K�tia Abreu � senadora (PMDB-TO) e a principal l�der da bancada ruralista no Congresso. Formada em psicologia, preside a CNA (Confedera��o da Agricultura e Pecu�ria do Brasil).
A fal�ncia bolivariana
Para quem tinha ainda alguma fantasia sobre a ressurg�ncia do comunismo em nosso tempo, travestido de "socialismo do s�culo 21", a frustra��o n�o poderia ser mais completa.
O peso da realidade mais uma vez se imp�s, como se pessoas e partidos pol�ticos nada tivessem aprendido com as experi�ncias sovi�tica, do Leste Europeu, da China maoista e de outros pa�ses. A fantasia tornou-se o fantasma que assombra a Am�rica Latina e, infelizmente, certos partidos pol�ticos entre n�s.
Cuba, farol dessa esquerda retr�grada, � um pa�s empobrecido que, em seus melhores momentos, viveu somente da mesada da ex-Uni�o Sovi�tica. Posteriormente, sua mesada foi substitu�da pelo petr�leo barato enviado pelo ex-ditador Hugo Ch�vez.
A fal�ncia econ�mica � manifesta, sendo acompanhada por uma feroz ditadura que nada concede em termos de liberdade de express�o, imprensa e circula��o.
Os direitos humanos s�o sistematicamente pisoteados nessa ilha, tornada uma pris�o. N�o deixa de surpreender que atraia, ainda, adeptos em nosso pa�s. A �nica explica��o residiria no atraso ideol�gico das agremia��es brasileiras de esquerda.
A Venezuela inovou em seu socialismo. Em vez da conquista violenta do poder, optou por elei��es que t�m como �nico objetivo subverter a democracia por meios democr�ticos. Conseguiu, dessa maneira, captar a simpatia dos comunistas/socialistas brasileiros, em falta de ideias e orienta��o.
De resto, est� seguindo a cartilha cubana e "socialista" em geral. O resultado salta � vista. A liberdade de imprensa est� sendo sistematicamente aniquilada, a oposi��o � violentamente perseguida e advers�rios pol�ticos s�o considerados inimigos a serem encarcerados.
O Poder Judici�rio torna-se uma pantomima a servi�o do Poder Executivo. A economia est� em frangalhos. A desorganiza��o produtiva � total. Falta at� papel higi�nico. S� uma express�o pode nomear o que est� ocorrendo: fal�ncia completa.
A Argentina, em sua muito especial mescla de peronismo e bolivarianismo, est� levando o populismo econ�mico a seu grau m�ximo de radicaliza��o, acompanhado de severas restri��es � liberdade de imprensa e dos meios de comunica��o em geral.
De grande parceiro econ�mico, tornou-se um empecilho � pr�pria expans�o da economia brasileira. Atualmente, o pa�s encontra-se novamente em situa��o de calote, depois de uma negocia��o for�ada de um calote anterior. Ou seja, fundos e credores que n�o seguiram essa imposi��o autorit�ria tiveram, agora, ganho de causa em um tribunal americano.
Se a situa��o argentina j� era ruim, ficou ainda pior. N�o � a ret�rica populista que tirar� nosso vizinho do po�o.
Ocorre, contudo, que esses vizinhos s�o membros do Mercosul e nossos parceiros em qualquer negocia��o bilateral que o Brasil fa�a ou planeje fazer. O Brasil est� atado a pa�ses que est�o se precipitando rumo ao abismo "socialista".
O com�rcio, que deveria ser o eixo-mor dessa associa��o, tornou-se completamente secund�rio, como se n�o fosse ele o seu objetivo central. As reuni�es do Mercosul converteram-se em simples f�runs in�teis, palcos de agressivos discursos antieconomia de mercado ou anti-Estados Unidos, segundo a cartilha anti-imperialista.
O foco econ�mico �, hoje, pol�tico, sobretudo voltado para a defesa das posi��es argentinas e venezuelanas, conforme os del�rios ideol�gicos que lhes s�o caracter�sticos.
N�o � mais poss�vel o pa�s atrelar o seu futuro a um Mercosul populista, pois teremos apenas o fracasso coletivo daquilo que j� � a fal�ncia individual desses pa�ses.
Urge que o(a) pr�ximo(a) presidente da Rep�blica reveja as orienta��es que t�m presidido a nossa pol�tica externa. Entre elas, imp�e-se que essa entidade volte a ser um mercado comum, comercial, e n�o uma associa��o aduaneira.
Se nem para o com�rcio serve plenamente, dadas as restri��es existentes em nossos vizinhos, como esses Estados podem agir como um bloco? N�o estaremos substituindo a realidade pela fic��o ideol�gica?
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