K�tia Abreu � senadora (PMDB-TO) e a principal l�der da bancada ruralista no Congresso. Formada em psicologia, preside a CNA (Confedera��o da Agricultura e Pecu�ria do Brasil).
Uni�o contra a crise
Pol�tica, segundo Arist�teles, � a mais elevada atividade humana. S�o Tom�s de Aquino a colocava apenas abaixo da atividade religiosa. Tudo � pol�tica, inclusive sua rejei��o. Se ela n�o vai bem –e sabemos que n�o vai–, o rem�dio n�o est� fora dela, mas nela mesma. S� a pol�tica conserta a pol�tica.
H�, por�m, variadas formas de pratic�-la, sempre como instrumento de resolu��o pac�fica de conflitos, inerentes ao conv�vio humano –desde a esfera privada at� a p�blica.
A pol�tica partid�ria se guia pelo leg�timo ideal de exercer o poder. E a pol�tica no �mbito corporativo –patronal ou trabalhista– vocaliza as demandas de quem produz. Ambas s�o formas nobres de lidar com o interesse p�blico. Exer�o-as em ambas as frentes.
A CNA (Confedera��o da Agricultura e Pecu�ria do Brasil), para cuja presid�ncia fui reeleita e empossada no dia 15, n�o � entidade partid�ria. Mas, como tribuna das demandas do produtor rural –que s�o tamb�m as demandas da sociedade brasileira–, faz pol�tica, busca interlocu��o com o poder.
Como senadora e presidente da CNA, tenho o dever de buscar interlocu��o com o governo, n�o importa quem esteja a exerc�-lo. Como senadora, tenho um partido –o PMDB– e a ele devo lealdade, sigo suas determina��es, partilho suas alian�as, sem perder de vista o interesse p�blico, que deve pairar acima de quaisquer outros –corporativos ou partid�rios.
H� momentos na hist�ria de um pa�s em que os desafios s�o de tal envergadura que, assumidos ou negligenciados, ir�o determinar o destino n�o de s� uma, mas de sucessivas gera��es.
O Brasil vive tal momento. H� pelo menos duas d�cadas, galga patamares expressivos de desenvolvimento que o colocam diante de quest�es que n�o se resolvem ou se compreendem pela bitola estreita das ideologias.
Somos hoje um pa�s com peso internacional, que, apesar das dificuldades, est� entre as dez maiores economias do planeta –e isso exige vis�o mais ampla da realidade.
Precisamos, entre outras provid�ncias, de investimentos de infraestrutura, de garantias de seguran�a jur�dica e, sobretudo, de renova��o de nossa cultura pol�tica, com a supera��o de velhos paradigmas, que alimentam a a��o predat�ria de grupos ideol�gicos, � direita e � esquerda, que desservem o interesse geral. Esses n�o veem a �rvore e muito menos a floresta.
O agroneg�cio � parte integrante do setor produtivo brasileiro. N�o � um mundo � parte, mas conectado a todos os aspectos da vida do pa�s. Sabe que s� ser� pr�spero se o pa�s prosperar. As dificuldades do Brasil s�o nossas dificuldades e temos que super�-las em conjunto. N�o podemos pedir ao pa�s –ou ao Estado– o que ele n�o pode ou n�o deve nos dar. Nosso �xito como sociedade � tarefa de todos.
Por mais que sejamos conscientes de nossas necessidades, e por mais que seja leg�timo lutar por elas, h� momentos –e este, sem d�vida, � um deles– em que � preciso transcender esses interesses, at� em benef�cio deles mesmos.
O Estado � o guardi�o do interesse comum. N�o pode ficar � merc� de uma vis�o �nica, que lhe tira a legitimidade e a capacidade de manter unida a sociedade. Meu compromisso � contribuir para que a pluralidade se exer�a com harmonia, de modo a que o pa�s retome sua rota de prosperidade.
O Brasil tem recursos naturais e um setor rural moderno e competitivo. Temos ampla capacidade de produzir e exportar mais. O mundo, por�m, est� se tornando cada vez mais competitivo. Conquistamos mercados por meio da a��o de agentes privados, que se aproveitaram do crescimento de emergentes e da diminui��o da pobreza, sobretudo na �sia. Mas, a partir de agora, um crescimento mais vigoroso vai depender da abertura de novos mercados e da luta contra barreiras artificiais impostas em toda a parte.
N�o nos falta disposi��o para o trabalho. N�s somos parte de um setor produtivo que acredita no futuro do Brasil e que, mesmo em meio �s dificuldades, continua investindo.
A CNA � uma casa pol�tica, na medida em que a pol�tica permeia todas as a��es e rela��es da sociedade. Mas n�o � uma casa partid�ria. A disputa ideol�gica, leg�tima, necess�ria, se exerce nos partidos pol�ticos. Nossa confedera��o �, ao mesmo tempo, a fortaleza de nossos interesses e de nossos direitos, mas � –e deve continuar sendo– uma reuni�o de homens e mulheres que p�e a na��o brasileira acima de tudo. Acreditamos que tudo que � bom para o Brasil � bom para o agro.
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