Jornalista esportivo desde 1971, escreve sobre temas ol�mpicos. Participou da cobertura de seis Olimp�adas e quatro Pan-Americanos. Escreve �s ter�as.
COI deveria continuar incentivando refugiados na Olimp�ada
Foi acertada e teve grande repercuss�o a participa��o de uma in�dita delega��o de refugiados na Olimp�ada do Rio. A iniciativa mostrou entrosamento entre o COI (Comit� Ol�mpico Internacional) e o Acnur (Alto Comissariado das Na��es Unidas para Refugiados).
Transcorridos cerca de seis meses dos Jogos, uma d�vida continua no ar: haver� ou n�o a repeti��o da experi�ncia na pr�xima Olimp�ada, em 2020, no Jap�o?
A expectativa dos refugiados que atuaram no Rio � de um repeteco. Entretanto, n�o existe nenhuma orienta��o oficial nesse sentido..
A equipe que esteve no Rio, como j� era esperado, n�o ganhou nenhuma medalha, mas a simples presen�a da turma chamou a aten��o para viola��es de direitos humanos relacionados aos refugiados, de religi�o a ra�a, de nacionalidade e opini�o a associa��o com grupos sociais.
Durante a sess�o do COI na qual o time de refugiados foi apresentado, antes da abertura dos Jogos no Rio, o presidente da entidade, o alem�o Thomas Bach, disse que a iniciativa era um sinal de esperan�a para todos os refugiados espalhados ao redor do mundo.
Tamb�m do COI, o presidente honor�rio, o belga Jacques Rogge, destacou que o esporte n�o resolve os problemas do mundo, mas cria uma atmosfera de paz e respeito m�tuo.
O time contou com dez atletas, sendo dois nadadores s�rios, dois judocas congoleses, um maratonista et�ope e cinco corredores sul-sudaneses.
Um texto na internet mostra o que os Jogos representaram para aqueles refugiados e o que eles planejam depois das li��es e da experi�ncia na Olimp�ada.
Na semana passada, em Monte Carlo, a equipe ol�mpica de refugiados –seis homens e quatro mulheres– foi homenageada durante o Pr�mio Laureus. Recebeu o trof�u especial para "Iniciativas Para Promover o Bem Atrav�s do Esporte".
A premia��o destaca a import�ncia da equipe de refugiados. Outro sinal do relevo da iniciativa foi registrado na aprova��o pelo COI, em novembro do ano passado, de uma verba de cerca de US$ 509 milh�es para o Solidariedade Ol�mpica.
O programa, que visa ajudar financeiramente os comit�s ol�mpicos nacionais, para o desenvolvimento do esporte no ciclo at� T�quio-2020, veio com duas novidades. Uma de apoio a atletas refugiados e outra � transi��o de carreiras. Seria esse um ind�cio da inten��o de se manter a iniciativa adotada no Rio?
Com a onda de refugiados e imigrantes crescendo a cada dia mundo afora, as pol�micas causadas por essa dram�tica situa��o continuar�o na pauta, alimentando acalorados debates.
Ao criar a equipe ol�mpica de refugiados, o COI entrou na discuss�o para valer. N�o deve recuar. Precisa manter sua posi��o e mostrar que a iniciativa na Rio-2016 foi coisa s�ria, sem demagogia.
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