Trabalhadores enfrentam calor dia e noite em SP
Imagine-se tendo de ficar todos os dias da semana debaixo do sol mais intenso das �ltimas d�cadas em S�o Paulo. Agora, imagine-se sob este sol durante duas ou tr�s horas sem praticamente se mover. Nem ao menos para secar a inconveniente gota de suor lhe cai sobre os olhos.
Andy Gonzaga, 24, que sob o nome art�stico de Endy Candy se apresenta como est�tua viva na rua 25 de Mar�o, recorre � medita��o para enfrentar essa rotina.
"Voc� tem de ter muita no��o do seu corpo, e se manter calma e meditando, ou ent�o a atividade � insuport�vel. Ainda mais nesse calor", diz a artista.
Em raz�o das mais altas temperaturas nos �ltimos 71 anos, Andy reduziu sua apresenta��o de tr�s para duas horas. Tamb�m adaptou um guarda-sol ao figurino de anjo. Para completar, usa protetor solar fator 50.
"Quando eu saio cedo de casa, olho para o c�u � espera de nuvens. Mas elas n�o tem aparecido muito, n�?", pergunta, rindo.
A situa��o � ainda pior para quem precisa se alternar entre temperaturas altas e baixas. Edmar Almeida, 26, e Fernando Leite, 21, por exemplo, trabalham numa distribuidora de gelo, na Liberdade, regi�o central.
Dentro da c�mara fria, a temperatura m�nima pode chegar a -8�C. Do lado de fora, o corpo precisa rapidamente se adaptar a altas temperaturas -na �ltima sexta-feira, faziam 32�C no bairro.
"A gente se acostuma com isso. Nem ligo muito", afirma Leite. "Para gente � at� refresco", completa Almeida.
NOITE E DIA
Na Rua da Gl�ria, com um calor de mais de 30�C, Johnny Chagas, 22, se preparava para descer numa galeria de cabos telef�nicos vestindo galochas, uniforme e um capacete de prote��o.
"Aqui � bem mais abafado e quente do que na rua. A gente que trabalha com isso sua muito", afirma.
O motoboy Lucas Carvalho, 21, trava uma luta ingl�ria contra o calor. No dia a dia, ele usa uma grossa jaqueta preta de dupla camada e mangas longas.
"A empresa em que eu trabalho n�o me d� filtro solar. Ent�o, uso a jaqueta para n�o ter c�ncer de pele. Outro motivo � para o caso de eu cair. Sem isso aqui, o machucado fica feio", diz.
Nem mesmo quem trabalha � noite tem conseguido driblar o calor. Todas as noites, numa pizzaria dos Jardins, o forneiro Manoel Vit�rio dos Santos, 49, encara os 300� C do forno.
Com a onda de calor dos �ltimos meses, a sensa��o s� piorou. "Parece que o calor n�o me deixa. Longe do forno, continuo a sentir um grande desconforto".
O pizzaiolo Denilton Rodrigues, 49, que trabalha na mesma pizzaria que Santos, aposentou os sapatos para trabalhar de crocs. "Tinha aquela sensa��o de estar com os p�s 'cozinhando'", diz.
De palet�, camisa e gravata madrugada adentro, o seguran�a Salatiel Santos, 34, sonha em repetir uma cena que presenciou certa vez na Augusta. "Um rapaz passou na minha frente s� de sunga. Estava t�o quente naquela noite que eu senti vontade de fazer o mesmo."
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