K�tia Abreu � senadora (PMDB-TO) e a principal l�der da bancada ruralista no Congresso. Formada em psicologia, preside a CNA (Confedera��o da Agricultura e Pecu�ria do Brasil).
Di�logo
Elei��o ou reelei��o abrem sempre um novo ciclo na vida nacional, com mudan�as a serem apresentadas e com pol�ticas p�blicas acertadas sendo preservadas. Inaugura-se todo um per�odo de reflex�o e de a��o, dando tempo para que as novas ideias possam ser elaboradas e realizadas. � um ritual �nico na vida de uma na��o e assim deve ser encarado.
O clamor das elei��es, que ocupou o pa�s nos �ltimos meses, deu lugar ao debate de novas propostas, e n�o s� a acusa��es e den�ncias. � fundamental reconhecer que a luta pelo poder eventualmente deriva para excessos que, agora, devem ser contornados. O pa�s est� acima de todos n�s e dos mais diversos interesses particulares e partid�rios.
N�o foi outro o prop�sito da presidente da Rep�blica, ao fazer um chamamento nacional pela uni�o e pelo di�logo. Portou-se como estadista, agindo com princ�pios republicanos. Teria sido f�cil acirrar os conflitos, visto que se encontrava na posi��o de vitoriosa. Em vez disso, optou pela concilia��o e pelo desarmamento dos esp�ritos.
Carece de qualquer sentido, diante desse chamamento presidencial, iniciar uma esp�cie de "terceiro turno", como se a elei��o n�o tivesse terminado. H� o tempo da luta, h� o tempo da paz. A paz, no entanto, n�o � a paz silenciosa dos cemit�rios, mas a do espa�o p�blico do debate e, sobretudo, do trabalho.
Infelizmente, o Brasil est� por demais acostumado a disputas exacerbadas que, n�o raro, flertam com cal�nias e difama��es. � como se a luta pelo poder devesse resultar
no aniquilamento do advers�rio, considerado como um inimigo. H� valores e princ�pios republicanos que se situam -e assim devem se situar- acima dos contenciosos particulares.
A presidente da Rep�blica, embora reeleita, mereceria um per�odo de tr�gua, normalmente concedido a qualquer novo mandat�rio. Mas n�o foi isso que ela demandou em sua manifesta��o. Ao contr�rio, pediu apenas uni�o.
Coerente com sua atitude, chamou os advers�rios para o di�logo. J� o havia feito, quando de seu discurso de vit�ria, ap�s o resultado. Como se n�o tivesse sido bem entendida, posteriormente, nominou diretamente A�cio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) e os convidou para a constru��o da unidade.
Como em qualquer negocia��o, h� pontos convergentes e divergentes. Reza a boa pr�tica real�ar e privilegiar aquilo sobre o que concordamos, abrindo caminho para o entendimento e, sobretudo, para a confian�a. Os pontos divergentes ser�o, posteriormente, objeto de discuss�es e reelabora��es, pois o bem p�blico deve ser o nosso objetivo maior como pol�ticos que somos.
Pa�ses de tradi��o democr�tica s�lida e antiga costumam agir dessa maneira, mantendo sempre um clima de distens�o e de colabora��o em prol de valores maiores, mesmo nos per�odos mais dif�ceis. Propostas devem estar sempre � m�o. Isso, no entanto, exige um clima de coopera��o e di�logo, de uni�o nacional.
Dialogar ser� um sinal de maturidade pol�tica e abrir� s�lidos caminhos para que o crescimento e o desenvolvimento do pa�s tenham estabilidade e sustentabilidade social e econ�mica. O Brasil � um celeiro de quadros t�cnicos e �ticos da maior qualidade, na situa��o e na oposi��o, que juntos podem construir solu��es para os maiores problemas do pa�s. N�o � hora de isolamento. � hora de uni�o.
Momentos de uni�o exigem atitude de estadista.
O chamamento da presidente corresponde, precisamente, a essa atitude, que traduz humildade e responsabilidade para com o pa�s. Espera-se, da oposi��o, uma resposta positiva a esse convite. O Brasil precisa de todos.
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