob�o
Os ativistas protestam e pedem a presen�a do prefeito Fernando Haddad (PT) no local.
O oficial de Justi�a chegou ao local por volta das 5h30 com o mandado de reintegra��o de posse para entregar ao advogado dos ativistas. Depois de uma negocia��o com os policiais militares, o advogado informou que o grupo deveria deixar o local.
Durante a madrugada, quase 500 pessoas se reuniram no terreno ocupado para protestar pacificamente.
O terreno pertence �s construtoras Setin e Cyrela e ali as empresas planejam erguer tr�s edif�cios. O Conselho de Preserva��o do Patrim�nio Hist�rico, Cultural e Ambiental da Cidade de S�o Paulo (Conpresp) aprovou o projeto no dia 27 de janeiro.
Desde o in�cio do ano, o movimento Organismo Parque Augusta (OPA) e outros manifestantes mantinham uma vig�lia cultural na �rea, com ativistas se alternando no acampamento montado no local e atividades culturais.
A intensa movimenta��o e atra��es no local acabou tamb�m por atrair a aten��o dos moradores da regi�o que passaram a frequentar o terreno, uma das poucas �reas verdes do centro da cidade.
Em dezembro de 2013, o prefeito Fernando Haddad (PT) aprovou a cria��o do parque, mas a Secretaria Municipal do Verde informou que n�o conseguiria arcar com os custos de desapropria��o da �rea –estimada, na �poca, em R$ 70 milh�es.
O terreno � tombado pelo �rg�o municipal desde 2004. Nos cerca de 25 mil metros quadrados da �rea est�o �rvores nativas da mata atl�ntica e o que restou de um tradicional col�gio particular demolido nos anos 1970.
As �ltimas horas dos ativistas no local teve aulas p�blicas e uma vig�lia durante a madrugada � espera da chegada da PM. Desde a tarde de ter�a (3), as barracas e pertences dos manifestantes j� haviam come�ado a ser retiradas do local.
"N�o queremos confronto", disse Daniel Biral, do grupo Advogados Ativistas, que representa o movimento.
Nas �ltimas semanas at� mesmo um painel de energia solar e uma cisterna haviam sido instaladas no local, onde tamb�m havia intensa atividade art�stica. No �ltimo domingo (1), os m�sicos Karina Buhr, Edgard Scandurra e B�rbara Eug�nia se apresentaram para um p�blico composto por ativistas e moradores da regi�o. O evento tamb�m contou com a presen�a do m�sico Arnaldo Antunes.
"Tudo o que tentamos [na Justi�a] foi negado", afirmou o advogado. Ele, no entanto, afirma que a sa�da dos manifestantes n�o significa que o movimento tenha se esvaziado.
Agora, o grupo espera pela interven��o do Minist�rio P�blico. Uma representa��o junto ao �rg�o resultou na instaura��o de um inqu�rito para que a compra da �rea seja investigada.
No dia 13 de fevereiro, o Minist�rio P�blico e a Prefeitura de S�o Paulo anunciaram um acordo para destinar � constru��o do parque parte das indeniza��es a serem recebidas por recursos desviados pelo ex-prefeito da capital paulista Paulo Maluf (PP-SP).
Os bancos Citibank (EUA) e UBS (Su��a) se comprometeram a pagar US$ 25 milh�es (equivalente a R$ 71 milh�es) por terem sido usados para movimentar quantias desviadas da Prefeitura de S�o Paulo entre 1993 e 1998.
Al�m do aux�lio do Minist�rio P�blico, o grupo corre para contar com a ajuda de vereadores. "Protocolamos na C�mara um pedido para a cria��o das Zonas Especiais de Regenera��o Org�nica", diz a jornalista Henny Freitas, 33.
Procurada, a Setin n�o quis se manifestar antes do cumprimento da reintegra��o de posse. O representante da Cyrela n�o foi encontrado.
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